sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

CESSA UM CAPÍTULO EM QUE A NOITE ADORMECE COM CARINHO TODOS OS QUE SÃO IDÍLICOS NESSA AVENTURA DE AMOR E DE SOMBRAS...

CHEGA UMA HORA EM QUE TODO UM ESFORÇO VAI PARA ALGUM LUGAR, QUE A GARRAFA ENCONTRA UM DESTINO NO OCEANO. É AÍ QUE SOBRENADAMOS MAIS EM BUSCA DE OUTRAS.

HÁ QUE SE TER FÔLEGO PARA ENFRENTAR CERTAS VERDADES, POIS ESTA MESMA VERDADE QUE PARECE AUSENTE VEM DE MODO A CONSUMIR POR VEZES MUITOS CONCEITOS QUE IMAGINÁVAMOS EXATOS, DENTRO DE UNIVERSOS DE COMPREENSÃO MAIS CURTOS E ÁRIDOS.

AOS QUE ADMINISTRAM, QUE O FAÇAM AO MENOS BOAS MANUTENÇÕES, AOS GESTORES, QUE AO MENOS FAÇAM JUS AO SEU SIMBÓLICO E TECNOCRÁTICO MODAL DE ATUAÇÃO, E AOS LÍDERES, QUE NÃO FIQUEM NA PROMESSA, MONTANDO CERTOS TABULEIROS COM PEÇAS MANIPULADAS.

ANTES DE SANEARMOS A CIDADE, DEVEMOS NOS DESPOLUIR OS COCÔS DE NOSSAS CABEÇAS!

A VIA DE UMA CIDADE SE COMPLETA QUANDO PENSAMOS QUE SEUS RIOS PODEM SER MELHORADOS, AO INVÉS DE PERMANECEREM OCULTOS DE INVESTIMENTOS NA SAÚDE DAS SUAS POPULAÇÕES.

POIS SIM, QUANDO ALGUÉM DESCOBRE QUE AS AMARRAS DE SEUS BRAÇOS LHES PERMITE VOAR, ENCONTRAR OUTROS COMPANHEIROS PÁSSAROS É APENAS UMA QUESTÃO DE TEMPO, MESMO QUE AS AVES MIGRATÓRIAS JÁ TENHAM PASSADO EM SEUS CORDÕES OU GEOMETRIAS DO CÉU.

SE TODOS OS OBJETOS, CONSTRUÇÕES, ÁREAS, CAMPOS, SÃO GERADOS A PARTIR DA NATUREZA E SEUS RECURSOS NÃO HÁ PROPRIEDADE QUE NÃO SEJA DELA.

UM HOMEM NÃO PODE TRAIR UMA MULHER, NEM VICE E VERSA, POIS HOJE EM DIA ISSO JÁ É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA...

A VIDA TORNA-SE MAIS INTERESSANTE QUANDO FECHAMOS O NAVIO FRENTE À PROCELA E ESTA PROTELA QUANDO ESTAMOS AUSENTES E RETORNAMOS AO LEME ATRASADOS PORÉM EM BOA HORA!

HÁ UMA RELAÇÃO DE TROCA EM QUE A MERCADORIA AGREGA NO ATO DA ENTREGA OU DELIVERY UM VALOR AFETIVO: PEQUENA CRIAÇÃO DA INVENÇÃO ILUSÓRIA E CRIATIVA DO LUCRO QUE PRETENDE GANHAR COM CARÊNCIAS.

A FALTA DE PERDÃO HÁ DE SER PERDOADA, AO MENOS QUANDO A DEFESA FOR ESTRITAMENTE NECESSÁRIA PASSAMOS A AGIR PARA CORRIGIR ABUSOS E CONTENDAS QUE DESARMONIZEM O BOM SENSO CIVILIZATÓRIO.

O CÓDIGO QUE DEVE PARTIR DO SER HUMANO DEVE SER DE UMA HONRA CRITERIOSA QUE PERMITA A MANUTENÇÃO DO BEM QUERER A TODA A HUMANIDADE.

A ANUNCIAÇÃO NÃO VEIO EM UMA EMBALAGEM DE HAMBURGUER, NEM NO RÓTULO DE UMA CERVEJA, POIS A LUZ QUE EMANOU FOI O BRILHO DA ESTRELA DO VENTRE DE MARIA QUE SALVOU O MUNDO QUANDO MOSTROU AO MUNDO QUEM SOMOS CRUAMENTE, APARENTEMENTE SEMPRE, APARENTEMENTE PIORES E PARADOXALMENTE INOCENTES COM NOSSAS INFANTILIDADES.

A ESPERANÇA VERDADEIRA ESTÁ QUANDO COMPLETAMOS O CICLO DE COMPRAR DISTANTES ALIMENTOS, CONSEGUIRMOS AQUECÊ-LOS COM POUCOS RECURSOS E ALIMENTAR A PRÓPRIA CURA DE NOSSAS ENFERMIDADES EM RELAÇÃO COM O MUNDO...

NÃO PODEMOS DEIXAR QUE A VIDA SEM ESPERANÇA TORNE UM RIO MAIS VULNERÁVEL PELA FALTA DA FORÇA EM LUTARMOS.

NOS VERDADEIROS PRESÉPIOS DA VIDA, TEMOS MUITAS MARIAS E MUITOS JOSÉS, POIS SER MÃE OU PAI É A COMUNHÃO DE UM BROTO SURGIR NO HORIZONTE DE TODOS OS SERES, HUMANOS OU ANIMAIS.

PROVA DE QUE A POESIA NÃO FENECE É A PRÓPRIA MÃO QUE NÃO ADORMECE E QUE SEJA LIDA NOS SÉCULOS QUE NOS AGUARDAM, E QUE SEJA DADA A LARGADA DOS HOMENS DE BEM.

SE A VIDA FOSSE TÃO VÍVIDA COMO UMA ERVA NO DESERTO A SIMPLICIDADE EM COMPREENDÊ-LA ESTARIA NAS NOSSAS MÃOS EM CONCHA DE CARINHOS.

HÁ MUITOS QUE TENTAM SALVAR, OUTROS CONDENAM, MAS ESQUEÇAMOS DE JONAS, POIS QUE A BÍBLIA ESPERE A ETERNIDADE PELO GRANDE JUÍZO QUE NÃO É FATO IRRETOCÁVEL POR UMA HUMANIDADE AINDA NA LUZ.

