sexta-feira, 27 de maio de 2016

HAI CAOS (DE UNA SEMANTIC)

Trote de Totó amansa a bosta do cão
Do jardim adotado pelo estabelecer
De um metro de grama cercado
Quando de uma planta que ignora a solidão...

Chove a zurrapa da cana doce
Quando de aguardente inflama
Na garganta de qualquer que passe
Na grama por fora das cercas.

Um barco parte na ante sala do pontal
A ver que as pedras tiram retratos;
Na rede enevoada na popa
Carrega-se um balde para o peixe.

Hemingway toma o seu gim com tônica
E há piche calafetado nas quilhas
E outros barcos abraçados
Em que a nau não trafegue por lado de cá!

A luz vem no princípio do dia,
E a parte que se diz da louca literatura
Não é de se resistir na moda feminina
Quando se sabe que o homem não sofre...

De não sofrer-se parte a canoa
Da arte em outro balde – na proa –
Que respira outras redes quais não sejam
Aquelas que o pescador tirou debaixo da pedra.

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