Digamos
que a flor não seja a mesma na pincelada de nosso olhar
Como
quando com o mesmo olhar beijamos a superfície do carinho...
Digamos
que a vida nos flutue sem prumo, dentro do navio que somos,
E que no
entanto não navegamos sozinhos, como quando pintamos um ato.
Quem sabe
seríamos a bem dizer mais prósperos em nossas certezas
Quando um
desenho retratasse o suficiente em seu leito branco.
Uma hora
a arte vira um século, em outro minuto, não há mais,
A que um
momento próprio e tentacular olhamos para tal sem saber
Se o
gadget que temos em mãos vai nos dizer o que não sabemos
E que no
entanto não sabemos que vamos prosseguir nada sabendo...
Mas que a
arte não está nas mãos do homem, é apenas uma linguagem
Que pode
residir na estrutura simples de um peixe, a se tornar arte
Quando
sequer soubermos que este também é do mar, melhor que nós...
A um dito
saberemos mais se Krsna nos aponta a direção dos ventos:
Aí sim,
as velas enfunadas, e nos tornaremos seres da arte do ar.
A ver que
uma poesia possa ser arte no vínculo que temos com ela
Quando
nos apercebermos que a leitura vem da arte em sentir
Com a
sensibilidade aflorada na primavera de todos os artistas!
Pois quem
dera se a música apenas não fosse, mas continua sendo
No canto
do pássaro a arte maior, pois suas presenças são ao vivo
E não
pertencem à microfonia anódina de nenhum equipamento.
E
prossegue um amor conjugal, e prossegue este como madhurya,
No que se
não saiba é a grande espiritualidade de desposar a Deus
Com tudo
o que significa outros que podem criticar por não crermos
A tudo
aquilo que se nos impõem como o justo em prosseguir.
E a arte
continua mesmo assim, um sacerdócio pois diz algo
A alguém
que saiba o que se pode ler em que se lê tudo
A todos
um benefício em que a sociedade do Brasil é arte em si.
Pois que
leremos as melhores poesias, enquanto uma molécula de ar
Se mostrar
desnuda ao poeta, enquanto o desenho for uma imagem,
Enquanto
um arpejo no violão se torna um quase arremedo de blues.
Um vento
renasce no coração de um artista, mesmo sabendo que o nada
Compõe melhor
do que aquilo tudo de tintas que desperdiçamos para um tom
De
pintura em que por vezes um tratado todo é menor que um grafite.
De
sabermos da arte, que nos seja dada a singularidade de nossa expressão,
A que não
caibamos na dimensão de querermos aventar a menor possibilidade
De que
não existe arte, ou que um surrealista não possa dar um codinome
A toda
uma produção que vem para encerrar o que não possui término...
Óh
grilhão da consciência, ensina-nos a permanecer um tempo na arte
Para
vermos que toda a arte estimada seja, e que a estimemos sempre,
Pois com
a graça que nos deu a vida a arte permanece incólume
Quando
percebemos apenas que haverá de vir uma cultura diferente.
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