domingo, 14 de fevereiro de 2016

ARQUITETURA DE HISTÓRIA

Um domo se retrai sobre colunas de alabastro
No que não pretendemos a se erigir, que sejam o concreto
De outra arquitetura, a saber que uma base quase oval
Traduz um crescer de um orgânico a alicerçar ferramentas...

De tijolos, o barro, uma casa de barro, que seja o barro maciço
Como uma montanha e suas amarrações de rochas
Em que o aço ergue, e saibamos que o ferro é material sagrado!

Cada semente de pedrisco a se armar o cimento é sombra
Que se torna gesto, sombra de autoria do obreiro
Que se faz luz na verticalização de sua obra...

A pequena janela onde entra a luz e a brisa ressente-se
Se ao norte não lhe for concedido o sol, posto um quarto
Do que seriam as peças da casa, caso o consentimento construa.

A sabermos que uma luz da lua é suficiente para que tenhamos
Um nascente mais próprio entre o que vemos de estrelas
E as chuvas que tendem a amalgamar estruturas.

E quando uma vivenda vem a despontar nua e solene
Nos cristais de uma rica proposta quando pesponta honesta
A vida de uma família torna-se rica posto situada,
Mesmo quando saibamos que a propriedade é convencionada.

As águas vêm de um ninho para outro, como um canavial
Em que as colheitas erguem de braços pátrios o esforço
A que seja merecido o necessário e suposto quinhão de cada.

Que a água chegue encanada, nos rincões do país
Onde São Francisco caudaloso nos refira menos misérias.

Assim de vermos que a arquitetura seja um piloti a mais
Dentro de cada proposição – mesmo sistêmica –
Em que as naves de uma catedral deixem espelhar no gótico
O que porventura deu escolas ao surgimento do renascer...

Não precisamos ver o que há por trás das culturas de um povo
Pois que as sintamos no diálogo que não nos ensombreça o tempo
Já que está que não supomos que há anonimatos no construir!

Desses braços que vemos por entre tapumes, por cima de lajes,
Nos meandros dos mourões, por entre caixas, em depósitos,
No gesto em que os pregos sintonizam o fazer da obra
Sejamos mais em respeito, pois ao Arquiteto é apenas tudo.

E nessa construção solene, que desejemos que haja um saneamento
Das mesmas consciências que por vezes se turvam
Quando escondem de si mesmas um pequeno riacho
Que beira o estupor inconsequente de uma não atitude...

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