Um dia a mais não seria suficiente para
tomarmos tento com as nossas angústias e preocupações? Não será
suficiente pensarmos que as nossas veias regridem quando a Saúde
pede clemência em todos os níveis…? Pois que este dia em que vos
escrevo possa trazer de algum modo o alento de um sobrevivente que
cuida de sua mãe. Quando a vida está em jogo, pudera, transformá-la
em jogatina, como se uma cafetina ensaiasse as regras do mesmo páreo,
onde perdem os inocentes de espírito. Convenhamos, a incompetência
rende graças ao nosso país. Se não seja intencional, vemos motos e
cavalheiros uberizando
a sua própria conduta. De irmãos o inferno anda repleto e não
adianta darmos as cartas sobre quem vai ser a próxima vítima do
descaso. Parte
do que acreditamos não é parcela do inconsútil, é história com H
maiúsculo, não vitima e nem perece!
Arredondando os fatos,
beiramos uma colapso em nosso pensamento, assim, do crime em fazer
perecer muitos corpos, de uma luta sem igual, de gente que está na
linha de frente criteriosamente exaustos, conforme relatórios da
saúde mental dessas populações. Não há porque estarmos com
gentes que esperam exíguos recursos, na busca que efervesce no pano
de chumbo que nos atravessa o olhar. Uma imagem plúmbea, um oceano
negro nos evanesce às
sombras que nos tornamos, claudica vozes sem estribeiras, abre
frentes absortas em um descaso, retira as esperanças de um máximo
infantil, faz-nos, enfim, reféns do nada. Sequestram-nos em nossas
vãs tentativas, retirando do jugo terminante os recursos que somem
de nossos justos companheiros. Não há porque temer, camaradas,
posto a linguagem recíproca virá a contento no mais silencioso e
abraçado tempo. Temos esse tempo a cumprir, e o isolamento evoca a
pena de estarmos um pouco presos, mas como se fora uma fraternidade
entre as cadeias, os elos que nos unem de maneira perfunctória,
sabendo que dessa vez o juiz é amigo do cárcere… E
o juiz reitera: os culpados estão soltos e os que foram efetivamente
presos por vezes recebem o perdão de uma injustiça que vem lá de
trás. Como um amálgama silencioso os tijolos recompõem o edifício,
mas não aqueles construídos sem recuos e com um acabamento inóspito
mas, justo, uma edificação sólida em seus andamentos de carteiras
assinadas… Os operários continuam a trabalhar, e o simples homem
da roça meio que costura seus remendos. A sua terra, o seu trabalho
de alimentar as gentes no nosso imenso país. E, trocando em miúdos,
o poeta está muito bem vivo, agora abraçando o Outono como esta
estação mais amena, respirando dos
frutos ou das folhas, um pouco assoberbado porque já não é mais a
estação das uvas niagaras.
Pudera, aos sonhos que temos por cumprir vem o corretor ortográfico a
ensinar como nos aplicamos em meio à chuva.
Que essa carta se
endereça dentro de uma garrafa de Concha y Toro, devidamente seca…
Sei lá para que lugar for, mas que faça longa a vereda pelos
oceanos, e que não se quebre no penedo. A saber, que encontre um
lugar não defronte a olhares cegos, mas à intermitência das
atenções que se renovem a partir do momento em que participamos de
algo que possa encontrar na dialética espiritual a reforma de todo o
pensamento que não nos paga a nossa carne mas que, convenhamos,
rechaça as tentativas com um fundo da religião como o religare
latino, a
fusão, o reconhecimento do animismo, o Ponto de Mutação, que tanto
Fritjof Capra nos revelou em seus escritos já nos anos 80. Se é de
tomar medidas, o cartesianismo do Cogito
Ergo Sum
já não revela tanto das coisas mas, em contra partida talvez a
gente, como Capra, continua no seu dia após dia existindo como
tantos que esboçam seus pensamentos para quem quiser atuar neste
grande teatro do planeta Terra!
quarta-feira, 24 de março de 2021
UM DIA A MAIS
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