Qualquer escrita é algo que dita uma
norma de tema a ser descoberto na semântica das linhas. Pode versar sobre
complexidades ou recorrências de outros versos, ou mesmo aos parágrafos que se
concatenam em profusão natural. Assim pode ser o de se escrever e prefaciar os
modos da paródia: vêm a enriquecer os diversos significados que por vezes
ignoramos. Seria um tema como o mar – imenso – em seu ser de ondas, seus
rugidos milenares ou suas rochas silenciosas na calmaria, quando pousadas na
vastidão daquele. A se observar, sintamos que cada onda e seus múltiplos
fragmentos ajudam na compreensão da latitude espiritual dos mundos. Pois ao que
vos escreve, em sua própria crença, sabe que inumeráveis são as compreensões da
Criação. Dos troncos que emergem com suas fibras no quebra-mar, de uma Natureza
toda da matéria saberíamos que prefaciar uma amostragem literária do todo
infinito enquanto percepção sensorial finita. Quando a finitude percebe-se na
amplidão das diferenças circunstanciais...
Mais uma linha sempre remonta que
saibamos de palavras e suas conexões com o verbo, a que não se caia no erro de
acharmos que a gravidade seja a última resposta! Newton fez o avião voar, Deus
fez as aves nascerem do voo da Natureza, e alguns poetas nasceram no mesmo
átimo enquanto se fez de um coral ultramar brotar uma vaga e sua superfície de
cristal. Assim é o próprio prefácio existencial de um imenso livro chamado vida
espiritual.
Na relação com a Natureza das ideias
surge uma questão que remete ao entendimento desse universo, pontuado pela luz
e versado sobre o conhecimento.
Em simples tangentes desses
significados existe o mais que sentimos, na veia circunspecta da vida, na
solidão perpétua e por vezes necessária de um homem e sua próprias vagas de
consentimento. Que não se remeta que ele seja do povo, pois seria apenas
suficiente afirmar que o seja de uma crisálida, posto nascente é o sol dele
mesmo, e que não se ressintam quaisquer, justo a Natureza ser a sua eterna –
não perpétua – companheira! Pode ser que seja um tipo de soldado, mas com a
mira infalível em sua arma: o conhecimento... Resguardem-se algumas religiões,
pois, para alguns, Gibran e Prabhupada bastam para se compreender o mundo
espiritual em todas as latitudes que nos tornam histórias de nós mesmos, que
somos tão importantes quanto as rochas no mar que abrigam em seus côvados de
alimentos a fartura dos peixes. Seria maravilhoso pensarmos um pouco a respeito
não mais do que nos ensinamos repetidamente, mas do que farta e infinitamente
nos ensina a Terra e sua Natureza. Isso se pontifica, é fato, recicla nossas
consciências, ausente de indústrias, sem a carência do simples prazer mundano,
já que tudo o que pensamos a respeito carece da humildade necessária a que
reflitamos um pouco mais, dentro do que nos espera quando, mesmo limitados em
nossas fronteiras existenciais, podemos contemplar a vida que se abre livre, o
mesmo comer de um alimento quando sinceramente o oferecemos a Krsna. O homem
que vive nessa latitude pode se realizar plenamente. Apesar de tudo, todos
passamos por dificuldades, e há aqueles em que a vida tem uma aparência de
desastre, mas é uma impressão inequívoca de estarem tendo como referências
únicas as pretensas e ilusórias certezas, o que denota uma vida apartada de
algo que não é apenas o uno, mas a reunião de todo o Universo, pois sabemos em
sua inclusão das luzes que as estrelas existem em nossos céus, visto estarem
presentes na companhia do fletir de nosso olhar ou, na ausência deste, em uma
poesia recitada a um cego.
Assim demos por letras as letras que
garantam o que serve, quem sabe, a proposições mais verdadeiras ou, quem dera,
diminuir a intransigência daqueles que capitulam na mesquinharia de suas
contendas por eles tornadas insolúveis, ou ao modo em não saber lidar com a
própria covardia a que, saibamos, vem de uma gente talhada a ferro na
ignorância monolítica, apesar de lauréis acadêmicos ou virtudes quase sempre
forjadas, quando pautam-se pelo egoísmo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário