domingo, 26 de junho de 2016
A NOITE CURTA
Acordei muito cedo pela madrugada
afora naquele 5 de maio. De primeira ordem, fui ao jardim ver o céu e os matos,
estes meio que não crescendo mais com a vitalidade do verão, mas que as meias
estações já não eram as mesmas. Cresci bastante por dentro – pensava – crescera
quase como uma fundação. Talvez merecesse ser guardado como um quase
patrimônio, mas era outra casa, outro contexto... Pensei em uma ordem natural,
quando no jardim da frente, a Natureza mais calma, mas a devastação era fato
exato na velocidade de uma moto serra. Melhor seria não existissem motores, mas
a existência da roda em nossa civilização pressupunha aqueles, nem que fosse
algo previsível, mas a grande roda teria ainda que ser inventada, talvez em um
loop contínuo, ou em vértices de outras geometrias: do loop a se dizer,
geométrico... Keruac povoava a minha própria geometria no seu dizer extenso, a
que se busque pesquisar seja, no jargão societário, quem sabe, mas no que há de
maior se busque igualmente outros iguais ou mais amplos na sua latitude de
querências.
A noite era curta como um sonho
incompleto, mas que fora mais longa no dia posterior a este anterior parágrafo
incompleto, em que completar fosse mais fácil do que dar uma cartada bem
presente, com muita presença, no poker. Meio que a vida não seja presença muito
fácil, de se viver como um presente do alto, mas nada me tirava a ideia desse
mesmo presente, posto em saber-me gente não ter onde medir algo que dizem de
genoma, ou uma árvore que meus pais desconheceram ao construir-me em meu
nascituro. Gastaria eu um tutano a mais a tecer críticas ao sistema, mas a
partir de onde? Se cada letra impressa na tela me proporciona escutar um blues
de Jethro... Sem você, cara amiga que nem sei que é, a noite é curta, pois que
a pudéssemos curtir a mais, en la pareja...
Não me venham com acessórios psíquicos ou suprimentos perceptivos que estou
aberto, minhas lindas, a qualquer parâmetro em que sei de viver com o
pressentimento de trunfo de nunca me pousar em meus ombros qualquer fama, pois
sou mais um, e nunca deixarei de sê-lo, a partir do momento em que percebi que,
se em umas folhas caídas no chão dá de sentir muito, no fato de um ser outro,
qualquer, existir, me põe na consciência que serei apenas um, um a mais, e nada
me convence a ser superior, posto mesmo no colo do inimigo pousa um inseto
solitário, ou recrudescem as mesmas bactérias em que somos boa parte do corpo.
Esta é a presença talvez inequívoca de me fazerem escrever, meus fantasmas
solitários em que os encontro em um quê de palma solitária que desaba em meus
varais onde pendurei inúmeras vezes as roupas que já vesti, as roupas que visto
agora, e que vistam outros, e que o parafuso que prende o varal está firme
entre dois tijolos. Algo de pastiche literário beat me assoberba, pois há
várias pontes, meus caros, não apenas a que une práxis e doutrina, mas um
pressuposto existencial que fala alto e pede a passagem, que seja, quiçá a
algum lugar do imaginário que não se imagina, pois que verte do imo da gente,
em se pretender urgente a frase, enigma o período e inevitáveis as escalas.
Como na gaita de Dylan!
