terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

A INDEPENDÊNCIA COMO REPRESENTAÇÃO

            O fato de existirmos enquanto seres, gregários, desponta que tenhamos boas representações, na acepção crua das palavras. Um homem ou uma mulher podem coexistir enquanto indivíduos em um universo do intelecto, posto entidades pensantes, e conviver com isso de modo algo filosófico... Pois que por vezes não tivemos formações ou contato com a filosofia desde crianças, e gostemos de pensar alicerçados, frente a uma escola em que apenas gerações mais antigas a tiveram. A independência passa por isso. Passa a ser uma questão de nenhuma doutrina, pois apenas um pensamento que verse sobre o que se percebe, quais as latitudes do conhecimento pensado e expresso, inequivocamente, como passo necessário à compreensão da própria realidade, ou sua interpretação do que venha a ser colocado como distinto da ilusão, da farsa, da parcialidade exposta nas sociedades. Essa questão passa a ser ou a fazer parte quase como um repertório em que hoje em dia se coloca frente à possibilidade dificultada em que nos alicercemos no pensamento mais linear, consonante, coerente com uma linha e suas curvas, suas oscilações, a sua mesma contemplação assaz importante para pensarmos com independência, não apenas dentro das fronteiras de nosso ser, como na aquisição da independência que passe por limites impostos, aí sim, a caminho da liberdade, extensiva aos países, extensiva às nações. Vem de um grande ser coletivo o apanhado de reflexos de pequenos grupos, familiares, amigos, trabalho, escola, universidades, partidos políticos, agremiações religiosas, quais sejam, a iniciativa apenas do indivíduo passa a não ter a mesma voz se este não se alicerça frente a uma sociedade enquanto ser, do todo, das partes...
            A independência é sempre um modo de se alcançar o conhecimento uno de cada qual, refletindo no outro o compartir a que se chegue em dimensões quase continentais, em suas permutas, em permanecer cada qual nas suas plataformas afirmadas e consentidas a partir de suas experiências, como um rebatimento na história de humanidades maduras e éticas enquanto consagradoras de um rebatimento moral. Esse mesmo moral que não enverga qualquer latitude nas questões criminais, posto a segurança treinar justamente essa integridade. E a independência em equações complexas dessa ordem versa que tenhamos suporte e inteligência necessários para dirimirem dúvidas recorrentes na estratégia de prevenção e combate tático. Nesse ponto nevrálgico de termos bons sistemas a integração por vezes peca por nivelar o conhecimento na prática defasada de outros tempos, aliás, por um lado que se revela positivo, haja vista a importância inequívoca de sistemas conectados e outros que não necessitam estar plugados aos de informação. A aquisição cabal de superarmos o olhar da máquina para servirmos a olhares mais profundos em nossas retinas, leva-nos a saber interpretar melhor o serviço da máquina e a inteligência das lideranças que a compartem dentro de equipes mais horizontais em suas hierarquias. Esse é o ponto crucial a ser levantado para que tenhamos uma inteligência mais equipada com o principal conteúdo de seus aparatos: o fator humano. A identificação mais exata das origens de problemas de ordem criminal prevê a ação repressiva como algo menos necessário, pois enfeixa efetivamente um conteúdo humanitário na reflexão do que levam comunidades inteiras ficarem à mercê de certos grupos ou facções organizadas para a prática de delitos. Essa é a equação social de merecimento da atenção do poder público. Não adianta fazer de um Estado todo um sistema repressor à criminalidade, se todos os setores da sociedade não repensarem um projeto social amplo na distribuição de renda mais justa e equitativa, para que os espelhamentos da ignorância em querer um modo de vida menos cáustico socialmente possa ser combatida por uma educação sem as fronteiras da separação entre os mais ricos e os mais pobres, ou seja, só podemos caminhar para uma inteligência de merecimento se injustiças sociais tremendas forem solucionadas por uma sociedade que prime pelo povo, pois deste deve emanar todo o Poder, soberano e pátrio.
            Pode ser uma concepção mais leiga, no entanto é de se supor que quanto mais a desigualdade imperar, mais problemas recorrentes de criminalidade vão surgir. Não se trata propriamente de ideologia, mas de uma posição lógica inegável, conforme temos exemplos de que uma sociedade sem formação é como abrir espaço para problemas sociais. Um exemplo evidente é o fato de que um cidadão que more em um lugar sem saneamento, e que trabalhe em outra área mais própria, tem o termo de comparação do que é viver de um modo ou de outro. A maior parte dos cidadãos trabalha duramente para conquistar os seus espaços existenciais, no entanto muitos querem a vida mais fácil, mesmo sabendo dos riscos de uma condenação perante a Lei. De forma tal que se espelha em todos os níveis da sociedade, desde uma aquisição indevida e ilícita mais irrisória até os grandes assaltos associados com os crimes da corrupção: em todos os poderes, em todos os Estados, invariavelmente, o que torna todo um sistema incompetente para solucionar problemas assaz complexos em suas culturas nefandas. Por isso conclui-se que uma nação independente de qualquer tipo de exploração imperial ou não, acharia caminhos mais válidos na representação de suas competências e solução de seus problemas estruturais. A validação de ações conjuntas com o imperativo do bom senso, dentro de um padrão verdadeiramente participativo e democrático, vem a nos colocar questões em que se possa contestar finalmente aqueles representantes do povo que ironicamente trabalham contra as frentes de emancipação de todo um país, estas com seu modal de progresso e justiça social decorrentes.

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