Saberia
dizer Murilo de outros caminhos que não fossem aquela obsessão por Cláudia.
Disso sabia dizer, o muito daqueles que sentiam se sensibilizar pela história,
por um perfil construído algo com metáforas gastas, o muito do se predizer,
pois era realmente previsível quando começava a tagarelar bulhufas. Mas Cláudia
vinha à tona, e esta, de um caudal transparente, o colocava sempre na posição
vulnerável, mas merecida, pois este continuava insistindo em versões
hipócritas, meio no absurdo de querer conquista-la. Ela sentia um incômodo e
reiterava como uma professora que ensina modos a um menino... Ensinava que os
caminhos de que falava Murilo não seriam jamais trilhados, a não ser por
aqueles contidos no imenso núcleo do que não era incerto, posto comportamentos
traduzidos por um simples parágrafo: algo de aceite, não tanto da contestação em
si, mas a profundidade necessária de que outros partilhavam fora do espectro
não se sentia nesse núcleo. Meio de dar dó a obsessão que sentia um homem que
não aceitava a superioridade moral e ética de uma mulher.
As
verdades possuem razões, e a idade da razão não é numérica, quantitativa, pois
tantos e tantos não ultrapassam o limite de seu próprio e fraco conhecimento, a
se existir apenas na dimensão projetada ao “outro”, do que esperamos que o
outro faça ou se pronuncie, na medida em que possamos nos colocar no lugar
desse outro. Insistimos por vezes em cristalizar erros imponderáveis, sem
mitigar no cerne a sede de acertarmos sempre, na roda viva em que no início
talvez tenhamos errado. Essa equação colocamos no encaixe de muitas situações,
transcendendo as relações humanas, nestas reiterando que o respeito se
prolongue a um entorno mais universal, como no simples exemplo de que pensemos
melhor ao cortar uma árvore, ao capitanear desastres que podem ocorrer por ação
não consolidada e prevista dentro de um planejamento inicial e raiz do
fundamento do que se pretende como objetivo, pautando-se pelo humanismo como
premissa básica e fundamental para que ainda saibamos ser respeitados como raça
humana. A premissa de que não somos apenas a espécie, e que o conceito de raças
distintas inexiste na antropologia moderna, em que podemos titular portanto que
sejamos uma raça apenas, ou humanos no mínimo a se pretender que sejamos: um
ser pensante, de luzes passíveis a qualquer um, pois o breu da escuridão fenece
quando trazemos as luzes do amor e do conhecimento, da solidariedade e do
perdão, do consentimento, da piedade, da bondade e, para alguns, da fé.
Amanhã
será um dia bom, isso a humanidade deveria decretar: um dia em que se pense em
não agredir, um dia em que estejamos mais seguros todos os trabalhadores que
com sua honestidade e garra fazem destas festas de fim de ano o agraciamento
particular com suas famílias e amigos. Amanhã pensemos não em um Juízo Final,
mas o nascimento do Filho do Homem que está presente para nos salvar, pensemos
nas luzes que nos traz a aptidão para conhecermos essa consciência ipsum facto. Que o Deus seja de qualquer
religião, e que sejamos continuamente nobres para levar essa compreensão sob todos
os aspectos e não somente no amanhã de agora, mas para todo o sempre.
Agradeçamos
por tudo e acendamos uma pequena vela, que seremos milhões e milhões em nossas
boas ou mais toscas casas, na medida em que passemos a acreditar que caminhamos
de boa vontade para que todos possam ter uma vida mais digna, nesta forma de
lutar para melhorar em todos os rincões do planeta onde haja injustiças, onde o
pão não se reparta, onde olhamos para os necessitados como a estranhos, tal a
intolerância que por vezes nos salta ao ego.
Pois que
Murilo compreenda a mulher, e que a mulher compreenda o homem, e que ambos
tenham as suas livres escolhas... Que a escola pense melhor, que os professores
ensinem a pensar na realidade que se nos apresenta e que pode ser dura e, no
entanto, passível de mudanças. Que uma real libertação seja a página que
esperemos encontrar na nossa própria literatura, religiosa ou não, e que
pensemos duas vezes em tentar convencer um crédulo em outra crença, pois não há
realmente nenhuma religião superior a outra, seja evangélica ou de umbanda,
posto dever de todos é respeitar a cada qual conforme sua individualidade
preservada, na coletividade que encerra nos canais de percepção e conduta, por
vezes a inquietação natural da busca em que encontramos as saídas para o
conhecimento, e a saída pela fé, seja em uma prática diária, seja em um texto,
seja na arte, na religião, ou na opção clara de não possuí-la necessariamente.
Os pontos
de vista, neste novo século que se apresenta tão conturbado, geralmente pode
ser multifocal, pois as tecnologias se apresentam em micro ou macro processos,
em sistemas que pensamos não existir e que no entanto já fazem parte de nossas
vidas. Mas quando fincamos o pé na realidade mais concreta devemos saber que a
riqueza de um país deve ficar dentro dele. A citar três exemplos cabais: o
petróleo, as selvas e a água. Nada tem sentido quando usurpam a riqueza de um
país, e seguimos lutando bravamente para tornar o Brasil a nação emergente que
foi estancada há meses e que deve, como fator de esperança para os brasileiros,
continuar a ser hoje o país que mais Natureza possui... Mais riquezas, uma
gente que é maravilhosa e batalhadora, que igualmente faz parte da força que
emerge dentro de um panorama em que podemos sair – unidos – vitoriosos de
quaisquer crises: política, social e econômica.
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