Via um dia um livro: Roma, do antigo
ao novo império... Em italiano, ano de aquisição da família: 1937. Caramba, que
década! Todo o tema do fascismo, em italiano, nas minhas mãos, que não sei esse
idioma a ponto de compreender certos arabescos, mas que influência teve na
Itália, no Japão e na Alemanha... Todo um jogo, o Duce Mussolini, a inspiração
de toda uma ignorância, dos povos desempregados, a propaganda, descambo no
nacionalismo totalitário e na versão quase milenar da violência como cunho do
que achavam que seria uma revolução, que seria basicamente a repressão àqueles
que lutavam por melhores tempos. E vinham os camisas pretas, os luvas negras,
uma concepção de Estado-violência. Um estado militarista. Como se não fora,
tira-se cópias, não apenas do enquadramento de personalidades contemporâneas no
sentido de rotular, mas igualmente de receitas que se repetem, no melhor estilo
nitchiano. E os civis começam a agir como certos soldados que se perdem em ação
e perdem na atitude do respeito, e agem igualmente de modo societário para a
limpeza, qual não fosse, quase sempre por arriba dos vermelhos. E os fascistas
possuem seus títeres e líderes. Como de alcunha, mas o poder os constitui e os
investe... Poder usurpado, talvez como na chancelaria de Hitler, usurpado sim,
mas investido. Perdem-se as noções, têm-se o aparato mas as forças ficam em
cima do muro articulando meios de controle. Na verdade seguem o papel da
investidura dos Poderes Máximos, mas há que revisitar a consciência... A
consciência é para todos, não pode haver exceção, pois se há classes estas já
estão. Se há lutas de classes, estas também participam justamente do que ocorre,
pois é o que está. Afora simples constatações como esta, saibamos que o crime
igualmente é e acontece. Um processo pode ser curto ou extenso, um julgamento
pode ser justo ou sumário. Um parecer pode ser parcial ou imparcial, um homem
pode ser corrupto em qualquer categoria e função, não importa, isso é fato. É o
que ocorre em nações onde a erudição é bem mais alta do que no nosso país, pois
o dinheiro fala a sua própria palavra, detém em si o próprio sentido, em todos
os lugares onde se começa a perceber que enquanto miseráveis crescem
avassaladoramente pelo planeta existem esfinges que não dobram a quem necessita
um centavo de seus bilhões. Assim nasce o ultra nacionalismo de direita. Assim
nasce o fascismo, e cada vez mais a vida beligerante, o treinamento militar de
confronte direto, a corrida aos meios de Inteligência em lógicas que relutam em
se repensar, o não questionamento sobre certas questões de origem no Direito
Constitucional, a luta insana pelo poder pelo poder, pelo controle, ao
controlar-se outros e não a si próprios... O livro de 1937 sobre Roma: dall
Antiquo ao Nuovo Imperio se repete em doutrina, será relido? Uma relíquia e
devemos ler, para sabermos história, pois o fascismo consta de séculos
anteriores e inspirou fortemente os Nazistas.
É hora de botarmos as cartas do
grande poker... Não pode haver erro de interpretação histórica. Uma moeda tem
seus dois lados, e quando era de prata já é do passado, existindo furada em um
pingente de donzela. Será que essa moça saberia que o seu namorado pugilista já
maltratou uma pá de gente? Será que sabe a história da moeda, como surgiram as
riquezas? Será que não teremos tempo de debater sinceramente todos aqueles
jogos que se tornaram jogos por questões de fazerem o jogo da hipocrisia? A
moeda apresenta seu valor em uma face. Na outra o jargão da cara. Não é
pensando que ganhando uma estaremos ganhando a medalha da competição a que
voluntariamente nos empenhamos em fazer valer essa corrida insana... Essa
constatação que o façam os que tem capacidade de autocrítica, pois se fazer
valer da verdade pode ser algo que nos faça sofrer, quiçá tenho a esperança de
que a humanidade começasse a se arrepender de seus “nobres” feitos. Quem sabe
remediar a uma não poluente transgressão criminal, como as chaminés que Kioto
não especificou como crime, inviabilizando mais de uma década de progresso na
qualidade de nossas vidas. A vertente de não sabermos mais onde fica a história
reza na unilateralidade de conquistas que não ultrapassamos na nossa
humanidade. Não se trata mais apenas de distribuir, mas de reconstruir
em cada passo que damos, e que nos demos conta dos passos que demos para que
possamos andar na vereda dos passos que porventura ainda possamos dar no
futuro, antes que este se nos apresente lava, ou chumbo.
quinta-feira, 23 de junho de 2016
ALGUM PONTO DE OUTRA VISTA...
Mereceremos mais atenção quando
redobrarmos nossos esforços em tentar conhecer melhor os aspectos centrais, ou
cabais dos troncos de onde se erguem nossas sociedades. Comecemos com nosso
corpo: templo de nosso espírito. Este possui suas frentes reveladoras, e um
dar-se conta de partes posteriores em que não vemos o nosso sul. Considere-se
que porventura temos uma bússola que nos orienta em nosso norte, e a mais, um
sul que não enxergamos no exato instante de nosso referencial corpóreo.
