sábado, 28 de maio de 2016

A UVA E O SENHOR DO VINHO

Rede que não pesca a uva do trigal
Em entremeios que a ferrugem não ataque,
Pois aos olhos das sementes aflora uma primavera
Previsível no que há do senhor da uva.

Pois que o calor do inverno não apaga a letra
Nem o significado do que vem antes, posto a voz
Ser mais forte do que um ano que não se passa.

Da vindima se colhe outra semântica da alma,
Ao que verse um outro termo assaz proficiente
Em uma outra ilha que é de todo o continente!

Do nada há que se tirar a dúvida assoberbada
Da intransigência do que não é ao futuro do não será,
Já que ao mesmo existencialismo regresso
Estacionaram suas jugulares ávidas nos seios das doutrinas.

A regra é a regra, anteparo da Lei, algo de propor,
De um imenso projetar, em que transpor um rio
Devia vir na primeira página de um holocausto ferido
Por outro que insistem ser, mas é o oposto: passado!

O leitor que sabe que as palavras saem duramente,
A sabermos que a civilização possui sua ordem
Bem na altura em que estiveram as inocentes,
Pois quem resolveu com as guerras no contemporâneo
De um hoje recalcitrado pelos ventos do niño
Saibam que o mesmo niño cresce a cada manhã
A prerrogar que o que nunca fora dito
Não pode ser loucura nem ao menos literatura,
Posto vir de uma grande fibra não ótica, em que a rede
Se evanesce nas forças do tempo consentirem a lucidez!

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