Por dentro de nossa inquietação que
a certeza quase camufla, por dentro de uma sociedade de uma pessoa que seja,
nos seus conflitos internos, ou na sua fé resolvida, somos uma semente eterna
que frutifica se nos permitimos residir no húmus da solidariedade... A se falar
sem a introdução estética de nossos planos, na face em que nos colocamos como
um Pitágoras recriado em novas equações, na matemática que não encaramos, mas
que a aritmética nos dirá se somamos ou subtraímos, se insert ou delete, na
tábua rasa da lógica fácil onde não nos permitimos mais sequer pensar com
profundidade as questões da existência do homem, da mulher, do que se produz,
do afeto que produzimos e dos desafetos anunciados em palavras tão breves como
a insanidade dos preconceitos antigos e arraigados em raízes profundas contra
as mesmas raízes étnicas ou psíquicas, sejamos, designados raças ou artistas,
pensadores ou idealistas, progressistas ou conservadores. Os “ismos” isolam, e
a sua ocorrência nas artes, por exemplo, apenas separa o que se poderia chamar
de movimentos sintonizados com a temporalidade, ou seu atonal de sonhos. Uma
poesia que seja, apenas uma poesia, e de se frutificar, estamos mais para os cronópios de Cortázar.
Convenhamos, partimos de onde e
vamos aonde? Meras perguntas podem nos invadir, e essa questão de nos
perguntarmos continuamente, em horas em que pensamos nos frutos de nossas
atitudes, será sempre bom exercitarmos nosso intelecto, pois as receitas
prontas de quem somos não tratam de nossos panoramas infinitos, em que a força
da Natureza nos dá uma goleada de dez a zero, nos cinco minutos de qualquer
tempo, mas sempre no primeiro, para nos avisar que já é vitoriosa, e não somos
nós que A destruímos, mas Ela que dita a consequência de nossos erros.
Logicamente, independente de alguma ortodoxia sobre a fatalidade de
estigmatizarmos nossa espécie, o fato é que sempre devemos ter esperança, e
começar a ver um mundo com menos violência e guerras grandes ou pontuais, em
famílias ou entre nações e continentes, temos que saber que certas notícias só
vêm botar lenha em um fogo que acaba por consumir a boa vontade das gentes do
bem, que desejam o bem, e aqueles que portam insanamente o furor de vaticinar
projeções equivocadas do que seria uma sociedade boa ou ruim, dependente do
contexto do conflito em se conseguir o “colocar no poder” certos fantoches,
tornando-se agentes do insucesso, posto marionetes de sistemas no mínimo
suspeitos em modais e atuação. Fruto disso é estarmos sendo habituados a
escutar tamanhas barbaridades em termos de ofensas, de gente que se alimenta do
temperamento cáustico, acreditando no modal da tirania um modo de viver saudável
porquanto signifique quaisquer guerras – que na verdade são fantasiosas –
frutos de uma ignorância sobre a cultura e diversidade expressiva dos povos do
mundo, talhada a ferro e fogo no que resulta o entretenimento beligerante da
indústria cultural. Obviamente, colhemos esses frutos dados como a maçã de Eva
no Éden, como fator ilustrativo, obviamente, mas imaginemos um filme onde o ato
se repita extraordinariamente intenso, numericamente, que pecar torna-se o modo
em que se atua generosamente, obviamente dentro de uma ética bíblica, se formos
tomar ao pé da letra o que fazem os conteúdos das TVs e etc, com o imaginário
algo tosco de quem se abre como uma flor para receber esse veneno em termos de
conteúdo, frequência da violência em si, e pesos subliminares que sobrecarregam
o cérebro subconscientemente. Acabamos por aceitar atitudes grosseiras como
algo natural, e gentes querendo ser rígidas como uma pedra, mas que não se
movem, como tais.
Sabermos seguir no mínimo como
cristãos, que é a religião predominante no Ocidente, é vermos que antes de
tomarmos de uma palavra cáustica, pensemos melhor sobre aquela atitude reflexa
da qual achamos que somos mais ágeis, quando temos as respostas prontas, ou
reagimos diante de estímulos, dando respostas que cremos serem científicas e que,
no entanto, podem ser desumanas. Nem tudo na vida são prazeres, e aqueles que
não são hedonistas, e que sacrificam a sua vida por um bem maior podemos crer
que merecem mais respeito, e não o preconceito direcional e “certeiro” por
aqueles que não compreendem o fato de que alguns homens e mulheres são mais
felizes simplesmente por doarem as suas vidas a um serviço em prol da
humanidade, no sentido progressivo da existência, que não temem falar sobre
assuntos polêmicos, que prezam pelo debate, e não por uma hierarquia civil e
portanto inexistente, por questões de falsos e equivocados treinares, onde a
ternura se esmorece. Vêm a dissenção e a incompreensão a respeito do que seja
realmente a vida em devoção, a vida em serviço, a gratidão gigantesca por se
ter o que se tem, honestamente, não invejando aqueles que demonstram sua
felicidade e prazer em viver, mesmo expostos às vicissitudes e dificuldades
inerentes aos tempos cáusticos que estamos vivendo: os homens, em relação aos
estragos e espoliação com relação à Natureza e a decorrência cabal e
logicamente resultante disso na relação entre membros da própria espécie.
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