Tantos
que somos que o mar não comporta areias
No
que dizemos, amálgama cristalino dos versos
Em
que um respira o vento das ondas nubladas por céu
E
outro vê o sentido mesmo que aflora na pele do dia...
O
que se chega de ondas em uma primavera tardia
Vêm
no sufrágio de uma tormenta silenciosa e nua
Onde
não vemos a nós mesmos, mesmo quando
Sabíamos
de estrelas a caminhar solenes aos pares.
A
confrontar estrelas, sobrevoamos a nossa pretensão
Debaixo
dos lençóis das águas, nas placas e remansos
A
que não daríamos o leque de saber de onde somos
Qual
não fosse o dia de querermos uma veia que pulsa...
Seremos
tais que não supomos sequer a palavra não dita
Quanto
de estarmos na superfície convexa do planeta
A
ditarmos que as naus não nos convertam em náufragos
Posto
de urgir por chegadas nós as temos como nozes...
Do
mesmo mundo, posto universo de uma pequena semente
Navegamos
por onde se supõe que as estrelas não se ausentem
A
saber que por fim no dia em que estamos em superfície
Há
imensos rochedos milenares que navegam sob as ondas!
Somos
mares da imensidão, seres que não trafegam no éter
Quando
da água se sente a profundidade de suas falas
A
dizer o canto de sereias que esquecemos enfermas da fala
Nas
incertezas de que realmente querem fazer sofrer Ulisses.
Nas
vertentes de cristal onde depositamos os erros na urna
Vemos
braços pingentes de cores transparentes e errantes
Qual
húmidos tempos de chuvas cáusticas e permanentes
Que
assolam os caminhos pétreos de Romas anunciadas...
E
aí vamos, o mar do ser que é mais do que o oceano inato
Quando
supomos que a vertente de um rio que não seca jamais
Seja
a esperança de um timoneiro experto em trilhar sereno
As
alfombras incandescentes que espelham a Lua em grandeza...
Nenhum comentário:
Postar um comentário