sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

GRAMÁTICA UNIVERSAL



Se tantos são os nomes, os substantivos, verbos e seus modos
Que se digam sem serem tortos, na confluência do significado
A que uns sejam mais que outros, e o todo benfazejo não seja vão!

Do que dizer que queiramos, em todos os idiomas, que se veja
Algumas palavras comuns a aqueles, algumas em construir o chão
Que não verta sinistra amálgama silenciosa, de se juntar a vida...

To be or not to be, nada, que a questão não se parece mais com fontes
Porquanto o idioma do ocidente revisse que o poeta maior se diz
Com maiúsculas esquecidas no topo de um jornal que ninguém leu.

Ou, quem sabe, haveria esperança no topo de um morro, sem algoz
Natural ou não, mas que o sedimento de um grande cálice da terra
Emborca gentes que jamais souberam da dimensão de algum ato.

Na pertinente gramática do Universo, com todas as gentes que vemos
Na superfície de uma mera quadratura de signos borrados por mãos
Em algum ermo lugar, no olhar de um comportamento, isto se dá!

Em uma esteira de ilusões sem o tamanho de suas envergaduras
Possuímos tanto a se dizer que os vértices de uma complexa rede
Talvez algum dia nos traga a boa nova de se voar através dos ventos...

Nada do que se fosse tanto, do binóculo ocular de dois olhos tremendos
A visão viperina nos revela o fato de que jamais haverá um ressentir-se
Quando a humanidade se aperceber que fala toda a língua de todos.

Nossa própria margem de erro em conceituar a proposta algo infinita
Demonstra a arguta pesca de que muitos se jactam por participação
Mesmo quando a incógnita reside como uma isca em um anzol vazio.

Nada do saber-se lógico do ilógico residente, nada da parafernália crua
De quiçá uma frente ou um abjeto lado em que não se sabe onde estará
Na proposição de que apenas se aceita uma opinião no universo turvo.

Ah, quem dera, em dantesca era, quem era o muito do que não se veja
Quanto o de se recrudescer o injusto, e a impotência de se travar o mal
Quando se utiliza o próprio de mesmo modo a se profetizar o passado!

No que se deriva a nau, na ordem em que o motor dá seu sinal de cansaço,
Eis que inumeráveis seres buscam se locupletar de um vivente triste
Por estar manifestando uma tristeza em um terreno alterno modificado.

A vida de muitos se cria a pretexto de viver apenas, mas o sufoco da roda
Gira na questão das perdas, o que por si seria já um tipo de analfabetismo
Onde se prevê justamente aquelas, e na superfície chamamos por ajudas.

No auxílio de mais merecimentos em torpores oclusos na vista de todos
Rezam as pátrias desunidas que jamais se contestasse a via irreligiosa
Na pressuposição de que a gramática universal esteja em apenas um livro!

Por Deus que não se mereça essa retórica da cor pífia do chumbo desferido,
Pois na palavra surda de que se faça jus a todos os habitantes do mundo
Não cabe à banalidade supor que o poder tenha o poder do empoderamento!

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