Andar sobre superfícies côncavas nos faz
deslizar para o centro quando não encontramos o limite da geometria
em suas bordas no anel algo conceitual do referido objeto. Nada do
que não nos permitamos salva-nos deste contexto, assim como estarmos
sobre uma calota mediana e convexa nos traz abrigo nas fugas ao
centro, pois se não fora deslizaremos para as bordas de sua outra e
oposta geometria. Passamos a ignorar a concretude dos limites, o
equilíbrio que há nesses dois pratos, onde quiçá duas torres
ajudassem a equilibrar a paródia contextualizada! Estarmos sobre
essas formas de modo solitário nos remonta um lapso, e sabermos
equilibrar essa oposição nos leva à concretude, a sabermos como
comportarmo-nos perante os níveis em que o stress do objeto que não
se mova nos remeta a uma solução qualquer, assim como viver em
sobriedade nos dá o espaço necessário a que dispusermos a essência
diuturna do conhecimento para democraticamente elucidarmos a
importância da assertiva qualidade da atração entre os seres e
seus processos. A existência passa a ser consuetudinária,
tradicional, vergada sobre a protensão que suspende um vão na
engenharia, uma convexão da esperança no mundo inteiro. Sabermos
desse supracitado processo – entre tantos outros – nos faz
conformes a divergir sobre uma escola em que Saturno se depreende em
seus anéis. Saber do sofrimento que nos perpassa a vida nos
entorpece do mesmo sofrer de quem amamos, e ser da esfera mais
solidária remonta um perfil quase nulo quando a nossa ação não
nos recorre a ser mais sensata. A visão complexa de que estaremos em um
ensaio de erros e acertos empíricos refaz estruturas que
consolidamos na esfera de um pensamento onde o côncavo e o convexo
possam estar alinhados com uma dinâmica de diálogos, ou mesmo da
expressão em sua mais ilimitada possibilidade, sem conferir ou
significar ameaças ao status social ou sistêmico. Do que saibamos
ser a vertente de algo mais esporádico do que esperamos revela o
nível paradoxal, posto a escrita possa ser de vanguarda com todas as
suas letras e, no entanto, os signos nos mostram a perplexidade da
classe que não negue pertencer a si mesma. Se tudo fosse de ordem
classificatória estaríamos em uma situação onde não estaríamos
nem aptos a navegar entre tempestades de amor e ódio. No que um
traduz a bonança, e o outro a semântica dos opostos no absurdo da
poluição da certeza sobre tudo, o que nos deixa mais órfãos com o
coração repleto de rancores. A esse ruído pertencemos – aí sim
– à classe que exclui, que segrega, que contamina a bondade com um
sentimento ruidosamente sinistro, e essa questão torna possível as
contendas pessoais até os limites quebrados entre a paz mundial.
As
nações do mundo que não retaliem, mas construam, que não sejam
despóticas, que encontrem seus variados caminhos pois, se assim não
fosse, seria impossível sequer viajar, posto a guarda de nossas
idiossincrasias particulares por vezes entram em uma vibração de
única amplitude: geralmente a causa da ruptura de mais variada
estruturação tanto material como espiritual. Há que se negar esse
tipo de lapso em nossa existência, pois quem gosta do conflito
obviamente não é o soldado raso: sem seus coletes, sem suas
proteções e, muitas das vezes, sequer armado. O que naturalmente
ocorre em nossos seios sociais é aquilo que muitos dos seres humanos
se aproximam, um pensar unificado em um cerne tipicamente único,
absorto no nada, esses seres em que nos tornamos quando sequer
sabemos a dimensão do que somos e sequer sabemos a dimensão do que
seremos, vivendo em uma decrepitude de tempo ociosamente trabalhador.
Nem todo o aspecto produtivo significa todas as sentenças capitais
do mundo, ou todo o embasamento de quaisquer sistemas onde nos
encontramos… Digamos, nem toda a ciência tem escalas inegáveis.
Ou, melhor dizendo, os degraus seriam mais altos se soubéssemos que
por vezes é melhor nem erigi-los para um lugar que não chega a
lugar algum. Necessariamente, precisamos ter melhor dirigida a nossa
consciência dos fatos e, na melhor das contas, aventar a
possibilidade de que a vida honesta é a melhor parte do ser, quando
na esfera material. Um ser de algo mais sólido, nem que
aparentemente seja excluído, mas que lute diuturnamente para obter
apoio de um merecimento maior, insistindo, bem portando-se, tentando
seu melhor, não se tornando uma esponja etílica, ou fatores tão ou
mais graves quanto. Basta não tornar toda a História pessoal um
lapso, uma lacuna, pois todos nós a possuímos, e o passado vem a
nos ensinar que errar múltiplas vezes apenas nos encaminha ao
fracasso. Essa é a Lei que porventura está escrita na civilização
deste novo milênio, pudera!
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