quarta-feira, 24 de novembro de 2021

SOMOS O FUTURO?

 

            Quem sabe o que nos reserva algum desnivelamento de ordem progressiva, como a falta de comodidade nas vertentes do bom proceder, ou mesmo desse conforto que nos engana às vezes na folia abrupta da ociosidade… Como se não bastasse o horário dos intervalos, e nos pegamos na vez e na hora em que um ser produtivo pode, apesar de estar em descanso, partir para uma ação construtiva, no mais das vezes. Mas que, peça por peça, estaremos caminhando para aquele tom futurístico que já fundiu certos bronzes de Boccioni ou nas suas pinturas da rapidez de uma máquina em que se torna até mesmo o cacoete humano quando nos deparamos com o como e o porquê das intenções em nos permitirmos viver dentro de nosso escopo: criado, projetado e executado com a maestria da tecnologia. Esta mesma com certos padrões que universalizam Ocidente e Oriente com o mesmo passaporte da ciência, mas com dissenções de ordem econômica, na diuturna luta pela hegemonia do mercado. Na bonomia ou na falta de apetite vanguardista, os lados cada vez mais conservadores apenas depositam a mesma vanguarda nas ações de quem detém melhor as ferramentas, lutando a luta inglória de fazer da nação algo sem sal, inerme, aquém e dependente ao mesmo tempo das matrizes, os países de primeiro mundo. Essa dependência conta com o envase de muitos tipos de técnicos que trabalham financeiramente para a entrega das riquezas nacionais para o capital estrangeiro, tornando a nação algo cada vez mais distante do nosso ideal de pátria.
          O requisito indispensável ao desenvolvimento de uma nação é justamente a premissa de sermos racionais e nacionalistas. A razão que respeita a nação, a nação que respeite a razão primeira, o que nos move, não obstante uma lógica funesta possa parecer a solução e, no entanto, nem todo o pensar lógico pode ser a solução, pois o poder pelo poder jamais carecerá dos silogismos das lógicas sem cor. A questão não é apenas planetária, mas este que vos escreve garante que ao menos os países sensatos estão protegendo suas economias e instituições. Seus patrimônios, suas riquezas, suas empresas e seus trabalhadores. A vanguarda supracitada é justamente o know how de conhecer as coisas como sempre se faz com tecnologias independentes, sabendo-se construir o mesmo conhecimento e investindo na ciência com o merecimento ajustado às necessidades de toda uma Nação. Não basta apenas termos armas se na verdade pecamos por não saber fabricá-las, ou também pecamos por não saber fazer nem um smartphone, ou outra ferramenta eletrônica… Antes, devemos ao beabá industrial todas as nossas reservas, posto tornar a Amazônia árida ou “produtiva” não pode e não deve ser a solução, pois trocamos igualmente – no sentido de sermos celeiros – um contêiner de soja por um chip. Em termos de inteligência fabril estamos mais atrasados do que grande parte do planeta. Não temos inteligência tecnológica e não investimos no conhecimento como se deveria, pois apostamos cem por cento de nossas estratégias econômicas à perpetuação do poder, seria o mesmo se dizer que o país promete ter muitas riquezas, mas será mais preciso se dissermos que essas almejadas riquezas são finitas. O saber como, o conhecimento a gente herda para outros e outras gerações, e assim caminhamos para o futuro sem a defasagem de uma monolítica ignorância que nos impele a importar produtos caros devidamente manufaturados, e exportar toneladas de cereal na modalidade de exaurir os solos e destruir biomas. Não adianta sacarmos por um ano a miserabilidade do cenário se, depois de outro ano perdemos o poder, sem nem ao menos o ter aproveitado para fazer reformas estruturais na Nação. Sem tirar nem por, sem democratizar os meios de comunicação, sem mudar – realmente – a maneira de se fazer política, pois não será dando que se recebe, posto para receber temos que trabalhar a nossa boa vontade que deve ser baseada na honestidade acima de tudo, pois o que ocorre é transformarmos um pleito em um balcão de negócios, onde quem lucra mais será aquele preferencialmente vitorioso, nesse jogo sem tréguas.
           Aparentemente, tudo não passa de conservadorismo versus liberalidade, democracia versus fascismo, esperança versus agonia, concentração de rendas versus salários mais justos… Coisas da idade contemporânea, apesar de estarmos ainda engatinhando pelo novo milênio, com recursos amplificados e, no entanto, na vigilância necessária e permanente. Todos nós temos ouvidos para escutar e olhos para ver, e todos respiramos o mesmo ar, ou ao menos temos a Constituição para tal.


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