A
matéria nos é dada, porém em termos... Por um exemplo sólido seria vermos em um
livro algo que equacione, ao menos que tentemos ver esse estranho objeto para
muitos algo que se aproxime da produção mais artesanal, em que as editoras
ainda não se aproximaram da tecnologia concludente das mídias digitais. Talvez
não cheguemos a tanto, mas alguns tornam endêmica a verdadeira mania de
contrapor-se a meios antigos com o surgimento caleidoscópico da mídia nova, da
face nova, de uma necessidade não propriamente vital de estarmos conectados
todo o tempo. O conhecimento é de uma pausa importante quanto de estabelecermos
nossos critérios pessoais a uma crítica que vem a galope no modelo atual
econômico que alicerça por vezes falsos insights com o saber especulativo,
caótico, informacional. Uma espécie de vazão cíclica e retro alimentadora, como
um coito quase ininterrupto e frequente, um orgasmo de estímulos e respostas a
que muitos se submetem, e que no entanto não constroem o timing para a compreensão de um único parágrafo. Esse amálgama
líquido e efêmero cria uma sólida matéria que constrói níveis de incompreensão
estimulando a ignorância, dando-se maior abertura a que se forme um tipo de
estrutura hierárquica onde há os esclarecidos e os que vivem na sombra:
obviamente na visão das cavernas em que a ignorância assume esse viés
contemporâneo de burguesia que emerge dos games e outros pressupostos na atual
e real hierarquia da informática, onde quem realmente ganha são os que fabricam
os displays e inventam com suas
robustas equipes os softwares de sistema que muitos são por vezes obrigados a
adotar, nesse gigantismo tecnológico... Vivemos um futurismo que remonta a
Marinetti e outros fascistas da história antes moderna e agora contemporânea. Pois
nem tudo o que “pesquisamos” no computador tem mais validade do que a antiga
biblioteca onde muitos de nossos antigos e bem traduzidos livros não estão mais
disponíveis no sistema informacional, que mantém altos níveis de filtros, como
no exemplo de mediações da wikipedia. Não que seja fundamentalmente uma crítica
que não mereça qualquer crédito, mas justamente algo que nos faça refletir que
a inteligência de uma sociedade qualquer não se pode medir com movimentos
autômatos, mas justamente com as habilidades desenvolvidas pelas mãos em
consonância com o comando cerebral e espiritual – anímico. Pois a digitação nos
transforma em pequenas garras, porquanto um jogo de cartas não deva pertencer
apenas aos mais idosos, e que os escutemos quando falam, pois apreenderemos de
nossa própria raiz cultural.
Não
propriamente falemos de virtudes, mas do que é ou não. Um homem virtuoso pode
dialogar com um suposto não virtuoso, e o diálogo pode pontuar-se como uma anti
resultante de algo esperado, posto quando esperamos o resultado do que vimos em
um filme ou novela... Pode ser algo totalmente diverso enquanto compreensão do
que vemos, ou justamente a noção clara e muito importante de que perdemos
muitas vezes certas palavras na projeção de nossas estimativas, nossos preceitos,
nossos preconceitos. O diálogo passa a ser uma ação. Não importa tanto a imagem
do que vemos, pois está na hora de passarmos a limpo o fato de que uma imagem
digital não obedece os mesmos critérios da espacial. Não há triunfo fora da
dialética espacial, da mesma, temporal, da perceptiva, da alternativa, do
trabalho artesanal na construção de novos processos produtivos: a reeducação
dos meios pessoais e seus recursos humanos. Pode parecer loucura, mas se
quisermos apreender os meios da computação devemos sempre começar com o
hardware, a não ser que a experiência mostre resultados concretos e mais
abrangentes no uso correto e limpo enquanto nada ilusório da tecnologia
informacional. Propriamente não no sentido das informações, mas do escopo
produtivo e da democratização do ensino sobre os computadores nos setores
sociais mais carentes, o que viria a dar uma alavancada sem precedentes nos
rumos de países que necessitam cada vez mais desse pressuposto. Fala-se em
melhorar o nível de vida de uma população, e que não seja discreto, que seja
alto, grande, na idas e vindas, grandes idas, grandes vindas. Não pensarmos que
não temos nada a ensinar e que guardamos as informações que não queremos
compartir, acharmos que possuímos o know
how, o conhecimento, o saber como... Esse saber como é o que é.
Estabelecermos escolas genuínas é buscar melhores dias e, diga-se, a escola e
concretamente o saber como tudo que podemos em um país. Escolas nas cidades e
no campo. Quiçá escolas com economia solidária, cooperativadas, com práticas de
artesanato, de cultivo orgânico, em que a produção gere o caminho de
apropriação popular dos processos produtivos de uma sociedade, seja quando
montamos um brinquedo de madeira, ou pintamos com lápis de cor. Ou como quando
sentimos que poderíamos montar ambulatórios nas favelas, igualmente levando as
escolas para os morros, ou que seja pensar grande demais sobre, mas que as que
já estão firmadas sejam preservadas a todo o custo. Esse diálogo temos que ter
com aqueles que acham que o mundo já está pronto em suas “evoluções”
sistêmicas, e que apenas os países do primeiro mundo possuem a chave para a
ciência e seu desenvolvimento das vanguardas.
Resta
que saibamos que o que para muitos é uma incógnita, para outros que conhecem a
equação, aquela já signifique. O meio computacional não é um fim em si mesmo,
justamente porque a mensagem pode ser tão extensa quanto um livro que se pode
ler sabendo que há fontes alternativas ao processo de expansão do caos ordenado
do controle da informatização enquanto ferramenta de ilusão. Estudarmos essas
questões por vezes um pouco mais complexas só fará sentido se ao mesmo tempo
soubermos traçar a percepção continuada da Natureza: seus veios sua terra, seus
ramos. No voo do pássaro há conhecimento, longe de não afirmar que há bem mais
– em força – do que o lançamento de uma nave no espaço, pois fabricarmos um
pássaro é humanamente impossível.
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