domingo, 3 de dezembro de 2017

ENTÃO VAMOS A QUE LUGAR?

            Por dentro de nossa inquietação que a certeza quase camufla, por dentro de uma sociedade de uma pessoa que seja, nos seus conflitos internos, ou na sua fé resolvida, somos uma semente eterna que frutifica se nos permitimos residir no húmus da solidariedade... A se falar sem a introdução estética de nossos planos, na face em que nos colocamos como um Pitágoras recriado em novas equações, na matemática que não encaramos, mas que a aritmética nos dirá se somamos ou subtraímos, se insert ou delete, na tábua rasa da lógica fácil onde não nos permitimos mais sequer pensar com profundidade as questões da existência do homem, da mulher, do que se produz, do afeto que produzimos e dos desafetos anunciados em palavras tão breves como a insanidade dos preconceitos antigos e arraigados em raízes profundas contra as mesmas raízes étnicas ou psíquicas, sejamos, designados raças ou artistas, pensadores ou idealistas, progressistas ou conservadores. Os “ismos” isolam, e a sua ocorrência nas artes, por exemplo, apenas separa o que se poderia chamar de movimentos sintonizados com a temporalidade, ou seu atonal de sonhos. Uma poesia que seja, apenas uma poesia, e de se frutificar, estamos mais para os cronópios de Cortázar.
            Convenhamos, partimos de onde e vamos aonde? Meras perguntas podem nos invadir, e essa questão de nos perguntarmos continuamente, em horas em que pensamos nos frutos de nossas atitudes, será sempre bom exercitarmos nosso intelecto, pois as receitas prontas de quem somos não tratam de nossos panoramas infinitos, em que a força da Natureza nos dá uma goleada de dez a zero, nos cinco minutos de qualquer tempo, mas sempre no primeiro, para nos avisar que já é vitoriosa, e não somos nós que A destruímos, mas Ela que dita a consequência de nossos erros. Logicamente, independente de alguma ortodoxia sobre a fatalidade de estigmatizarmos nossa espécie, o fato é que sempre devemos ter esperança, e começar a ver um mundo com menos violência e guerras grandes ou pontuais, em famílias ou entre nações e continentes, temos que saber que certas notícias só vêm botar lenha em um fogo que acaba por consumir a boa vontade das gentes do bem, que desejam o bem, e aqueles que portam insanamente o furor de vaticinar projeções equivocadas do que seria uma sociedade boa ou ruim, dependente do contexto do conflito em se conseguir o “colocar no poder” certos fantoches, tornando-se agentes do insucesso, posto marionetes de sistemas no mínimo suspeitos em modais e atuação. Fruto disso é estarmos sendo habituados a escutar tamanhas barbaridades em termos de ofensas, de gente que se alimenta do temperamento cáustico, acreditando no modal da tirania um modo de viver saudável porquanto signifique quaisquer guerras – que na verdade são fantasiosas – frutos de uma ignorância sobre a cultura e diversidade expressiva dos povos do mundo, talhada a ferro e fogo no que resulta o entretenimento beligerante da indústria cultural. Obviamente, colhemos esses frutos dados como a maçã de Eva no Éden, como fator ilustrativo, obviamente, mas imaginemos um filme onde o ato se repita extraordinariamente intenso, numericamente, que pecar torna-se o modo em que se atua generosamente, obviamente dentro de uma ética bíblica, se formos tomar ao pé da letra o que fazem os conteúdos das TVs e etc, com o imaginário algo tosco de quem se abre como uma flor para receber esse veneno em termos de conteúdo, frequência da violência em si, e pesos subliminares que sobrecarregam o cérebro subconscientemente. Acabamos por aceitar atitudes grosseiras como algo natural, e gentes querendo ser rígidas como uma pedra, mas que não se movem, como tais.
            Sabermos seguir no mínimo como cristãos, que é a religião predominante no Ocidente, é vermos que antes de tomarmos de uma palavra cáustica, pensemos melhor sobre aquela atitude reflexa da qual achamos que somos mais ágeis, quando temos as respostas prontas, ou reagimos diante de estímulos, dando respostas que cremos serem científicas e que, no entanto, podem ser desumanas. Nem tudo na vida são prazeres, e aqueles que não são hedonistas, e que sacrificam a sua vida por um bem maior podemos crer que merecem mais respeito, e não o preconceito direcional e “certeiro” por aqueles que não compreendem o fato de que alguns homens e mulheres são mais felizes simplesmente por doarem as suas vidas a um serviço em prol da humanidade, no sentido progressivo da existência, que não temem falar sobre assuntos polêmicos, que prezam pelo debate, e não por uma hierarquia civil e portanto inexistente, por questões de falsos e equivocados treinares, onde a ternura se esmorece. Vêm a dissenção e a incompreensão a respeito do que seja realmente a vida em devoção, a vida em serviço, a gratidão gigantesca por se ter o que se tem, honestamente, não invejando aqueles que demonstram sua felicidade e prazer em viver, mesmo expostos às vicissitudes e dificuldades inerentes aos tempos cáusticos que estamos vivendo: os homens, em relação aos estragos e espoliação com relação à Natureza e a decorrência cabal e logicamente resultante disso na relação entre membros da própria espécie.

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