segunda-feira, 7 de março de 2022

O DESPERTAR DA CAUSALIDADE



          Há tempo que não sabemos relacionar a saudade com o término de um sentir, dentro do espectro de não termos a causalidade suficiente para crer na fé que haveria de ser inquebrantável, o sentimento que não nos falte, este mesmo, de acalentar um gesto que tenha uma interpretação sincera de se possuir a força que esteja dentro de nossa própria e citada fé, em algo que reside em nosso coração. Essa presença que não deixa ocos de esperanças, da ordenação própria e particular à qual nos faz não nos esquecermos que a falta desse pressuposto não é mais uma questão preferencial, mas parte de uma idiossincrasia do anímico, da espiritualidade que sentimos tão logo sintamos essa mesma presença… Algo a ser do mundo inteiro como comungar com a boa intenção, como prolongar o bem e como engatilhar as flores para um lançamento de afetos reencontrados, realmente é de excelente estimares quando o que se alcança em cada pequeno mundo revela-se por vezes um detalhe inegavelmente notável, dentro da conotação universal. Não que necessariamente se pressuponha um contexto que diferencie muito essas categorias de vivência cotidiana, mas que devamos urgir pela união de todos nas caminhadas mais diversas do mundo em cada vida e sua coletividade, seja nacionalidade, gênero, etnia ou cultura como um todo.
          Muitas coisas são paradoxais neste planeta, e aquelas que possuem o mesmo paradoxo da lógica que as une nos parece que cristalizam seus cernes como um conteúdo de ciclo em torno de uma axis apenas… Na geometria cartesiana o corpo pode se localizar em um espaço, teoria desmontada na matemática da física de Einstein, mas sob o escopo verdadeiro da ciência mais utilizada no padrão em que nos habituamos. Esse mesmo padrão que nos remonta a roda ou as esferas da balística, e seus cilindros decorrentes. A ponta de uma ogiva nada perde para a flecha de madeira, e o arco, para o fogo… A origem dos utensílios de defesa podem estar, como uma extensão do braço, em um símio, qual, assim é a tecnologia. Um pássaro constrói seu ninho, come, acasala e se defende, assim como muitos seres no planeta, conferindo a essas ações seu caráter, e que pensem, pois, em análises humanas mais acuradas, posto o homem ainda desconhecer sua própria realidade, em essência e precisão, haja vista suas buscas em favor do lado espiritual, que justifica sua existência de forma cabal, felizmente. A religião vem para “re-ligar” o homem a Deus, ou qualquer coisa que seja superior neste mundo, com relação ao materialismo imperante, onde, por mais que se busque, a própria Natureza desconstrói as certezas, em uma dialética onde a nova descoberta sofre suas mutações, e onde a evolução do pensamento desmonta coisas do passado, reinventando a mesma roda supracitada. Evolui-se e, no entanto, a roda fica como conquista, como patrimônio do pensamento e criatividade humanos, e Sócrates ainda é atual, assim como os Evangelhos, assim como toda a história de nossas civilizações e culturas. Por isso, há que se respeitar cada qual: a origem da ciência, a religião, o fruto da ciência, como tecnologia, as centenas de etnias, os idiomas, a cultura aborígene australiana, a cultura dos índios como um todo, os movimentos de reivindicação que versem sobre a justiça social na Terra e, acima de tudo, um respeito gigante à nossa mãe Natureza, que nos concede, de graça, coisas que tiramos sem permissão, quando ignoramos Sua capacidade de reagir, frente aos descasos humanos como a devastação, a poluição, etc. A forma da terra é em si a mãe, que dá os frutos germinados com coerência e não adianta pensarmos em índices de desenvolvimento humano se não há índices de bem portar-se com a terra, nossa mãe, a Natureza, sempre citada com capitular, posto o que existe naturalmente sobre a nossa esfera mãe é a versão dela e da sua exploração desenfreada pelo homem, através de nosso Processo Civilizatório.
          Parece-nos evidente que desejamos montar no mundo esteiras de rendas, de orçamentos, que planejem sempre almejar mais poder, e os sistemas se batem como cães e gatos… Essa busca derradeira para ver quem destrói mais revela que a busca por religiões que pregam a tolerância e a Paz Mundial são medidas, ou saídas necessárias, para o caos em que os Governos se tornaram. Apenas em uma sociedade livre se pode auferir o ganho maior espiritual que é a expressão, e a continuidade libertária daquela... Posto: quando há grilhões, que estes se rompam!


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