domingo, 7 de março de 2021

OS VELHOS E OS NOVOS

 

Não se dirá jamais se uma geração está perdida, ou que outra seja
A certeza de melhores tempos, justo porque uma fecha e outra abre…

A data incólume de nossos propósitos não enferruja as palavras
Que, de alto e bom som, hemos por cumprir na soleira de uma porta.

Na renitência somos, reverberamos
A luz que seja, o farol da consciência
O parâmetro que não nos obscureça
Um endereçamento quase hostil
Da crença que nos perfaz úteis
E ativos no grande ativismo do século!

Seremos
mais velhos ou mais novos,
Nem de tanto ser diferentes
Já que oitenta já é uma idade
E cinquenta remonta outra percepção
Que nos vinte já sabem das informações.

Do que não sabemos não basta sermos mais velhos,
Pois das palavras pífias recrudescemos o recrudescer
Nas plagas de uma poesia que não esconde a Verdade.

Apesar de tudo, o que queremos é que a juventude
Cresça em suas razões, em todos os seus pesares
Que por um lado possa parecer obscuro
Mas, que em outro, possa parecer luminar!

Fechando nossas contas do passado
Acabamos por intuir consignas de um tempo
Onde não sabíamos de onde viria o chamado recurso
Ou na reprimenda de ocasião verteremos o chamado
Por encima da respiração da poesia, quem verte, verte,
Por vezes apenas uma sombra, que vem e nos sopra
Para um tipo de cadafalso existencial onde não há
Missão melhor do que espalhar um nada de rancor
Naquilo de ordem e progresso que nos agiganta.

Se tanto fôramos circunflexos, se tanto nos fora,
Se nos parâmetros de nossa existência seguirmos silentes
Não haveremos de espalhar a nossa voz, algures
De um tanto merecedor que revela a própria vez
Em que a palavra pode mais ao verso
Do que algo que não possua sentido seja ao velho ou ao novo…

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