A DIÁSPORA ENTRE OS POVOS NÃO DEVE SER O CAMINHO QUE TRANSCENDA O BOM SENSO, POIS DE TRANSCENDER ESTÁ A OBRA ESPIRITUAL, E NESTE PLANO NÃO HÁ CONTENDAS POSTO O PARAÍSO EXISTIR.

POR QUE NÃO DIZERMOS DEFINITIVAMENTE QUE CRISTO É O MESSIAS PRESENTE, EM QUE PALAVRAS PODEM SER A VIDA NO CAMINHO ATÉ DAQUELES QUE NÃO O CONHECEM COMO TAL?

QUANDO UM HOMEM OLHA PARA O SEU PASSADO E CONFESSA, COMO O POETA, QUE VIVEU, PODE PASSAR A SE APROXIMAR MAIS DO MAR, TECER A ÁGUA EM SEUS PÉS E OLHAR COM MAIS PROFUNDIDADE EM DIREÇÃO AO HORIZONTE.

A TÍTULO DE EXPERIÊNCIA, REPRESENTAR CONTEXTOS QUE SE LIGAM É RECRIAR NOVOS E TENROS SIGNIFICADOS...

A BRAVATA NÃO EDUCA

            Condiz sermos puros... Que pureza, senão a transparência, a decência, mesmo que não tenhamos tomado banho na semana e que nossa pele seja qualquer pele, a máquina humana! Tenha-se dó, isso tudo não existe. Não é através de truculências de teor ao querermos impor qualquer coisa a alguém, pois seja do justo firmarmos: caro operário, vamos colocar mais dois seus para que aumentemos a produção em três, pagando igualmente o que você ganha aos outros, que você ganha bem, e ao auxiliar justamente. Por favor, erga-se no seu lavoro, você é grande porque trabalha bem, e eu não pretendo jamais explorar ninguém, pois sou decente quanto a esmeralda dos olhos de minha mulher, compreende? “De acordo”, apenas, “ok!” Outra coisa, teremos noção mais evidente da produção quando você tiver apto a passar de escala a escala, pois quanto mais você puder produzir, eu agrego mais valor diretamente proporcional ao seu ganho, e que não me chames de patrão, mas de administrador, pois bem sei que a minha gerência é aceita pelos donos, a respeito. E mais, ofereço a vocês a possibilidade de lerem bons poetas ou boa literatura, história, pois possuo bons livros e professores auxiliares que lhes permitirão melhorar a compreensão de nossa pátria, quem somos, e etc. Se vocês possuem dúvidas, não haverá maior problema, pois Edivaldo, o sênior, é bem mais velho que vocês todos e trabalha aqui como professor e mestre geral, e é meu querido sogro. É dos nossos, aliás, quem não seria, se não fosse assim? That’s the question... Um pouco de inglês não faz mal. Compreendam todos que o ensinar-se algo é escola de todos, e pode ser de qualquer sistema em que nos encontramos: o justo, o que queremos, o que podemos.
            Algo de desenho seria outra escola, algo de versejar outra, a pintura... Qual não fosse, transformar o país em uma escola, usar as redes sociais para aprender, sempre estudar, pensar nas duras penas que não importa o lugar, pois se você priva com irmãos, passando necessidades, o estudo é modo de uma ação que nos move, que nos leva adiante, que torna a resposta positiva um insight, ou melhor, uma motivação consciente e saudável, para o melhor, para sermos melhores... É isso! Não há que pretendermos que essa mensagem tenha algo de espírito, pois é o autor que tem estudado o suficiente para dizer com propriedade que nunca lhe tiram da cabeça o conhecimento, já que o que conquistamos em nossa vereda pela vida em si é a mesma esperança de ouro que possuímos consignada em nossas existências. É fator, é concretude e conquista, é o que leva-nos a progredir cada vez mais, e não é passiva, de ficarmos esperando, não é esperança de esperar, que seja, não é essa espera turva em que depositamos tudo nos outros. Nós mesmos fazemos por conta, não importa, conectados ou não, ou com um caderno e uma caneta apenas, somos os mesmos dos grandes servidores da informática. O nosso cérebro é a máquina mais perfeita e já está conectado há muito tempo, com os livros de papel, com as andorinhas que voam além das superfícies digitais, com o sorriso de um ser humano que não se acovarda quando desconectado, ao vivo e a cores. Sem rancores, conhecer na bravata não dá o ligamento esperado. O que nos educa é a compreensão de que podemos até compreender o computador, mas acreditar que isso seja motivo de isolacionismo ou condição existencial, ou mesmo superioridade em relação a uma mosca, por exemplo, não convém com as novas e esperadas estruturas da sintaxe evolucionista. É no justo que caminhamos, e o operário ganhará mais quando a sua produção aumentar, essa deve ser a lei para todos os operários do mundo. E a todos aqueles políticos que cumprem pena no país que aprendam com seus erros, que tornem-se melhores, pois a questão do perdão quando cumprirem merece a atenção de todos os camaradas, pois quem fica ciente no mundo é sempre aquele que adquire experiência por algum dia ter pago pelos seus atos. Infelizmente, a um tipo de maioria neste sistema capitalista, a quem lhe fosse dada a oportunidade de lesar sua pátria ou seu semelhante e se manter incólume, não poderia jogar as pedras sobre aqueles que foram considerados culpados.

