segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

AS VOLTAS DE UMA SUPERFÍCIE

Há cristais que emanam, que vem de Marte, no que Vênus não se ressinta
Para onde não sabemos nem sequer onde reside o espírito de nossas leis,
Porquanto esse não saber não voga o conteúdo errático de um pensamento
Em que tantas as esferas não se modelam em uma caixa lacrada...

No que versa a crista de um dinossauro de vida quase esmerada
A verve de um poeta quiçá saberia um pouco mais de seus pousos
Dentro do que pensa o que antes era um pouco vã e hoje necessária filosofia.

Nas questões de uma paz recorrentemente passageira enquanto desígnio
Também não sabemos nem um pouco mais do que suporíamos ter em conta
Que o mais vão dos mortais não será vão, posto haver igualdade
Na existência do tabuleiro de uma realidade onde o rei é o mesmo da formiga.

Onde esperamos que haja um sol que nasça para todos, esse esperar fatiga
A quem saiba que todos os sóis de todo o dia se repetem em outros nascituros!

Solene é o gesto de qualquer dos ventos nas folhas, e que na verdade
Acreditamos que os livros serão lidos algum dia, nem que o sejam
Para sabermos que no caudal da poesia se reveste um pouco da ciência
De cada palavra anunciada dentro das vestes do pensamento humano...

No que temos por lucidez acobertada por vezes, a uma loucura do sem nexo
Em que nada do que se pretende medra, por sabermos do mesmo modo
Que o teatro das lacraias talvez seja mais nobre do que um retorcer do verme.

Na carne que nos supõe a vida, não sejamos ela somente, carne, posto vida
É o que nos encerra no pão que não possuímos quando a fome é farta.

E esse carnaval se passa com a graduação de uma fera de metal com rodas
A prosseguir sobre o jurássico asfalto na voz do álcool que não fala: consente!

Assim seríamos algo a nos pretender maiores se não fora a disciplina dos versos
Algo a se tentar com arte quiçá em um sono merecido de um poeta
Ou no amor consagrado e verdadeiramente exato na vida inteirada de um par...

Pão que te quero mais urgente, pão que enobrece as gentes, pão do sol,
O pão que nos lega a semente do trigo nas noites em que a terra é fecundada.

Isso de sabermos às vezes do alimento, que as palavras alicerçam o espírito
Como uma hóstia que queremos relembrar do nascimento de Seu Filho.

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