Arremata-se, nessa questão, um parecer saudável quando nos dermos conta de algo
não sabido! Algum ponto de vista de um ser mostra uma relação infinita, não
apenas nos canais perceptivos humanos, como no infinito referencial perceptivo
de outras realidades, de outras espécies: do ser natural em si. A
essa compreensão podemos citar o holístico, ou a harmonia, como algo que se
aproxima, mas que tangenciará o concreto como aproximação inequívoca de um
distanciamento conceitual. Ou seja, a verbalização, ou tomada de informação
científica apenas é uma questão de registro, mas torna-se obsoleto qualquer
perscrutar mais acurado se não andarmos com as pernas disciplinadas e
coerentemente, em busca do conhecimento ausente de critérios que nos
ofusquem...
O corpo humano por vezes navega como
um barco, voa como um pássaro, e tem no seu cerne o pensamento, uma lógica que
aponta vários caminhos que vão além dos operadores booleanos ou nos condicionantes if
e then. Podemos arguir: tudo ok, bom,
bem, e outros tantos condicionantes de uma sintaxe que possui em seu perfil um
traço inequívoco de um lócus que trabalha o ser humano em profusa questão de
situá-lo em uma modernidade. Dando-lhe as muletas mas não o ensinando a
andar... Parece que a crítica não embasada em academia não mereça consideração,
mas equivoca-se quem assim se posiciona, pois mede apenas o padrão do que se
digere, mas não a dimensão mesma do conhecimento concreto quando se compreende
as máximas e mínimas do viés do laurel. Dante não estudou em Oxford e Leonardo
não fez a Academia Julien. Marx leu e releu, e o que escreveu não lhe deu um
assento condigno imediato. Houve voraz recusa, ou seja, não pensou no sucesso e
nem o fez para tal, a farsa ilusória da fama, no imediatismo daqueles que apenas
repetem os padrões de sua época.
Quando se estuda algo mais
profundamente, o ponto de vista tem que vir de uma totalidade, mesmo quando
focamos em alguma questão pontual. Do mesmo modo que um arquiteto saiba
projetar casas: se for um profundo conhecedor da Natureza e sua preservação
será mais consciente da matéria, e com espírito indômito de realizador. Seria
igualmente um bom urbanista, visto que as especialidades por vezes nos jogam
para todos os lados, e o que vem a ser a integração dos sistemas só funciona
nos aparelhos burocráticos, onde se desmonta um criador para se “remontar” sua
obra e vida! Por exemplo, a partir desse conceito, queremos uma enciclopédia,
mas que não seja a Wiki. Não gostamos de seus filtros e administradores para
alguns assuntos, assim como podemos contestar algumas empresas poderosas
estrategicamente de telecomunicação. É um direito que nos assiste, mesmo
sabendo que seja aquele algo diluído por relações de força desproporcionais,
falando-se individualmente. Assim como com relação às propagandas enganosas, as
notícias parciais e o entretenimento manipulador. Pois isso tudo revela, sob o
ponto de vista da realidade concreta, a perda da sociedade livre e a
permanência do totalitarismo plutocrático e fascista.
Veste-se o caráter de uma mudança
quem possa ter uma altura suficiente para ver mais de longe... Há que se pousar
no chão, pesquisar, estudar em lócus. Mas o mesmo caráter do homem ou da mulher
que sabem bastante sobre muito, merecem em sua defesa a arguição de porventura
abrirmos as janelas para que todos possam se tornar mais e mais conscientes,
pois a inteligência é irmã da democracia e filha única da justiça. Não é quando
passamos em uma grande universidade que seremos mais inteligentes
necessariamente, mas quando convivemos com harmonia sincera com um estudante
pobre que senta-se ao nosso lado em aula, na mesma Universidade. Aceitemos
reformas em nosso imo, no cerne do que de modo coletivo e individual tínhamos
como exatos os antigos conceitos anódinos culturais de justiça social. Se não
nos revelarmos justos com o próximo não procede que queiramos efetivamente
mudar para melhorar este estado de coisas. Tudo que se nos fala por vezes se
encobre, e o que falamos tece uma malícia de ensaio, por vezes para agredir a
outros, na linguagem doce que se apresenta crua e endereçada à história de um
cidadão, em entrelinhas nem sempre cruzadas. A mesma história superficial da
obtenção de informações, onde se mede o poder... Nada mais do que essa
constatação que pode conter algo de genérico, mas é ipsum facto.