O CONHECIMENTO COMO FORTALEZA

            Dada uma equação, há uma presteza em resolvê-la, mas sem o conhecimento suficiente o resultado não será exato. Não sendo exato, quando da matemática, não estará certo. Como em uma lógica onde passou-se pelo conhecer da própria existência, um escritor pode dizer com uma corrente verdade ao menos a busca por esta. Para citar um exemplo da matemática básica em uma equação do segundo grau, o resultado ou raízes da equação, quando o delta é maior do que zero, segue sendo o domínio de um conjunto contido na Verdade, ou seja, um resultado de cálculo é verdadeiro enquanto correto, dentro da limitação dos conjuntos onde se está inserido como uma premissa do enunciado do problema. No plano humanístico sabemos do ser coletivo e igualmente do ser individual e suas interações. Quando as interações do ser com o seu entorno é de cunho mais horizontal, cessa um pouco da soberba em querermos crer apenas no moto contínuo das diferenças de frequência, vistas enquanto certas inacessibilidades meio burocráticas. Imaginemos um plano como entidade geométrica e suas assimetrias, e estaremos aptos para conhecer o que é uma navegação – mesmo em terra – de nossas próprias superfícies existenciais. Onde um conhecimento de um indivíduo pode sobrepor-se à coletividade quando esta possua em número aproximado dinâmico de trocas a versatilidade para aceitar uma solução simplificada de um problema, alçando o indivíduo a uma representatividade do pequeno coletivo, a ser espelhado em maior número a outros. Mesmo enquanto dinamicamente a origem do conhecimento esteja bem ocupada em avançar mais e mais na solução e sustentabilidade, em termos amistosos sempre, porquanto educação dinâmica que ocorra sempre nessa igualdade de condições em que se nos permita progressos maiores.
            Não há porque ocultarmos da população que pensamos seja de menores luzes o que se passa na ciência de vanguarda, ou ao menos o conhecimento da história, ou, a se bater em um velho ponto, a educação como um todo. A ficção não explica a ciência, mas às vezes pode quase profetizá-la quando de boa arte e engenho. Mas isso sempre passa por suposições, e o teatro de revista, o folhetim das séries pode imitar bem a realidade, mas é sempre uma montagem ilusória desta. Quem se dá uma importância mais meritória por pensar algo que crê seja melhor do que outra, quem sabe, não detém a Natureza mais fundamental de um fato que pode ser escrito com outros contextos, com outras espacialidades de vernáculo. Por assim dizer que o que se lê é por vezes menos do que o que se fala, parafraseando os gregos onde o diálogo podia ser o mito. Se não sairmos de uma realidade que se impõe como a única, sem partirmos a discernir que a arte abstrata e o surrealismo seja a fonte que nos aproxime de um onirismo de caneta, sim, expormos algo a alguém como resultado de um rabisco de tintas, a sabermos que a mão não nos falte nunca, pois esta mesma mão referida é a maestrina de uma batuta que rege a expressão mesma, seja artística, seja artesã. A vida em um caudal de merecimentos nos coloca em um tipo de retaguarda onde nos apoiamos apenas na tecnologia, e onde ontem era uma arte de plasmar hoje vira fabrico visual... Na verdade as possibilidades se voltam a uma grande biblioteca, onde podemos fazer suceder fatos, onde estes ou outros fatos podem ser manipulados, onde toda a abrangência do que pensamos ser a manifestação da matéria vem encapsulado por teores não apenas ilusórios porquanto místicos e, no entanto, muitas vezes paradoxalmente necessários.
            O conhecimento concreto vem a ser o referencial de como um homem, como uma mulher, uma criança, podem se situar no que se confecciona, no lavor, no fazer algo, na construção, na engenharia, na técnica das razões do direito ou no ofício mesmo da poesia. Em muitos desses campos de atuação não se busca o ganho, mesmo porque hoje um poeta é apenas um sonhador, e praticamente todas as empresas dependem do marketing bem direcionado e bem colocado frente a uma sociedade de mercado que coloca a embalagem e seus processos à frente dos conteúdos. Apenas no que é indispensável – seja um serviço, uma riqueza ou um dom muito arrojado – segue participando de alguma forma com valia nesse esteio, nessas vertentes de uma economia que alija, ao invés de fornecer, ou contribuir para um saudável andamento social. Esse é um conhecimento, ou uma tomada de consciência muito importante, pois sabermos que existem muitos países, e que alguns seguem mais justos, e outros mais refratários nas questões das humanidades, nos fará seguir por nossos rumos com um esteio ou sabedoria que nos tire muitas vendas impostas por uma questão de facilitar a manipulação, a saber, que uma população menos conhecedora não pode por vezes sequer afirmar a sua identidade. É por essas e outras que sabermos conhecer nos tornará mais fortes, apesar das motivações em contrário...

