sexta-feira, 12 de novembro de 2021

CRÔNICA DA PONTUALIDADE

 

          Tivéssemos realmente mais oportunidades, sem a famigerada fagocitose do mercado, em que encontrássemos linhas de financiamento menos extorsivas, seria algo melhor de se lidar, quiçá em uma nova economia, mais solidariamente pungente. O tempo diria mais do que apenas não nos ausentarmos na hora certa, na veemência de sermos quem sabe partícipes de um outro tempo, não costurado pelas pontas, na hora H de se ver o ponto X da questão! Essa demanda do bom portar-se reativa até neurônios adormecidos por alguma enfermidade, e os casos de adicção a substâncias ineptas não nos ocorressem da maneira que vem acontecendo: como fuga da realidade, como a tentativa de atenuar uma brutalidade em que se torna uma sociedade como um todo, em sua própria e quase planejada pontualidade…
          Essas questões de ensaios da truculência vêm em roldões, enganando tempos mais circunflexos, mais retinentes, mais íntegros, ou mais sensatos, se fôramos pensando no aspecto cultural que não se apaga, se aferra, ao menos, ao período da necessidade premente de equacionarmos a via da recuperação em todos os sentidos, melhor dizendo, da restauração. Vêm-se por afinarmos as cordas da expressão, e não copiar para vender ideias alheias, mas capacitar-nos cada vez mais para que possuamos aquelas que melhor se conformem com cada um no seio coletivo, em se pensar que seja mais coerente com ele. Dignar-se a bom propósito não signifique mentir, pois a Verdade reside na intenção humana, de direito e de fato. O bom jornalista não oculte sua própria raiz em dirimir a dúvida das massas por ele alcançada através da dissimulação e do sensacionalismo da tragédia. Pois, do trágico vem a tensão mais acurada no meio social, não que seja pontuar jargões de algum ideário de cartilha, mas vem em razão mais profunda, obviamente transcendendo a própria tecnologia na simplicidade de seu uso, como na escrita e sua simplificação óbvia e de importância fundamental. O jogo dos extremos e rápido como uma formiga lha dê condições, na condição do inseto… Há sociedades já prontas para a modalidade veloz, mas outras andam como pequenas lesmas no empreender do conhecimento. Para tudo sejamos mais da calma e da serenidade quando soubermos que nada se pode acrescentar, e que não festejemos a vitória, e que não evitemos óbvias derrotas, pois é nesse ir e voltar que recrudescemos por vezes pensamentos odientos que nada tem a ver com a sensatez de estarmos vivendo na paz do Altíssimo. Esse é o ponto, essa é uma pontualidade crucial, do ponto, das horas, dos minutos, dos dias e do dia. Nestas vinte e quatro horas de luta interna, preparemos o leito do descanso quando o dia cessa e vem a noite, posto abraçar a luz e comungar com a escuridão gera um cansaço e um desgaste espiritual desnecessário. É possível, mas não compreendemos por vezes as questões mais íntimas de cada qual, seja o ser um atleta, um mendicante, um grande empresário, um trabalhador ou um sacerdote, aqui para enumerar o quase inumerável, pois dentro do esporte, por exemplo, existe todo um universo, assim como em qualquer trabalho, seja físico, mental ou espiritual.
         Há pedras que sempre encontramos em nosso caminho e, qual pássaros, por vezes nelas nos aninhamos, podendo ser inclusive várias em nosso nicho existencial. Delas não dependeremos obviamente se considerarmos que um pássaro que não seja marinho por vezes não precise pousar num abrolho em mar alto e, no entanto, o abrolho é uma das maravilhas do mundo, do alimentar-se dos bichos e de imensas embarcações em nossas costas. Essas mesmas embarcações que tendem a dissipar algumas incongruências, como as do Greenpeace, por exemplo e as pequenas, nos alagados africanos dos médicos sem fronteiras. Apenas esse consórcio de palavras para poder explanar boas e progressistas atividades em uma relação de corajosos homens e mulheres que se apoiam na bondade e transformam-na em ação. Mas temos o óleo, temos um profético Mad Max que a última COP já descarta como um futuro ainda possível no planeta que habitamos, pois não temos a menor possibilidade de habitarmos outro se não cuidarmos do nosso, posto a lata de nossos foguetes ser a mesma dos anos em que começamos a corrida espacial. Não temos a resiliência do ET. Não navegamos na velocidade da luz e possivelmente não somos uma civilização para tanto, pois jamais na Terra encontraremos comburente para tanto. Jamais compreenderemos a teoria das cordas se tivermos ainda o grau de analfabetismo que grassa em nossos territórios pauperizados, apesar dos bilionários poderem fazer seus recreios vendo o nosso mundo do espaço...


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