quarta-feira, 15 de junho de 2022

A CESSÃO DO ESPAÇO

 

Cedem-se os dias em uma profusão irrequieta
No que concede da cessão, confessa e igual
Qual o patife que admite seus caracteres
Em pantomimas de um papel circense
Onde o tigre não refaz sombras
E onde os macacos não fazem dos risos, presentes…

E os dias correm na correnteza de outras marés
Onde sufragá-los remonta o clássico viés
De uma onda quase quinta no velcro que desune
Quando aperta mais uma polegada no colete colunar.

Torna-se a noite o apanágio dos vencidos que,
Por ofensas a si mesmo tergiversadas no outro que vem
As jaças que ensombram veredas de diamante
Na lapidação continuada com um bisturi debulha
O milho duro da nossa incontinência habitual.

E siga, de um sono quase merecido o instante da pilha
Quando esta sopra sua energia a um quadrante do planeta
Que não nos versa tanto onde a empáfia do cidadão encruado
Aponta em um carro que possua a lata chique das marcas.

E a água transuda da torneira, qual fonte operante
De se doar centenas de garrafas a quem tenha sede
Ou preparar o feijão a quem tenha de se dar à fome!

Não seja sempre a bondade um modal por transformação,
Mas que, simbioticamente, uma palavra carrega por vezes
Uma pequena transubstanciação plural e encargada
Com a semântica – palavra de uso – que encerre
Nas recorrentes interpretações da semiologia
Aquilo em que a selva dos gadgets se nos apresenta…

De se esperar a química disposta de uma saúde venham
Os seus maravilhosos trabalhadores do dito ofício
Como quem venha de uma música oficiosa de vertente
Que não falta com a colunata cultural de uma questão
De se recuperar a identidade pátria da beleza e da cultura, esta!

Quanto não se leve a questão maior da vida que não seja
Apenas sempre do nunca que já houve e do mesmo que não há.

No de se esperar a reunião de um dia a outro, outras na rua
Apontam para gentes que hão de estabelecer pronúncias outras
Em uma página infinita de seus passos, dos motores que funcionem
Em par de a par, como uma parelha em uma quadrigária forma
Em uma batalha com a luta de cada ser, cada obreiro que toma seu tento!

Houve do dia de Franco, houve pátina escrutinada em mais versos,
Houve história, houve o sofrer das guerras, há do se ver
Que a existência do homem sobre a terra
Por vezes tece a brutalidade algo de sem monta
A nos crermos que meramente consagramos um corpo
E deixamos outros sequer sonantes de vida soçobrarem na miséria.

Não, que remontemos capitães que não sejam de areia
Posto o mundo não traduza a questão máxima de que tudo está
Quando um único pássaro possa anunciar a resistente moda
De acharmos na certeza a profundidade de uma atitude humana
Quando crermos que a humanidade seja de adjetivação positiva, ao menos!

Na bifurcação quase propositiva de um objeto direto
Concordemos que a significação gramatical quase angla
Possui a circunflexão do anódino passo ausente
Quais não sejam significados latentes nas metáforas de vários layers
Sobrepostas nos flashies pouco lineares que evitem as linhas de tempo.

Logicamente, a pressuposição de uma escala de valores dista um átimo
No cerne condescendente de uma suposição anacrônica
De se acompanhar processos onde a história replica a mutabilidade
De questões que não se espalham pelas poesias da infalível pena
Em que esta se torna claudicante, de dentro e de fora
Posto, o que era antes o dia na noite verte-se a lua do dia…



Nenhum comentário:

Postar um comentário