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

VERDADES DE RAZÕES ALGUMAS

            Saberia dizer Murilo de outros caminhos que não fossem aquela obsessão por Cláudia. Disso sabia dizer, o muito daqueles que sentiam se sensibilizar pela história, por um perfil construído algo com metáforas gastas, o muito do se predizer, pois era realmente previsível quando começava a tagarelar bulhufas. Mas Cláudia vinha à tona, e esta, de um caudal transparente, o colocava sempre na posição vulnerável, mas merecida, pois este continuava insistindo em versões hipócritas, meio no absurdo de querer conquista-la. Ela sentia um incômodo e reiterava como uma professora que ensina modos a um menino... Ensinava que os caminhos de que falava Murilo não seriam jamais trilhados, a não ser por aqueles contidos no imenso núcleo do que não era incerto, posto comportamentos traduzidos por um simples parágrafo: algo de aceite, não tanto da contestação em si, mas a profundidade necessária de que outros partilhavam fora do espectro não se sentia nesse núcleo. Meio de dar dó a obsessão que sentia um homem que não aceitava a superioridade moral e ética de uma mulher.
            As verdades possuem razões, e a idade da razão não é numérica, quantitativa, pois tantos e tantos não ultrapassam o limite de seu próprio e fraco conhecimento, a se existir apenas na dimensão projetada ao “outro”, do que esperamos que o outro faça ou se pronuncie, na medida em que possamos nos colocar no lugar desse outro. Insistimos por vezes em cristalizar erros imponderáveis, sem mitigar no cerne a sede de acertarmos sempre, na roda viva em que no início talvez tenhamos errado. Essa equação colocamos no encaixe de muitas situações, transcendendo as relações humanas, nestas reiterando que o respeito se prolongue a um entorno mais universal, como no simples exemplo de que pensemos melhor ao cortar uma árvore, ao capitanear desastres que podem ocorrer por ação não consolidada e prevista dentro de um planejamento inicial e raiz do fundamento do que se pretende como objetivo, pautando-se pelo humanismo como premissa básica e fundamental para que ainda saibamos ser respeitados como raça humana. A premissa de que não somos apenas a espécie, e que o conceito de raças distintas inexiste na antropologia moderna, em que podemos titular portanto que sejamos uma raça apenas, ou humanos no mínimo a se pretender que sejamos: um ser pensante, de luzes passíveis a qualquer um, pois o breu da escuridão fenece quando trazemos as luzes do amor e do conhecimento, da solidariedade e do perdão, do consentimento, da piedade, da bondade e, para alguns, da fé.
            Amanhã será um dia bom, isso a humanidade deveria decretar: um dia em que se pense em não agredir, um dia em que estejamos mais seguros todos os trabalhadores que com sua honestidade e garra fazem destas festas de fim de ano o agraciamento particular com suas famílias e amigos. Amanhã pensemos não em um Juízo Final, mas o nascimento do Filho do Homem que está presente para nos salvar, pensemos nas luzes que nos traz a aptidão para conhecermos essa consciência ipsum facto. Que o Deus seja de qualquer religião, e que sejamos continuamente nobres para levar essa compreensão sob todos os aspectos e não somente no amanhã de agora, mas para todo o sempre.
            Agradeçamos por tudo e acendamos uma pequena vela, que seremos milhões e milhões em nossas boas ou mais toscas casas, na medida em que passemos a acreditar que caminhamos de boa vontade para que todos possam ter uma vida mais digna, nesta forma de lutar para melhorar em todos os rincões do planeta onde haja injustiças, onde o pão não se reparta, onde olhamos para os necessitados como a estranhos, tal a intolerância que por vezes nos salta ao ego.
            Pois que Murilo compreenda a mulher, e que a mulher compreenda o homem, e que ambos tenham as suas livres escolhas... Que a escola pense melhor, que os professores ensinem a pensar na realidade que se nos apresenta e que pode ser dura e, no entanto, passível de mudanças. Que uma real libertação seja a página que esperemos encontrar na nossa própria literatura, religiosa ou não, e que pensemos duas vezes em tentar convencer um crédulo em outra crença, pois não há realmente nenhuma religião superior a outra, seja evangélica ou de umbanda, posto dever de todos é respeitar a cada qual conforme sua individualidade preservada, na coletividade que encerra nos canais de percepção e conduta, por vezes a inquietação natural da busca em que encontramos as saídas para o conhecimento, e a saída pela fé, seja em uma prática diária, seja em um texto, seja na arte, na religião, ou na opção clara de não possuí-la necessariamente.
            Os pontos de vista, neste novo século que se apresenta tão conturbado, geralmente pode ser multifocal, pois as tecnologias se apresentam em micro ou macro processos, em sistemas que pensamos não existir e que no entanto já fazem parte de nossas vidas. Mas quando fincamos o pé na realidade mais concreta devemos saber que a riqueza de um país deve ficar dentro dele. A citar três exemplos cabais: o petróleo, as selvas e a água. Nada tem sentido quando usurpam a riqueza de um país, e seguimos lutando bravamente para tornar o Brasil a nação emergente que foi estancada há meses e que deve, como fator de esperança para os brasileiros, continuar a ser hoje o país que mais Natureza possui... Mais riquezas, uma gente que é maravilhosa e batalhadora, que igualmente faz parte da força que emerge dentro de um panorama em que podemos sair – unidos – vitoriosos de quaisquer crises: política, social e econômica.

domingo, 17 de dezembro de 2017

UMA HISTÓRIA SEM PORQUÊ

            Um homem saía pela porta da frente, deixando as chaves outras sobre a pequena mesa da sala. Que fosse, pequena peça do mobiliário, talvez houvessem outros suportes, um sofá, uma cama perto da porta da frente, será que tipo de construção faria face a tudo o que se supõe da arquitetura, do espaço, de um gesto de sair, mesmo quase compulsoriamente. Saberia mais do que o possível se lhe tivessem dito, ao menos do se dizer com franqueza, do que se passava então, pois do enviesado já estava farto. Quantas construções sem sentido nas mentes de infelizes por não terem suporte cultural, e como isso fazia bem ao poder. É mais fácil manipular a ignorância, e somente os cultos sabem discernir quiçá até do ponto de vista histórico uma coisa da outra. Não haveria senão poucos traços a traduzir seu caráter: um homem simples, um homem da vida, amante da vida. Quantos amores se passaram até conseguir ver que o nada parecia uma forma de amar na vida contemporânea, o nada em si, o ser do nada, como diria um escritor... Até seus encontros seriam dúbios, quiçá a gana de muitos o traírem, mas trair-se o que se na breve possibilidade estaria apenas uma ideia, ou melhor, um estilo de se levar sua senda! Creia-se que para esse homem a oferta carnal era apetecível, mas de tantas e tantas formas que a ilusão se constituía em um hedonismo, daqueles por companheiras construídas, das versões esquerdas ou direitas, do reto, do banal. Usualmente saberia mais que era isso mesmo, e a crise se via crescer, a desesperança era plantada em fragmentos de pequenos e intraduzíveis ressentimentos, para não se falar nos ódios apenas aplacados por insumos psicoativos, como álcool ou similares.
            Nada... Que esse ser falasse, ao menos por alguns minutos, mas se diria melhor dentro do alfarrábio de uma poesia, ou em uma correnteza de expressão, que não precisasse ser do atavismo cru, mas que descobrissem no oceano uma garrafa com uma carta sincera, jogada cinco minutos antes do recolhimento.
            Uma atriz era sua amante, não propriamente fingidora do sentir, mas que sentia na sua arte o representar: de palcos, de poética, de mimese. Carla o amava, seu nome estava escrito em seu braço, a ver, cada qual em cada qual.
            Chovia finalmente, e a chuva com suas metáforas botavam o incandescente verão como um animal acuado perante as pétreas gotas do sem perdão da Natureza. Que fosse o propósito desta, mas a muitos o egoísmo previa tempo seco em suas piscinas e condomínios com placas solares! A se gostar, que a roda girava, não sabemos os que leiamos algo se no sentido da compreensão, se no intento intuitivo, ou nas verves raras de talentos aplicados. Que fosse a noite uma longa chuva, que chegasse a ponto de fazermos ver estrelas aparecendo por sob nuvens, por sobre o céu, e as nuvens caindo na terra, a ver outras que apareciam mais teimosas, sem alguma cadente...
            Finalmente, que se dissesse, o homem escrevia. Sentia uma saudade de Itália nunca visitada, a não ser por livros que o fascinavam de per si, deste exemplo de uma língua maravilhosa, tão próxima do Latim. Não negava ser católico, justo o oposto, via na comunhão a compostura do rito sagrado, em que os ventos traziam da autoridade Papal. Como este, era Francisco seu nome e, como o santo, adorava os animais, de tal modo que podia viver tranquilamente sob a égide de um grande formigueiro, a considerar as que estejam em filas, carregando fardos, ou curtindo caminhos... Seu nome estava tatuado no braço esquerdo de Carla, e este no seu braço direito. Ambos – que este pintava – amavam a arte mais do que o simples propósito material, e suas expressões galgavam os muros em que os homens e as mulheres por vezes permitem que construam em seu redor, talhando a si mesmos a escravidão do comportamento que outros dizem ser normal. Algo sem sonhos, algo sem ideais, algo de ver o mundo sob a esfera de contraordens apenas, em que a ternura cede seus espaços para que resolvamos as coisas sem tangenciarmos no sentido de que tudo o que aprendemos possa ser contestado em uma leitura com dinamismo e o encontro conosco que se faça dia a dia...