terça-feira, 21 de junho de 2016
A CALHA DOS PRAZERES
Quem
diria se não os tivéssemos, no soprar dos ventos
Em
que ruge o temperamento de uma fêmea
Nas
vozes cálidas da lua em que as noites abraçam
Os
solares que encontramos em cada chave posta.
O
encontro fortuito, a palavra terna, um olhar cigano
Já
que não se verta a paradoxal frase libertária
Que
emperra o andamento dos pés dos que livres
Navegam
no próprio caminhar de suas razões.
Em
si, e por si, na verdade não nos encontramos muito
Quando
dispomos de um corvo nas entrelinhas
Que
nos assoberba de um voar, mas que um outro pássaro
Feito
mar nos agiganta mesmo quando não vemos o barco.
Feito
calha, verte-se uma água cristalina na fronte
De
uma mulher que se encontra com seu próprio lado
Seja
de que lado for: ensimesmada no brilho da noite
Em
que despe-se ao trabalho noturno sem dispor do dia.
Caminha-se
por latitudes de cristal à semântica das flores
Quando
subtrai-se a própria ternura dos dias que vivemos
Em
que o metal de uma calota de plástico se nos apresenta
Mais
um modelo de carro que passa por imaginários sociais...
Das
trocas, dos valores, de possuir-se a estética de vanguarda
Se
sobrepõe a sede de querermos nos alimentar do complexo
Em
que a simplicidade não é propriamente obra de Pessoa
Nem
transcende à Arcádia dos tempos da poesia bela...
Vertem-se
poderes, e quem quiser que possa, quando quer
Possuir
querendo, e o fruto nem sempre é algo que se tem
Quando
muitos querem apenas o navegar sereno
De
uma honestidade ímpar que embeleza a vida e traduz o amor.
TALHAM-SE HUMORES
De
talhar-se a um humor qualquer, de outros humores
Na
contenda de nos sabermos fortes a qualquer minuto
Pois
que de luta seremos mais fortes na opressão de nosso peito
Quando
nos apercebemos que nossas vestes não são distintas.
A
um que pertença em sua força, a outro que é forte em vida
E
outros – esquecidos – vestem o soturno véu da morte
Sem
receberem póstumas homenagens pois são maiores...
De
outros que transudam humores psíquicos na sua busca
Em
compreender o estranho preconceito atávico em outra voz
Que
não silencia e nem dá tréguas em sua covardia inepta
A
saber, que para isso temos que conhecer a sociedade...
Se
há homens e mulheres que guardam para si os seus rancores
Que
ao menos dialoguem no interno e no externo de suas latitudes.
E
se essas posições não lhes confiram quaisquer modos libertários
Passem
a saber que quando leem desta palavra: liberdade,
A
vida começa a partir de um princípio atemporal, sem idades...
Das
lutas que os trabalhadores empenham em suas grandes horas
Há
no mesmo diálogo a cromaticidade de um verso que tenham por ler
Em
um significado simples e conforme com as esperanças
De
que um dia falem de vitórias mesmo em meio de pequenas derrotas!
O
mundo claudica, empaca qual uma verve em que não se encontra
Aquele
paradigma que nos insufla por vezes a incompreensão,
Naqueles
temas em que – a se aclarar for – estão abertos
Em
uma mescla de virtudes e tolerância necessária e cabal.
E
se a uma palavra perdem outros o seu precioso tempo na interpretação,
Saibam
estes que não basta decodificar um sentimento ou barrar a arte
Com
o único pensamento de que estarão servindo a um motivo
Que
surpreende pela qualidade técnica, sem saberem das suas próprias.
O
verso é como uma metáfora de um cristal sereno, que se esvai
Em
um tempo que solidifica a ternura de outras palavras no peito
Em
que outros o saberão em suas duras penas, o pesar intenso
Que
dá lugar ao contentamento quando veem o peso ser feliz!
