segunda-feira, 8 de março de 2021

A RAZÃO PRIMEVA

 

Dos interstícios de um pretenso regime
Ouvimos uma razão vindo dos canais litigantes
Que, ao ligamento das palavras
Mal sabemos a luz que encerra essas proposições!

Assertivas bem fundadas, a crença no Direito Universal
Mesmo quando nos apercebemos da categoria dos médicos
Ou da sensaboria que nos atravessa nossos frágeis estômagos.

Que nos vertam palavras maiores, que não entonteçamos
Por outras quaisquer razões que nos sejam mais fracas:

E que, no entanto, conhecemos nos vórtices das tempestades…

A se dizer, quem sabe seremos mais sérios quando nos fortes
Nos engrandeçamos mais, e do que se falar de onde vem a força
Se sabemos que a onda que nos aflige não é a dos desesperados,
Mas daqueles que possuem a esperança de tudo se acertar, quem sabe!

Miro mi perro, e ele me fala da vida e seus percalços, quanto tosse
Na sua cardiopatia, e me ensombra que ame tanto esse ser
Que por ele faço muito dos cuidados inerentes a um verdadeiro
Companheiro que se antepõe ao mundo com a sua inocência!

E essa excelência de ser inocente me invade: pobre poeta que sou
Quando, na vigília do bom entendimento, vejo uma pátria
Que – porventura – possa esquecer de seus problemas
Quando cogitam a tirania como modal,
ipsum facto, de seu momento…

Não haverá mais um subterfúgio a deflagar uma espoleta em nosso jardim
Posto, enquanto nobreza de caráter, somos as gentes que não nublam os céus
Mas, se for necessário, vertemos as próprias e pessoais chuvas sobre a Terra
Que, por vias dos incêndios criminosos, precisa do alento da Natureza.

Se essa querência roga que não consumemos algum fato inóspito a nós mesmos
Reverberemos nossa semântica de esperanças nada vis, posto em uma questão
De vida ou não vida, de sabermos que a situação é gravíssima, apenas
Uma liderança cabal e oportuna, de seu viés humano, é que pode nos salvar!

Se tanto nos fora de óbices de ocasião, não queiramos retroagir na farsa
De pensarmos que é no final do Juízo que se encerra nosso tempo,
Haja vista sermos mais do que urgimos ao Nosso Senhor
Nas libertações de nossa gente, e que vença o melhor!


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