sábado, 16 de dezembro de 2017

DE CATEGORIA À PRÁTICA

          Antes de navegarmos sobre um método de pensamento, devemos abrir nossas próprias sintaxes, a uma abertura plena, em que um sinal qualquer possa ser descrito como comunicação, como a própria inexistente sílaba IC em comunicação, isolando a ação do comum. Duas palavras, que podem denotar a compreensão de um conhecimento, ou apenas uma questão analítica de raízes, um informacional que não deva se repetir sem as vertentes de um aparato lógico. Na aparente abrangência desses fatos que não se encerram fora do que pretendemos ver, o operativo torna-se nulo quando não estamos abertos, seja qualquer peça na hierarquia, para uma inteligência horizontal nas categorias de trabalho e sua prática. Há chefias que não se contentam em apenas exercitar a própria soberba de saberem estar com um poder, e pontuar como inacessos a se prescrever que o oposto é mais do que necessário. O industrialismo ausente pode repetir fracassos nas estruturas que restam pelo serviço, ao serviço somente, em que as nossas máquinas dependem – e por isso que nos cessem quaisquer soberbas – não apenas do fabrico externo como da prática e treinamento externo dos manejos.
          Tenhamos um social societário, fremente, forte, para que não enfraqueçamos a inteligência preventiva, no fator de que bastaria, no conceito equivocado, que as práticas sejam meramente de cura de infecções já em estados lastimáveis, posto que ao fazermos ou permitirmos as práticas que fatalmente geram a índole da corruptela, venhamos a usar das mesmas armas daqueles que as usam e usaram e fracassaram em seus sistemas e modos de atuação. Vestimo-nos de perfumes que evolam seu efeito até o dia seguinte, ou à noite, ou sempre, em eterna e crescente vertente de nossos próprios erros. As causas são próprias, e o que está retido grandemente concentrado em poucos fará a falta do mínimo necessário ao todo, à grande maioria. Esse poderia ser o espírito do que ocorre realmente nos sistemas implantados que dependem de releituras esporádicas e pouco dinâmicas, qual não fosse apenas de igual sistematização quase involuntária de nossos meios de comunicação, diga-se de passagem, falsamente mais respeitados. O critério de admitirmos as diversas categorias em suas disciplinas urge para que o esforço aliado ao treinamento capaz pode gerar as divisas internas ao país que tanto são importantes para seu andamento, a se ditar o montante cabal das possibilidades da geração de consumo àqueles que não possuem agora, no que sinistramente orientam os poderes estabelecidos que é dessa fração que na verdade é a grande massa que se deve tirar o tanto a que sobrevivam apenas, crescendo dessa forma o conflito, a violência e o crime organizado.
           Não se deve usar o mesmo mecanismo, a mesma mola, posto ser estrito agora a não dispensa das ideias dos leigos, e de inteligências que podem buscar em seus subliminares a forma coesa e gregária de combate necessário para efetivamente termos em mãos os resultados cabíveis a que nos permita o progresso e o desenvolvimento, com manutenções dinâmicas e abolição de preconceito no sentido de negar-se a si mesmo – enquanto sistematologias – do enfoque que outros possuem em superioridade na experiência e na vivência pessoal, que se traduz em prática e arcabouço, digamos, técnico. É por essas vivências e pela construção de uma sociedade livre no sentido de admitir o gregário, o que vem a agregar conhecimento ou experiência, é que poderemos ao menos jogar com mais competência a tática do tabuleiro: essa imensa qualidade dos peões, descartando a importância de reis que têm mostrado sequer pífios movimentos… É pela grandeza do povo da pátria brasileira que temos a obrigação moral e cívica de apontar os erros mesmos de quem detém os Poderes.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

INCONTINÊNCIA

Ao se dizer de muitas coisas se prediz que não se diga ao mundo
O que é da coisificação, a incontinência da agressão verbal, o viés
Do que seria o tudo sem a presunção de inocências invalidadas…

A se seguir o tempo, quem diria, falar-se do tempo em que o fremir
Nos dedos de sexos iluminados por gânglios retificados como um motor
Seguimos ao tempo em que o moral das tropas se mede com a força dos pés.

Se somos ou se somamos mais, que seja, o tempo feito não coaduna
Com a vértebra silenciosa que nos esquecem nas camas de pedras
Onde as urdiduras do passado não revestem mais o berço de nossa cultura!

O ato manda mais, o decassílabo não traduz o verso, a se voar, se voa tanto
Que quando criamos o gozo vem mais longo e merecido, a se ter o sexo
Dentro de uma mente que não é refratária com o próprio conhecimento…

Sabermos de quase tudo o que se semeia de dúvidas não nos reflete a ser
O ser que esquecemos dentro de uma página de jornal incerto que não se lê
A não ser quando reverbera a letra em um diamante atual, contemporâneo.

O mar passa a ser mais do que sua superfície, navegamos no cordão das ondas
E as musas se atravessam sob o cajado de Netuno, querendo mais de ser
Quanto de também sermos um pouco do que gostaríamos de nunca termos sido.

O não existir, propriamente, na tomada de uma cena em que os muros nos cerquem
Como alfombras laterais de chumbo – a saber – que não espirramos nos tonéis
Onde se guarda reticentes camadas de um conhecimento que se torna nulificado.

Prosseguimos sempre, portanto, sabendo-nos apropriados meramente à questão
De enunciarmos descobertas donde não sabemos onde encontrar a metástase
De uma palavra que se torna dona de si, bem onde nos encontramos com os ventos!

Nau que se nos encoberte, o prazer único do poeta são os versos que vestem os dias
Com os significados de se ter em cada palavra seu próprio matrimônio, a ver,
Que as palavras se multipliquem, posto de malfeitores o mundo já está pleno.

