Muitos fervem em suas questões
quando a farsa se apresenta em seu favor. Outros obscurecem o seu
modo de ser e passam a ser seguidores de outras farsas, de propostas
que não se recusam, quando a popularidade vem enfeixada da mentira…
O que se encontra em algum lugar pode estar somado por outro, em uma
linha vertiginosa da ignorância. Essa é uma modalidade que nega a
coisa concreta, que devaneia quando a Verdade deveria estar presente:
não desejam – muitos – propriamente isso. Esse proceder
multiplica-se velozmente quando o que deveria depender de bom senso é
apenas um non
sense,
que por vezes vem encaminhado através de uma fé aparente em um deus
de dez mil megatons. Um
deus da exploração, do encarceramento, da solidão compartilhada
aos pares, quando na verdade só se pensa na libertação quando o
ganho é alto, e aquele que é rico alcança com mais facilidade esse
estranho modus operandi. E todos que se ajudem pois o salvacionismo
acaba passando pelo conservadorismo titânico que não olha para o
passado, e vê o futuro como um lugar onde todos usam terno e são
prósperos em alguma terra santa. Essa
civilidade de cartilha não parece proceder bem com a realidade,
visto na zona pauperizada é que reside muito daquilo que se espera
de uma cabal libertação, posto seja nas vilas operárias é que se
espera o pleno emprego e, nas favelas, o pronto restabelecimento de
uma paz que todos querem, e não os conflitos deflagrados pelo crime
ou pela milícia, que hoje igualmente é vertente daquele… Sabe-se
que o modo material não fala muito à fé, mas conquistar direitos a
poder se dedicar ao espiritualismo é resultado de equação onde
dois mais dois é quatro! Poderia ser cinco, dez ou cinquenta, mas a
questão de ordem levantada é que apenas os que atingem maior
consciência existencial podem afirmar sua fé, ou mesmo acreditar no
próprio materialismo, em seus diálogos. Benedetto Croce foi um
expoente do pensamento italiano, e por si falava às várias
tendências, sendo um historiador competente, tendo
influenciado outros filósofos em suas assertivas, a se nomear um
homem que tinha uma boa potência de pensamento. Tanto havemos de
pensar em qualquer assunto que nos revele uma boa maturidade
filosófica, a saber, nem todos somos abstêmios de linguagem! Se
apagarmos parte da diversidade, decrescemos em número, como em uma
aritmética que não nos negue jamais a veracidade das contas…
Em
um tempo equidistante ao século dezenove vemos personalidades
surgirem com estatura intelectual imensa, o que não nos falte neste
século vinte e um. Na era das Guerras Mundiais, era estranho não
ser duro o suficiente, pois resistir era a palavra de ordem. Resistir
ao conflito e à violência, como seria a palavra de ordem em tempos
tão tenebrosos. Hoje, temos a Síria destruída e uma situação na
Palestina em que jamais uma intifada dará abertura para possíveis
negociações. É
um fato recorrente o sionismo internacional, e uma busca justa de uma
situação mais humana nesses territórios. Não se há de conviver
com radicalismos dessa forma, que não transigem com a ocupação e
nem com uma intervenção contínua nos territórios ocupados na
Cisjordânia e na Faixa de Gaza. Há que se pensar em uma saída para
a violência na região, que acaba por construir um campo de
concentração a céu aberto para os palestinianos.
Podemos
pensar em uma matemática que ocorre a partir do descaso mas, em
oposição, pensar em uma matemática conciliadora e humana… A
calculadora está em nossas mãos, e será por cálculos positivos
que vamos entender o que é progresso e o que é regresso.
Obviamente, nosso inimigo maior é a Covid 19, e esperemos que o
número 19 dê uma trégua ao nosso século 21, posto aprendermos
mais é nossa tarefa consciente nestes anos meio de chumbo que
enfrentamos por aqui. A
nossa tarefa passa a ser de somar coisas progressistas para evitar
que caiamos em um ostracismo moral perante a comunidade internacional
ao mesmo tempo que criamos comunidades em nosso país de
desenvolvimento pleno de nossos ideários mais profundos e de nossas
práticas concretas.
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