sexta-feira, 25 de março de 2022

A PREPARAÇÃO COLETIVA E AS SUAS ALAVANCAS

 

Nos seios de um recuperar-se no dia a dia pressupomos
Certas alavancas do destino, esta que escolhemos
Sempre que denotemos um cruzamento de escolhos
Quais não conhecêramos no seu próprio andamento.

Saber é berço do conhecer, posto sabemos um know how...

Mas, em virtude de proceder ao aprofundamento
O tempo é assaz companheiro: um tempo de décadas,
De séculos, de milênios, o bastante para se resolver
Uma aparente e complexa equação no território insetívoro
No nosso experimentar a certeza de que a formiga, se não retorna,
Veste ao seu companheiro a trajetória da certeza, trazendo-o
A um lugar que nem o ferormônio conhece, posto sua luz
É-lhe tão tremenda que nem uma fissão nuclear no planeta
Reitera a sobrevivência do que antes disséramos serem inferiores!

Nada como a previsibilidade do visível.

Nada como a imprevisibilidade do invisível..

Nada como a construção aguda da reticência…

Com palavras um verdadeiro escritor faz o amor
Com o cheiro da chuva na terra, com a folha do outono,
Como o seminal olhar de uma mulher
Que nos olha de cima de seus quase séculos de vida!

Posto a história não seja uma narrativa, a história brota
No aluvião inconsequente e inenarrável de um átomo,
De uma lousa de um analfabeto que descobre o giz
E o apagador de feltro que lhe anuncia a escola amazônica
A saber, que seu pai não bebera o que lhe ofereceram na aldeia
Enquanto o xamã redescobrira o vento quente na cabana da floresta.

Não há pátria dos enjeitados, posto haver apenas um dito cujo senhor
Que caminha e olha não para a sua solidão de rocha,
Quando encontra uma borboleta branca que lhe ensina a paz…

A grandeza do amor é compartir o sofrimento por vezes inevitável
E transcendê-lo pela atitude mágica da ternura que não é segredo de um que se foi
Mas, na confluência dos rios Negro e Solimões encontra o mistério
Em que Moisés tenha dividido o Mar Vermelho
Reencontrado na mão de Deus onipresente quando não mistura
As águas abundantes de uma selva em que abraçamos a única esperança
De que os homens não queiram destruir Gaya, pois Deus pode se voltar com fúria
Peneirando com cuidado seu trigo e, finalmente, ofertando a Obra ao seu Filho!

Algo já está nas veredas do pensamento, e isso não trai a boa vontade que deva ser
A razão máxima da concretude humana, pois nosso país a muitos ressentirá
Quando o virmos de longe qual espetáculo, na única chance, virtual, de tocarmos algo...


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