A fonte pode ser uma água límpida,
pode ser um caudal de números, um protocolo, um organograma ou cadastramento,
uma miríade que vem a ser um nome em que, historicamente seria onde beberíamos
da mesma água original. A questão que dá origem à economia decorre que houve
fontes em demasia no processo de nossa civilização: agregadas, somadas, nunca
excluídas, posto o imposto e seus aplicativos não excederem a lógica do
mercado. Pois que esta lógica existe no contribuinte desde Roma, antes quem
saberia que não fora a História, essa deusa importante. O factível, o
estruturante fato é sabermos de um tronco onde a troca permanece a mesma, já que
o neoliberalismo mudou apenas no ditongo, em toda a sua memória teórica de dois
séculos. Ou um século e meio e mais uma década, da no mesmo. Com a diferença
concreta de que antes era a mecânica, os teares, o vapor, as máquinas que
desfizeram sobre humanamente o trabalho, deitaram por terra seus direitos e
acumularam frentes de capitais gigantescos... Temos hoje, no entanto, a
comunicação, mas o imput, entrada, está ganhando do output, saída. Nossa
participação é nula se considerarmos os esqueletos do poder dessas novas
tecnologias de informática como padrão diluídos, em todos os seus tentáculos,
em que não podemos nos salvaguardar de estarmos fora das conexões impostas
pouco a pouco no sistema em que vivemos, a saber que alguns tentam verticalmente
a que tenhamos que aceitar um futuro porque quem tem condições tem esse poder
futurístico à la Marinetti, ou coisa
parecida. Tudo bem que aceitemos o código de barras, mas o trabalhador possui
os seus direitos de portar seus documentos e não estar obrigatoriamente
inserido no contexto internacional primeiro mundista de atrasos quando segrega
continentes a essas imposições algo tecnológicas de fachada, de cosmética,
posto mais do que tudo ilusão e aparência. Se ficarmos sem internet não
conseguimos nos organizar, se não batemos selfies
não existimos, se não vemos o perfil de uma/um possível amante não confiamos,
se caímos na rede somos mais um apenas que não soube usar o celular ou o micro
computador, notebook, ipad e o cacete!
Um mundo se integra, mas separar o
trabalho daqueles que nos fazem a obra, dos camponeses que nos mitigam a fome
àqueles que estão conectados torna toda uma sociedade extremamente sectária, o
que favorece como nunca a espoliação da força motriz do trabalho, expondo à
insalubridade populações que não obedecem as regras que respeitem a exposição
da radiação da tela, dos celulares, integrando problemas e atraindo uma fatia
importante da inteligência das nações a obrigatoriedade da alienação e serviço
unilateral sob o tacão de grandes corporações, onde a concentração de renda e a
inteligência dos países ricos seja cada vez mais superlativada:
exponencialmente. Temos a saída, o output,
mas com ações efêmeras na superfície dos sistemas que nos olham com a
tecnologia ímpar da curiosidade do poder de dominação. Nossas informações são
negociadas, as máquinas não escondem e não possuem suas privacidades: de dentro
somos observados e de fora vivemos um imenso teatro. O trabalho torna-se mero
ensaio comportamental, os enfermos mentais não conseguem trabalho por
referências óbvias, as raças viram tubos de ensaio de estímulos e respostas, a
indústria química age com toda a sua vampiresca autonomia nos países de
terceiro mundo, e a indústria cultural representada pela mass media reduz tudo
a uma troca de poderes em que o capital vira outra moeda, e a informação vale
mais do que o trabalho. Essa grande salada mista é simples, quando confrontada
com a Natureza. Se Adam Smith falava dos dons naturais do consumo, da
individualidade nascente, haja que se crer que hoje a confrontação com novos
meios de trabalho reportam que a aproximação com a realidade das ruas emerge
com a importância de se reviver ao menos a natureza humana: o imperativo do
diálogo constante, a pausa na clássica luta de classes, a emergência cabal de
lutarmos sim desde a constância de um companheiro, a dois, a três, a um sem
número, ao gesto da profusão, do entendimento, da corrida à leitura sagrada, da
compreensão da sociedade em seus modais históricos desde seus primórdios, da
educação paralela, alternativa, com um grande portal de conhecimento que
permeiem horizontalmente, desde o rico ao pobre, desde o negro ao japonês,
desde à mulher e ao homem, do gay ao transexual, da compreensão dialética até
mesmo das religiões e seus fundamentos, pois assim mudaremos o mundo. Aos que
não possuem o parque, corramos a reivindicar, aos que sabem ipsis literis que deram o golpe, que
convençam outros que o que vem é para piorar, pois o que está acontecendo é uma
grande construção de um tipo de blindagem em que a provocação torna-se o grande
mote e as razões da civilização estão passando ao largo da ganância e
brutalidade genéricas que estão espalhadas
tentacularmente sobre todos os continentes.
