Porventura
qual seja o mundo, é – talvez – uma parte daquilo que se nos
apresenta… Talvez uma parte, pois a existência humana, posto ser
isso um mistério, acaba por nos distanciar dos nossos “colegas”
de outras espécies. Haja vista a designação espécie, tomada ao pé
da letra de nossa ciência, ou seja, que nos permitamos saber que
temos sentidos imperfeitos, e que muitos dos nossos juízos devam ser
relativizados, no foco portanto do Mistério que nos envolva, e na
sublimação que pode ocorrer no plano psíquico, ou que tenhamos a
fé naquilo em que nossos limites nos coloca, frente a frente com o
próprio Mistério. Qual não seja, um patamar decente de humildade
na nossa existência, ao menos ao nos colocarmos em pé de igualdade
com os seres e objetos, pois até mesmo os objetos possuem ações no
nosso entorno, e instrumentalizá-los bem, a fim de que não causem
rejeitos funestos, ou frutos nocivos, é dever de cada cidadão:
dentro do que promete um mundo civilizado, ou mesmo no seu processo
de crescimento humano, pois é a nossa espécie que tem o poder de
destruir ou construir mundos melhores para o próprio planeta. Nessas
questões predomina uma certa hierarquia do bom senso onde, se se
pensar em conturbar qualquer status de bons diálogos e respeito ao
próximo, isso, naturalmente, trás reveses na questão de uma paz
permanente que já teve como enunciador o Filho do Homem. Anunciar
boas novas deve ser um compromisso latente no modo como vemos certas
maravilhas da Criação, como uma refeição e o simples desejo de
que todos dela partilhem. Eis como pensemos ser um milagre viver.
Nosso peito possui um coração que bate involuntariamente, qual seja
o espírito que o embala, o move, o toca, dando a nós algo da vida e
seus inúmeros sinônimos, e que queiramos, que seja… Esse amém é
imenso, como tanta é a Eucaristia que nos une em comunhão: como o
fato de agirmos com a bondade e o perdão na plataforma de
instituições fortes e consonantes com a Lei, que vem desde priscas
eras até tempos algo conturbados como os nossos, no que nos
constitua a Verdade de saber a respeito, e caminhar na trilha do
conhecimento, a saber, da filosofia e de bons livros, na boa graça
de ótimas edições.
Saiba
o ignorante que quer saber bastante, que aquele que busca, que deseja
subir a escada que nos reserva a nossa curta existência neste mundo,
basta não ignorar a honra que supostamente um bom livro nos enseja.
Saber que todos devem buscar a oportunidade, que a leitura é
fundamental, e o estudo um sacrário. Basta saber igualmente que
quando alicerçado pelo estudo, o ato, a ação concreta em direção
ao bom senso se torna um progresso efetivo de nossas vidas. O que
seria de um poeta se não fossem as letras? O que seria do mundo se
houvesse apenas um livro para ler e estudar? Não, a voz é mais
profunda do que isso… Teleologicamente, o mundo não deve começar
apenas com uma palavra. Quem sabe se a filosofia grega nos ensinasse
um pouco, pois não seria suficiente parar por ali, visto a
inquietação fazer parte da conquista de mais um degrau, de mais uma
lição, de mais escolas, de mais estudo, mais vivência, mais
trabalho. Conhecer algo supostamente faz-nos ampliar a visão sobre o
aspecto em questão, e quando remonta a díspares assuntos, fica mais
confortável conviver com o contraponto, a condição humana. Pois
sim, pois muitos nem começaram a discutir questões antes de
começarem a aprender, sem subir ao menos um degrau, e já dispõem
da vida do próximo, com a facilidade de se assassinar alguém por
motivações torpes e nulas. Em realidade, quando o fator social
chega ao ponto nulo, ao núcleo insolúvel de um sistema qualquer, é
hora de pensar criteriosamente em valorizar qualquer atitude que
disponibilize a um cidadão ao menos poder galgar um par de degraus.
Ao menos que sejamos mais decentes… Essas questões fecham com o
propósito de podermos ver quem somos, de encontrarmos quiçá na
literatura e nas artes um personagem e a criação da vida nas mãos
de um bom artista. E que saibamos, acima de tudo na arte a escada é
longa, mas tão importante é aquele que não precisa de degraus, com
outro que se esforça para dizer algo, pelo menos a si mesmo, pois o
encontro com o todo parte de um si mesmo, e por vezes o esforço
individual toca ao todo, na própria semântica onde antes se
expressaria a tristeza o resultado é o alívio que a livre expressão
permite nas manifestações artísticas, que sempre transcendem o
próprio belo natural! Essa beleza que buscamos que pode ser
um ato, uma linha, uma reta, um quadrado, uma pintura, foto, ou mesmo
um cúbico de uma casa…
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