A título de sabermos por onde começa nossa pretensa e angustiada frase em si,
Saibamos sempre que se é de poesia se transmuta na maravilhosa e augusta fração
Onde o ser em si sabe de muito do se fluir, e a máquina que somos não é gerada.

Somos a centelha divina, somos mais do que este corpo, e que isso torne válido
Apenas aquele conhecimento que esquecemos deitado sobre falsos e crus louros
Onde nem César e nem Napoleão descobriram sequer por um segundo seu encanto.

Há que saudar toda a fértil literatura, todos aqueles que transitam pela vida com arte,
Os menestréis dos figurais, as vertentes dos cordéis sertanejos, a poesia concreta
E os versos que ainda sopram por sobre os faróis de sonetos quase esquecidos…

Há que traçar paralelos com Dante, havemos de soletrar as almas da cultura,
Sabermos resgatar os panos da Pérsia, perscrutarmos as falas de Horácio e Virgílio,
Trazermos Aristóteles à tona de todo um panorama existencial vago e órfão.

Nunca será a ciência econômica a pátria dos aflitos, pois estes resultam na desigualdade
Que outros impõem com outras ciências mal traduzidas por outras e renegadas cifras
Que vertem sobre a realidade de todo um povo o caudal irrequieto de genomas vis.

Genomas de interesses, interesses de genomas, se é que a ciência biológica traduz
Que uma agência de informações possa gerar essa anomalia dentro de um quadrante
De programações onde a própria Gênese vira a experiência de alguns incautos.

Sabermos muito da Natureza é o único caminho para nos tornarmos humanos,
Sem precisarmos testar nosso hedonismo na plataforma nua em que o social
Se torna apenas o idílico romance que os seres mais inteligentes têm com os gadgets.

Os sistemas vão sucedendo, outros, que nos perdoem as palavras, posto a percepção
Torna líquida a sensação de não estarmos mais vivos quando de parecerem sem vida
Os que vivem a própria juventude em não querer mais participar de qualquer mudança!

domingo, 10 de dezembro de 2017

O INVESTIGADOR DA VIDA

          Tolentino sabia de muitas coisas, em se tratando de ofícios… Nem tudo bem completo, mas um principiar, uma espécie de alquimia, de antigas receitas, um pouco dos suportes da arte, e esta ele investigava, por motor próprio, e da vida era, em todos os sentidos! Amava máquinas igualmente, em suas épocas, tanto faz, no seu tempo: uma velha televisão de tubo, ou um note de última geração. O amor que tinha pela vida sempre foi intenso, pois via tudo como uma espécie de rica ilusão, onde a arte poderia se tornar mais concreta, em espelhamento, em interpretação, em contextos. As letras o fascinavam, pois tanto teria a dizer que ninguém jamais ousaria retirar-lhe o valor que aquelas representavam a ele. Então sempre seriam de certo modo aquele rio que nunca cessa a correnteza, mas que em remansos igualmente mantém-se cristalino. Era tudo isso citado como se houvera se aberto nos sentidos, na mente, a caminho de encontrar-se com um mundo mais inteligente, como quando se cata o abacate…
          Era a Verdade uma disciplina que diziam alguns cursar. A ele, bastava uma formiga caminhando, que a questão era a formiga em várias direções, outras trabalhando, no entremeio a fugidia sombra de uma árvore, em outro aspecto uma imagem de um homem gigantescamente poderoso falando, mas que cessava quando saía da imagem e via de novo um inseto, para ele mais real, para ele mais importante, posto no mundo, posto no movimento. Então do material, então do espírito, mas todos os corpos, as teles, os troncos, e muito da ciência tinha a ver com a seiva que corre por dentro das amendoeiras, ou nos fluxos fibrosos de uma palmeira. De se pegar um ramo, um ramo livre de se pegar, e ver se tem flexibilidade suficiente, e encontrar no nylon uma similaridade, do objeto, já se avizinhava um processo de estudos extenuantes, na descoberta dialética e crescente da vida, na compreensão do mundo. Sabia disso, os ofícios lhe valeriam, sabia professar o conhecimento, amava loucamente conhecer, adquirir a ciência e aprender com a Natureza. As gentes eram como eram… Por vezes acentuava-se um painel que ele não descobria a seu termo, alguns ícones, alguns botões que não houvera de sabê-los, mas que eram, e bastava, para o posteriori.
        Não dava muita importância a que muitos lhe creditassem o que cria existir em sua consciência, mas partilhar seria sempre bom, ao menos para ensinar a quem quisesse aprender que o Poder era uma face da transformação, um significado de ação que por vezes não lhe caberia ressaltar muito, pois a lógica natural é sempre infinita e transcende Peirce, transcende o que creem ser o que há além dela, mas apenas em substratos de pensamentos, posto a percepção humana ser limitada, e a Verdade passa a ser a eterna dúvida, o eterno encontro, o que não retorna como certeza, o improvável, o balanceamento de questões íntimas do ser, a Humildade referente e necessária diante do sagrado e imutável em essência como particular, na premissa da qualidade, anulando o pensamento de matrizes, ou de número. Técnica. Prática. Um modo além do método, esse arcabouço filosófico seria de máxima abertura do pensamento, a ver que nas relações produtivas o espelhamento com um certo misticismo é necessário na concepção investigativa de Tolentino. Pois não seria possível alguém se abrir nos mistérios para açambarcar o propósito de muito seres que pautam pela busca, pela procura, no modo inenarrável e poético do voo de um pássaro pescador, ou na mesma realidade do peixe que há sob a superfície. E buscar funcionamentos é técnica. E o manejo é prática, mesmo quando empunhamos um balde sobre uma plantação inteira em nosso próprio húmus.
         Tolentino era um pouco de tudo. Talvez fosse alguém mais conhecedor de certos ofícios, como citado, mas na rocha residia seu primeiro encanto. Na água encontrava outro, na terra mais um e no éter do céu a profusão de outros significados. Sentia a totalidade de suas superfícies, no tato de seu olhar, na sua visão de seco ou molhado, em saber que na verdade o encanto era algo que lhe prosseguia como o vento nas velas enfunadas, e sabia disso, sabia que seu corpo navegava, sabia quiçá que estava meio como um capitão com muitos barcos e um grande navio, que era sua existência mais agregada, com tripulação de fé, e buscava… Investigava cores, tipos de refrigerantes, panelas ariadas, máquinas de lavar, panos de enxaguar pisos: os ofícios de um barco. O telefone, os canais de comunicação, que tudo se resumisse no enxuto, no mais provável, na simplificação de diversos setores que se somavam a outros e outros em outros detalhes, em futuras compreensões, que não temia aprender, isso não, não nem que quisessem admitir outros.
            A arte era um grande canal, de se soltar os freios, mas vinha lotada com a ciência, já que hoje salva a ciência de nos compreendermos, de podermos ser inteligentes sem inibição, de investigarmos quantos goles possui uma terça parte de um copo de água, ou como bebermos inquietos aquela água que fica disposta ao calor do sol, na observação rutilante de que esse líquido falta – e muito – no mesmo planeta em que dizemos que sabemos em menos de um segundo o que se passa no Japão. Tolentino pensava, em sua perscrutação, que seria bom dedicarmo-nos para saber exatamente onde falta essa água para que saibamos que no conforto de termos apenas se ampliarmos para que todos a tenham não faltará para quem acredita que sempre terá.

sábado, 9 de dezembro de 2017

SENTIMENTO PROFUSO

Algo de sentir assombra um tanto as faces do que cremos no que criamos,
Quanto de pensar que somos pena ou pincel no subterfúgio dos sonhos,
E seguimos, quase trilhando a paz, que o bom católico nos crê tão bela
E efetiva na religião do mundo do Ocidente, conforme franciscos…

É de se ver a espoliação injusta do injusto que tece contra a religião
O religar-se a nada, o desligar-se do tudo que não seja a invídia, no processo
Em que páginas de ocasião vertem o preconceito manietado a grosso modo
No se tentar contra a Igreja que Pedro ergueu em sua primeira pedra…

Há das sombras no mundo outros panoramas, guerras cruentas, pois que se diga
De uma vez que a Terra Palestina é assolada em seus princípios do que seja
Falarmos sem temores sobre a triste realidade de todo um povo que sofre
As brutalidades covardes que apenas a ignorância monolítica ferve a favor!

A paz seja dada, a Comunhão nos una, em todos os mundos em que o Papa
Nos deixa o texto sagrado e a ciência da compreensão em apontar
Alguns erros que significam o manietar-se a tradição religiosa de nossa cultura
Quanto de sabermos que o grande sacerdote é alheio à inquisição externa…

Desta inquisição que persegue os bons cristãos, de um catolicismo que resista
Em que por vezes diuturnamente recebe críticas sem fundamento que não seja
A riqueza de povos que dominam o mundo em nome de messias algum,
Já que no pressuposto envidam esforços ao Apocalipse para tratar de negócios.

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

ESPERAMOS AS HORAS...

São tempos, as horas, que nos cheguem, nem em ocasião
Mas que, em subterfúgios da ausência, um afeto ou carinho
Faz parte do imenso contraponto em que nos chegam fatos...

Os fatos, os fardos, o guindaste que não erguemos antes
Por supormos algo além da intensa vigilância de pretextos
Quando os alicerces da imensa construção nos dita pressupostos.

Supondo alguém que sequer pestaneja, quando monta o alazão
De um sem nome, posto ser cavalo de madeira a infância
Da qual não se lembram as gerações que botaram garras no botão.

Será que os dias serão assim, desconformes com a vertente
Que passa entre nós, sistólica e diastólica como a razão pura
De um Juízo que nos transcende a simplificação fatalista?

Será a poesia a continuação da mímesis, uma fonética sem acordo,
Um peixe engaiolado para mais uma missão da fala frenética
Nos microfones que esmiúçam os dados de alturas cabais?

As questões podem se nos tornar fatalistas, na medida em que a nau
Abraça calados de imensas profundezas, na relação em que um outro
Parte a dizer estrelas enquanto o silêncio vem à tona rugindo...

Seguem-se os parentescos opostos, a consanguinidade de uma relação
Em que a amizade vem embalada com o perfil familiar do fatídico
Na jurisprudência algo aberrativa por perfis de todo analíticos e crus...

Que a crítica não perpasse a sangria das gruas de uma longa exposição,
Pois vaticinar a poesia é apenas o Canto em si, uma página que seja,
A interjeição do espanto ou do enfado, a quem optemos seja uma musa!

Quem dera a Odisseia clamar por leitura, quem dera Alighieri ser lido
Nas vezes em que um Renascimento pudesse ser estudado de dentro
E que a Sistina fosse em si o próprio julgamento do que é a Arte!

Sereias nos atam aos mastros, o canto maravilhoso veste-se de cores
Que relembram antigos naufrágios, onde capitães soçobraram
Depois de relembrarem o descuido da nau nos ventos e seus lemes...

Pois bem que a poiesis retorne, a retocar sentidos e sentimentos
Já que seja um o fruto, e não importa exatamente qual é qual
Visto que o da percepção é matéria nua e crua na verdade suposta.

Se um antigo nos dissesse a temática da Alquimia dos séculos,
Talvez nos ensinasse que seria uma tentativa atávica de lembrar
Que não repreendamos a arte, pois é a deusa ativa do entendimento.

As janelas por onde respira, o ar de um jasmim de primavera,
Um mantra que nos coloca a versão algo inaudita da devoção,
Algo assim seria uma boa abertura de vernissages presenciais.

Que abramos espaços, que não recriemos personas, que deixem
De uma vez as linhas da poesia se assoberbarem da vida que possuem
Dentro obviamente do espectro do conhecimento que a falta nos faz!

As vertentes da esperança ditam, o que não sabemos exatamente,
Mas o que estava na linha anterior é como atmosfera já nublada
Em que o céu se prepara para abrir caminhos em direção ao Sol!

domingo, 3 de dezembro de 2017

ENTÃO VAMOS A QUE LUGAR?

            Por dentro de nossa inquietação que a certeza quase camufla, por dentro de uma sociedade de uma pessoa que seja, nos seus conflitos internos, ou na sua fé resolvida, somos uma semente eterna que frutifica se nos permitimos residir no húmus da solidariedade... A se falar sem a introdução estética de nossos planos, na face em que nos colocamos como um Pitágoras recriado em novas equações, na matemática que não encaramos, mas que a aritmética nos dirá se somamos ou subtraímos, se insert ou delete, na tábua rasa da lógica fácil onde não nos permitimos mais sequer pensar com profundidade as questões da existência do homem, da mulher, do que se produz, do afeto que produzimos e dos desafetos anunciados em palavras tão breves como a insanidade dos preconceitos antigos e arraigados em raízes profundas contra as mesmas raízes étnicas ou psíquicas, sejamos, designados raças ou artistas, pensadores ou idealistas, progressistas ou conservadores. Os “ismos” isolam, e a sua ocorrência nas artes, por exemplo, apenas separa o que se poderia chamar de movimentos sintonizados com a temporalidade, ou seu atonal de sonhos. Uma poesia que seja, apenas uma poesia, e de se frutificar, estamos mais para os cronópios de Cortázar.
            Convenhamos, partimos de onde e vamos aonde? Meras perguntas podem nos invadir, e essa questão de nos perguntarmos continuamente, em horas em que pensamos nos frutos de nossas atitudes, será sempre bom exercitarmos nosso intelecto, pois as receitas prontas de quem somos não tratam de nossos panoramas infinitos, em que a força da Natureza nos dá uma goleada de dez a zero, nos cinco minutos de qualquer tempo, mas sempre no primeiro, para nos avisar que já é vitoriosa, e não somos nós que A destruímos, mas Ela que dita a consequência de nossos erros. Logicamente, independente de alguma ortodoxia sobre a fatalidade de estigmatizarmos nossa espécie, o fato é que sempre devemos ter esperança, e começar a ver um mundo com menos violência e guerras grandes ou pontuais, em famílias ou entre nações e continentes, temos que saber que certas notícias só vêm botar lenha em um fogo que acaba por consumir a boa vontade das gentes do bem, que desejam o bem, e aqueles que portam insanamente o furor de vaticinar projeções equivocadas do que seria uma sociedade boa ou ruim, dependente do contexto do conflito em se conseguir o “colocar no poder” certos fantoches, tornando-se agentes do insucesso, posto marionetes de sistemas no mínimo suspeitos em modais e atuação. Fruto disso é estarmos sendo habituados a escutar tamanhas barbaridades em termos de ofensas, de gente que se alimenta do temperamento cáustico, acreditando no modal da tirania um modo de viver saudável porquanto signifique quaisquer guerras – que na verdade são fantasiosas – frutos de uma ignorância sobre a cultura e diversidade expressiva dos povos do mundo, talhada a ferro e fogo no que resulta o entretenimento beligerante da indústria cultural. Obviamente, colhemos esses frutos dados como a maçã de Eva no Éden, como fator ilustrativo, obviamente, mas imaginemos um filme onde o ato se repita extraordinariamente intenso, numericamente, que pecar torna-se o modo em que se atua generosamente, obviamente dentro de uma ética bíblica, se formos tomar ao pé da letra o que fazem os conteúdos das TVs e etc, com o imaginário algo tosco de quem se abre como uma flor para receber esse veneno em termos de conteúdo, frequência da violência em si, e pesos subliminares que sobrecarregam o cérebro subconscientemente. Acabamos por aceitar atitudes grosseiras como algo natural, e gentes querendo ser rígidas como uma pedra, mas que não se movem, como tais.
            Sabermos seguir no mínimo como cristãos, que é a religião predominante no Ocidente, é vermos que antes de tomarmos de uma palavra cáustica, pensemos melhor sobre aquela atitude reflexa da qual achamos que somos mais ágeis, quando temos as respostas prontas, ou reagimos diante de estímulos, dando respostas que cremos serem científicas e que, no entanto, podem ser desumanas. Nem tudo na vida são prazeres, e aqueles que não são hedonistas, e que sacrificam a sua vida por um bem maior podemos crer que merecem mais respeito, e não o preconceito direcional e “certeiro” por aqueles que não compreendem o fato de que alguns homens e mulheres são mais felizes simplesmente por doarem as suas vidas a um serviço em prol da humanidade, no sentido progressivo da existência, que não temem falar sobre assuntos polêmicos, que prezam pelo debate, e não por uma hierarquia civil e portanto inexistente, por questões de falsos e equivocados treinares, onde a ternura se esmorece. Vêm a dissenção e a incompreensão a respeito do que seja realmente a vida em devoção, a vida em serviço, a gratidão gigantesca por se ter o que se tem, honestamente, não invejando aqueles que demonstram sua felicidade e prazer em viver, mesmo expostos às vicissitudes e dificuldades inerentes aos tempos cáusticos que estamos vivendo: os homens, em relação aos estragos e espoliação com relação à Natureza e a decorrência cabal e logicamente resultante disso na relação entre membros da própria espécie.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

O MAR DO SER

Tantos que somos que o mar não comporta areias
No que dizemos, amálgama cristalino dos versos
Em que um respira o vento das ondas nubladas por céu
E outro vê o sentido mesmo que aflora na pele do dia...

O que se chega de ondas em uma primavera tardia
Vêm no sufrágio de uma tormenta silenciosa e nua
Onde não vemos a nós mesmos, mesmo quando
Sabíamos de estrelas a caminhar solenes aos pares.

A confrontar estrelas, sobrevoamos a nossa pretensão
Debaixo dos lençóis das águas, nas placas e remansos
A que não daríamos o leque de saber de onde somos
Qual não fosse o dia de querermos uma veia que pulsa...

Seremos tais que não supomos sequer a palavra não dita
Quanto de estarmos na superfície convexa do planeta
A ditarmos que as naus não nos convertam em náufragos
Posto de urgir por chegadas nós as temos como nozes...

Do mesmo mundo, posto universo de uma pequena semente
Navegamos por onde se supõe que as estrelas não se ausentem
A saber que por fim no dia em que estamos em superfície
Há imensos rochedos milenares que navegam sob as ondas!

Somos mares da imensidão, seres que não trafegam no éter
Quando da água se sente a profundidade de suas falas
A dizer o canto de sereias que esquecemos enfermas da fala
Nas incertezas de que realmente querem fazer sofrer Ulisses.

Nas vertentes de cristal onde depositamos os erros na urna
Vemos braços pingentes de cores transparentes e errantes
Qual húmidos tempos de chuvas cáusticas e permanentes
Que assolam os caminhos pétreos de Romas anunciadas...

E aí vamos, o mar do ser que é mais do que o oceano inato
Quando supomos que a vertente de um rio que não seca jamais
Seja a esperança de um timoneiro experto em trilhar sereno
As alfombras incandescentes que espelham a Lua em grandeza...