Há um erro afirmar que muitos estão
inseridos no sistema com total aprovação, pois não há homem nem mulher que viva
feliz com a competição na altura em que está, a não ser em glebas, clãs,
famílias que necessitam do afeto que depositem em seus membros. No entanto,
sempre há casos de desajustes, de transtornos, de adição em álcool e drogas, no
eterno sublimar-se, tanto na dormência de alguma substância ou no sexo como
motivação única da existência, como se vê em grande parte da sociedade, em que não
basta mais o ato, mas o tabu e o fetiche. Para se alimentar o desajuste social,
a pretensa rebeldia, há um consumo demasiado de substâncias que passa a
alimentar a criminalidade, onde muitos acreditam ser o melhor caminho, dando fé
a que se colapse o sistema em torna-lo nos seus interstícios depositórios de
máfias e problemas que afetem familiares, amigos, cidadãos. A sociedade
torna-se violenta, pois violentar imensas populações através da concentração
espúria de capital expõe a todos, sem exceção, ao que se veicula na grande
mídia, aos filmes nefastos, à escola do crime. Talvez seja a fonte mais cabal
que motive esses desajustes sociais tremendos, pois o que devemos considerar
mais sagrado enquanto sociedade que navega por um mar nada manso são as
opiniões sinceras daqueles que partem a tentar melhorar, a criticar com seus
acréscimos de conduta de ideário saudável, à contraposição de mostrar a
realidade como esta se apresenta, a aglutinar forças de união e solidariedade,
a acrescentar conhecimento e às lutas saudáveis em que um cidadão pobre possa
estar inserido em sua vereda de luz enquanto defensor de suas ideias,
compartidas ou não. Essa
atitude cidadã mostra que não chegaremos a lugar algum se por exemplo nossa
cultura não for valorizada com todas as instituições que lhe são por direito
inconteste, sedimentado por todos os países ditos mais desenvolvidos, como
exemplo cabal de prestarmos conta ao que acontece de bom no andamento de uma
nação maravilhosa como o Brasil. A cultura é nossa fonte, dela bebemos de uma
boa edição, dela sabemos através de um documentário um pouco da arte ou da
história, da gravação de uma peça musical valorizamos as joias de nossa arte e
tantos pontos culturais não podem ser extintos através de medidas autoritárias
de um Governo que passa a se dizer salvacionista...
Temos em nossas mãos – na pátria
brasileira – os meios para se produzir o petróleo. Se toda essa farsa que
ocorreu no desmando sincronizado das instituições que feriram gravemente a
nossa democracia intentou a privatização de nosso maior patrimônio estatal,
saibam que todos os recursos que emanarem desse poder instituído
fraudulentamente não poderão coexistir fora da esfera de seus repartes
sinistros e escusos. Se temos tecnologia nacional para a extração em águas
profundas, como já foi provado, não há porque abrir para o desastre
catastrófico de uma Chevron, por exemplo: uma ridícula tentativa em um país que
não merece o vazamento em uma prospecção fadada ao fracasso, como um espetáculo
dantesco que atesta a preparação em que as emissoras costuraram suas fontes
editadas e parciais para obter outros fracassos de suas pretensões de seriedade
noticiosa. Creio que a sedição das fontes não deveria ser permitida. Não pode
haver reconhecimento externo da situação política brasileira, como apontam já
vários observadores internacionais. Quanto menos interno, pois ao nosso povo
interessa a manutenção da luta saudável e democrática por direitos constituídos
mesmo com o Governo Dilma, engessado pelo Congresso Nacional. Foi dura a luta
pela Constituinte, como o foi pelas Diretas. Obviamente, os artistas,
escritores, músicos, poetas, dramaturgos e todos os que lutam por uma cultura
diferente hão de vir mais fortes com essa pantomima que se tornou a
interinidade desse atual governo.
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