terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

A VESTE DO OBSERVÁVEL


         Por suposição algo anêmica, sem o tempero da liga do metal nobre, podemos ver a superfície em que se torna um tempo e seu meridiano, suas linhas divisórias na acepção crua de se ver que algo de linear e mais intelectualizado, mais racional no sentido lato, está faltante. Uma pessoa que se esforça em saber de leis, por exemplo, se dispondo a estudar o Direito, por vezes não possui a retaguarda do conhecimento da história tão fundamental nos alicerces das letras. Por suposição mais colocada em brios, a superficialidade pode ser encontrada no encontro de gerações, tanto que sucede a cada cinco anos uma diferença em geral muito acentuada. Mas o nível da arguição límpida e nua falta naqueles que estão cada vez mais circunscritos às esferas do saber em que o último lançamento do jogo pode ser uma questão de busca ou situação de acessos em que os ganhos podem aproximar as gentes com a realidade virtual, ou seja, os acessos de espetacularização e catarse midiática por tele e controles de interação com os gadgets se tornam mais difíceis, porquanto mais caros, apesar de uma certa “democratização” dos meios. O treinar-se estabelecido nos games pode ser real sob muitos aspectos, mas talvez devêssemos olhar com mais cuidado na correlata interação com filmes de conteúdo ideologizante em que não haverá respiro nem diálogo consigo mesmo – o ser que almeja pensar com desenvoltura – quando se pensa em uma escola que porventura possa fazer a crítica desses meios de forma coerente com o pensamento livre que deve ser não apenas pontual mas geral nesses tempos obscuros que o mundo está vivendo. A superexposição em mídias em que uma ignorância deve passar a ser aceita como ferramental indispensável de controle e direcionamento mental acaba por alienar aquelas pessoas que são mais sensíveis e que por vezes são tolhidas na busca em lutar por direitos da cidadania, que passa a ser excludente enquanto a grande e poderosa veiculadora de TVs abertas e fechadas não for disciplinada a combater seu fator excludente com a mediação de debates e circunstâncias que permitam um diálogo mais aberto com o Poder, sem as novas ou velhas cartilhas de se dissuadir o pensamento humano. Uma questão viral e ao menos pontual é a falta com a verdade, posto no reflexo de anos e anos de ingerência da indústria cultural, jamais se contestou a eficácia precisa dessas agências de manipulação e ingerência na derrocada de uma democracia forte, libertária e nacional. É por esse prisma algo retumbante de luz enfeixada de refrações possíveis que podemos pensar em dignificar um ensino em que – ao invés de denunciar algo ou alguém através de registros – se pense em melhorar a qualidade dos livros, intensificar os estudos de literatura e humanidades, ensinar a filosofia que estiver presente no curso histórico da civilização, e revelar aos alunos todos os aspectos da mesma história, para que a partir da agência individual do ser com intelectualidade formanda nos diversos níveis de desenvolvimento, possa gerir seu próprio aprendizado de dentro para fora… O Poder e a hierarquia nunca estarão presentes na educação a partir de resoluções sem o fundamento dos entusiastas e acadêmicos que estão preocupados com nossos problemas há muito tempo. Se a questão de Ordem é o Progresso, estabelecer ordem e disciplina é bom, mas melhorar a qualidade do ensino como um todo, na sinergia positiva em relação aos perfis de pensamento e ciência da história do homem na Terra terá como sustentação não uma visibilidade pífia por pseudo pensadores de Repúblicas em risco de serem contestadas, mas sim uma referência continental de educação por exemplo cabal e consistente, formadora e opiniosa, crítica e tecnológica; pois antes de tudo cabe ressaltar que com o que ganha um professor/a, estes são sobretudo seres fortes! Como o sertanejo construtor de nossa nação.

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