sexta-feira, 6 de maio de 2016

AO DIALOGARMOS COM A NATUREZA

            Sabemos que tudo o que existe concretamente pode possuir a fantasia, conforme certas indústrias em que a cosmética é mais importante, agregando valor e tornando um objeto por vezes mais importante do que uma ferramenta. Sabemos que viemos da Natureza, e como tais somos coadjuvantes do bruto processo de sua transformação. Por vezes não há como um homem sobreviver se não dissecar criticamente o processo dessas transformações. Se alguém não tem muito espaço, algo de visivelmente importante pode causar em si mesmo uma revolução espontânea pelo modo em que insere suas prerrogativas existenciais com relação à Natureza e buscar esteio na história para saber que esta conta apenas com o darwinismo e as funções orgânicas da medicina e do trato tecnológico assaz importante, mas excludente em nossas sociedades firmadas na sectarização das massas, cada qual em suas demandas e categorias, em uma luta inglória, pois um homem ou uma mulher por vezes vivem trabalhando, e não trabalham para viver. Não haverá sucesso em um empreendimento enquanto as empreiteiras não forem coletivizadas. Sucesso humano, sucesso sucinto. A relação anterior do objeto e da ferramenta faz-nos crer que usar ferramentas industriais em larga escala, se apropriar da excelência e concomitantemente deste excedente para construir firulas além de suas funções de cunho objetivo, no mínimo é dar aval ao hedonismo e fruição estéticas que já possuímos de monta na Natureza, na arquitetura, nas ruas, ao invés de nos fecharmos para contabilizarmos o dinheiro de per si e sua acumulação desandada. Há que se levantar uma crítica mordaz quanto a isso, pois certas novidades kitsch são tão velhas como o antigo e simbólico pinguim em cima da geladeira.
Ao olharmos um inseto com nojo é porque já somos de uma geração que não possuiu contato com a rua, com os seres, e isso assusta, pois denota os grandes condomínios blindados ao exterior que pensam de uma única forma: anódina, funcional e esteticamente igual, no que encontramos nas periferias uma riqueza estrutural muito mais bela em termos de criatividade, improvisação e coragem, em que se lhes fossem dada a justiça social teríamos um país vivificado pela bravura de seu povo. É certo que para muitos, acreditar ou possuir uma religião é muito importante, pois ajuda a suportar o peso de suas vidas sobre os ombros, mas há muito a se questionar sobre as religiões. Enquanto não se sabe do processo produtivo, um pouco que seja, se se ativerem no ódio apocalíptico por estar escrito na Bíblia, conforme algumas cartilhas externas, esperarão que desfaçam nossas riquezas naturais, entregando para as matrizes a sua própria consciência.
A Natureza possui sua dialética e a sua não compreensão torna o mundo refém de interesses sem fronteiras, já que inibe a compreensão máxima, que pode estar em um canto de pássaro, pode estar igualmente na logística sagrada de um formigueiro. É por certas questões que historicamente nos travamos em doutrinas anteriores que devemos alicerçar pensamentos em novos elementos e fatos sem, no entanto, descartar o mesmo pensamento gigantesco dos ancestrais da nossa cultura. A leitura que se faz não está apenas nos livros, mas no gesto da expressão inequívoco, nas ondas do mar, em um cão, no movimento de um gato, na sobrevivência de um rato,  na vida e na morte, no nascente e no ocaso, nas estrelas e na lua, e não – jamais! – pode ser resumida em um aparelho de tela duvidoso. Não haja restrição à liberdade de vivermos como queremos, mas deve haver restrição quanto a certas concessões pela libertina e criminosa atuação de certos meios. Teremos um tempo muito razoável para que os escritos sejam realizados com a proficiência necessária e veraz. Muitos fantoches não têm estatura moral para nos dizer algo de validade, apesar de serem lacaios representantes das agências internacionais, não apenas de inteligência, como da mass media e grupos outros que demandem estratégias em todos os campos da fraqueza ou vulnerabilidade humanas, prometendo paraísos ou um salvacionismo monetário. Sempre o tema complexo do que se pretende a que não leiamos nada, a que não sejamos críticos, a que nos calemos sobre tudo, pois tudo já estaria dito por alguém ou por um livro sagrado. Convenhamos que há muita beleza no sagrado, mas deixemos às filosofias o modo mais coerente de perscrutar o funcionamento de nossas sociedades contemporâneas, a que possamos encontrar uma veia lógica no fragmentário, a sabermos o que temos na mão: uma ferramenta, um veículo, ou um instrumento que nos aliene, que tanta é a palavra essa que deva estar no repertório dos que busquem ou divulguem plataformas de consciência. Essa é a plataforma laica, mas que saibamos que a liberdade de credo é absoluta, mas não se mistura política com religião, nem com nenhuma espécie de conflito, senão daremos razão às atrocidades cometidas ao redor do mundo, em que se saiba que o interesse econômico sempre é a razão principal de utilizarem as vulnerabilidades sociais para a ingerência de doutrinamentos espúrios, ou do fomento à alienação cultural, em suas amplas frentes de apoiar desconhecimentos filosóficos, políticos ou econômicos em nome de promessas ou quimeras outras. Por esse motivo historicamente relevante na nossa civilização, quando um país é satélite de outros mais desenvolvidos, a ignorância interessa ao poder do civilizador imperialista. Essas questões nada mais são do que o merecimento da verdade, mesmo sabendo que a ingenuidade de muitos possa estar situada em um dos lados, pois a neutralidade necessária por vezes não partilha da opinião de quem vive as ruas: quem luta arduamente para viver com o mínimo de sustentação ou benefício social.
            Houve eras em que a aproximação com a Natureza era clássica no sentido da arte, ou seja, sua percepção tinha a sensibilidade não apenas de um academismo formal de um barroco ou como na arte moderna, com Cèzanne, por exemplo, quando pintou várias vezes uma montanha como um olhar perceptivo que criou as bases para o surgimento do Cubismo. A arte é território livre, essa é a sua predestinação inequívoca e necessária, pois por vezes vem do externo, e sabê-la maior do que imposições verticais traça paralelos cabais da existência dos homens e mulheres, de suas prioridades existenciais, de suas prerrogativas no pensamento libertário, porquanto perceptivo em seus tempos, ou nos tempos de leituras, que possam ser do mesmo modo atemporais, justo que referenciarmo-nos com ou sem tecnologias atuais é sinônimo de boas pesquisas, no sentido lato em nos aproximarmos de letras, como são tantas as que por vezes apenas teclamos com a letra k repetida, repetidas vezes, apenas... Assim reza uma multidão multifária em que nos encontremos com as vias naturais, a saber sempre que uma sociedade planejada e com ingerência do Estado na economia é cada vez mais necessária, pois temos que ter orientações e protecionismos para evitar que braços ávidos de lucro tornem a destruição da Natureza algo inevitável, dentro de uma conformidade sinistra, e com acepções de ordem trágicas e apocalípticas, modelo do sistema herdado desde o século passado.
            Não podemos nulificar o que ocorre no mundo, o que se comete em nome de fraudes e farsas. O que acontece hoje com o país é algo declarado, tão declaradamente bruto que nem jogam mais com a hipocrisia, partiram a mostrar que não trabalham a não ser defendendo seus próprios interesses, em detrimento de terem sido eleitos ou não. Jamais o Brasil terá, até 2018, um outro Presidente que não seja a nossa Dilma. Moralmente é ela a nossa líder, é uma mulher. Os outros são fantoches que não aceitaremos nem como arremedo de políticos, pois esse projeto de desmanche não deve se constituir de algo a que tenha que se respeitar. 

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