A flor que se perde no tom do causídico
O
vento que sopra indelével
O frio que assola a ausência do
cobertor
O pobre que fuma a droga
O repente que não vê a
autoria
O cordel sem varal de estanho
A olaria sem cadinhos
de pedra
Uma voz que se nos escape no silêncio
A paz que
recrudesce sentimentos de ódio
O convertido titubeante com a fé
de papel
O animal atormentado pelo adestramento
A pele da
vida trocada por outra
O espírito contrito em sua solidão
O
apanágio sincero da medicina
O quinhão reparador da falta
O
fogo serpentino do tantrismo
O prazer ciclicamente insaciável
A
busca célere dos motores
As páginas de um termo de
compromisso
O viés de uma desdita inexplicável
A
superfície de um mar equatorial
O barco de grande envergadura
espiritual
O sentimento de um náufrago em sua garrafa
A
vertente que não tece falsas esperanças
A caminhada de uma
coletividade
O encontro eucarístico
A fé que desloca a
montanha de nós mesmos
Uma celeste paz que revela-se em
guerras
O armistício de dois povos em seus polares
desentendimentos
A via sem retorno dos danados
A
insistência em não se redimir das faltas
O pecado em
pensamentos e palavras
A questão de se saber que não estamos
sozinhos
O feixe dos elétrons ao redor da massa nuclear
O
grafismo que se põe na defensiva da ingenuidade
A pureza dos
puros de alma
O retorno de algo que sequer saiu para comprar o
pão
A bicicleta que se arrepende
O viés insubstituível
das estrelas
Aquilo que os consortes não imaginam sequer
O
riacho de mão dupla
A fonte que seca frente aos sedentos
O
filho do homem e da mulher
O renascimento do amor
A lápide
dos esquecidos
A miséria dos aflitos sem saídas melhores
A
mudança planetária a um mundo melhor
Ou a escala dos
inauditos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário