domingo, 28 de março de 2021

RETORNANDO AOS NOSSOS TEMPOS

 

        Quando retornamos a um tempo alterno, quase incontrolável, onde várias ondas se sucedem, quase infinitas perante o ritmo de sua frequência. Serão esses os nossos tempos de então: alternando-se a ignorância com a sapiência? Há que se saber que a intelectualidade reside em um simples bater do martelo. É uma simples questão de sabermos onde colocamos ou posicionamos nosso juízo de valor, a mensuração máxima de nossas possibilidades. Nas nossas veias encontramos o fluxo da vida, e é a partir desta que, convenhamos, enaltecemos as mesmas possibilidades. Na álgebra dos nossos encontros não haveria tanto a moeda cunhada, mas alguma sabedoria a descoberto, um nível taciturno de nossas querências. É como comunicar-se com o inaudito, uma razão interna que nos aprochegue nas nossas vicissitudes. A questão, em uma simplificação semântica, é de uma natureza de caráter que nos leve adiante, para uma camada de compreensão quiçá nas bases do mesmo entendimento… Essas fluências em um idioma pátrio que nos conserve nas hierarquias coerentes naquilo que vem depois de uma obra de filosofia, ou de uma crônica do non sense. Haveremos de nos adaptar a qualquer ordem social, ou buscar na luta por direitos essenciais os projetos de se estar vinculado à realidade até a medula? Questões aparentes, ou uma maior que se nos anuncia a vanguarda de nossos tempos?
        Outro modo iniciante de nossos maiores pressupostos dariam nas telhas de nosso crânio a vertente mesma de um cérebro mais pesado do que o da mulher, mas não sabemos se Beauvoir ou Kahlo seriam menores do que o Zé Bonitinho. Obviamente, o cérebro é uma questão de sinapses utilizadas em seus modais mais profundos, e o pensamento de Simone não será em vão, e a pintura de Frida é o México em pessoa. Não que não pudéssemos antecipar algum obstáculo que desvanecesse a literatura, ou mesmo um pensamento expresso em todas as nossas latitudes. Quem dera pensarmos que seríamos gigantes se todos os nossos companheiros conseguissem uma colocação. Mas o mercado não é assim, não permite o pleno emprego, justamente o contrário para o achatamento salarial e seus arrochos.
        A vida de um ser consciente pode estar residindo em uma mosca, como falava Sidarta Gautama, o Bhuda.
Na nossa encarnação seríamos tantos em tantos que uma teoria de linguística não existiria perante o caudal da Natureza. Visto como patos selvagens riscando o céu em suas geometrias, e um cão de rua vivendo das sobras, nisto de não ser tão possível se não fora esse ser. Quando se resgata um ser humano de uma situação catastrófica vemos o remédio da solidariedade conformar o desejo esquecendo um pouco a ganância. Se uma grande parcela da população se encontra em situação de rua, o motivo maior dessa exclusão é sistêmico. Não há como você adivinhar que a próxima manilha de concreto vai sanar o problema do esgoto a céu aberto mas, se houvesse recurso e boa vontade política isso poderia ser realizado aos poucos, pensando-se em projeções de vinte ou cinquenta anos.
         Retornar à era atual remonta que nem que um processo irrealizável e útil para um país como o nosso não permita a que ao menos pensemos no assunto. Mas que se tenha esperança de que o Brasil cresça em valores gloriosos, como glorioso é um dos mistérios do terço… Reparemos em uma redenção libertadora, mas não aos moldes de se ferir a nossa Carta Maior. Aqui temos a capacidade de rendermo-nos à falta da culpa que vem de dentro para fora. Nem todo o homem tem seu preço, apenas quando a desesperança total encampa a sua mente. A jaça em torno do diamante em nosso território que se torne uma mácula, uma certa marca bem quista, pois é a partir desses diferenciais que se pretende confirmar a nossa independência como Pátria! Apenas desse modo olharão para o nosso País e definirão o conceito que agigante nosso orgulho.


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