De
irmos ao mercado obter do alimento, que não se baste apenas isso,
A
uma sanfona sincopada com o triângulo, saibamos que as regiões
Não
serão suplantadas pela cristalização de velhos no poder
Em
que na Verdade não giram máquina, nem erguem casas.
A
sabermos de um outro diálogo, que muitos seremos a tanto,
Pois
saibamos que um dialoga com os versos, pondo-se no lugar
De
certo sofrimento, mas nada que se compare a uma realidade
Em
que tentam dissuadir os fortes a serem sempre mais tíbios.
Não
há porque temer, companheiros de sendas, pois que os olhos
Nos
encerram na dimensão mesma do infinito, sendo o máximo
Apenas
o fechamento de uma questão, que serão estas quase eternas
Mas
que o sempre nos situe como palavra assaz verdadeira!
Há
que se prediga, mas muito de alicerce já está firmado na terra,
E
onde queiramos nos referenciar de vozes com mais timbres
Saibamos
que aqueles que vivem para lutar se entendem
Na
mesma plataforma de outros que lutam para viver...
sexta-feira, 17 de junho de 2016
NAS NOTAS
Que
nos digam as notas, sendo de notação ou outras de academias
Mas
que nos passem os parâmetros de rotação de outra proposta
Que
venha a dar no sentido a que nos imputem ao menos a lógica
Em
que o quadrante do qualificado homem não a possua toda...
Que
o homem não a possua toda, essa é a temática do conceito
Em
que nos perdemos em informações que vão contra a ciência
Do
teor democrático do conhecimento que quase sempre se dita
A
uma performance irredutível de estar o mesmo encerrado nos dias.
A
dia que um dia não passe que não saibamos que outro guri
Descalço
pelos passos da incerteza não poderá comprar a merenda
Que
lhe permitiam para que ao menos possuísse o tutano necessário...
Incertidumbre seria palavra
mais bela a que o costumbre nos
unisse...
A
incerteza de não termos nossos papéis nos jargões de metáforas
Em
que a mesma lógica reducionista dos mapeamentos matriciais
Nos
informam que somos algo mais do que o código de barras
Quando
este encapsula o próprio ignorarmos que temos CPFs.
Saberemos
mais de outras calotas, agora de aço texturizado
Em
que uma dimensão nos dite que não seremos mais tantos
A
que não possamos ser o suficiente, pois seremos muito mais
Do
que a própria parecença do ser, que não nos ressintam o fato!
Não
se trata de poesia verborrágica, pois temos que pasmar
Que
a linguística apenas nos obriga a que não fujamos da verdade
Em
que o tempo todo nos ocultam, botando um embutido de soja
Nas
nossas goelas famélicas de palavras afins com a ternura.
Será
que teremos que treinar como antônimos autômatos
E
sermos mais inteligentes com seres anódinos em uma superfície
Em
que os neurônios possam ser catalogados como uma tampinha
Quando
bebemos de uma água em que a cor signifique algo?
Teçam
planos, camaradas, teçam a poesia, não pensem demais
Que
a prática manda que saibamos de antemão que sabemos muito
Quando
deferimos nossos atos na circunscrição de um metro e meio
E
conquistamos no saber uma área de arte equivalente à literatura!
Aos
que possam, à paz merecida, que a veia de um cárcere
Possui
a possibilidade de estarmos em uma posição assaz neutra
Quando
pensemos que há céu e há chão, e que este possa ser concreto
Na
construção em que um tijolo fala ao pintor diverso da pena...
Nada
será sempre do mesmo modo, pois na mirada soberba de um ar
Saibamos
que a inspiração do mesmo pode ser a vida soprada em dois.
A
saber, a poesia nos acompanhará sempre, de dentro e de fora:
O
dentro quando está fora, e o fora sempre quando de dentro se vai...
Não
há de casmurrice nas comparações, companheiros, pois de ondas
Se
faz o mar, e um quando sente o sangue pulsar na veia sabe
Que
o poder é infinitamente inferior no critério administrativo
Do
que a verdade mesma que não nos tira o sono para organizarmos.
A
poesia é longa, e longo é o processo das verdades encobertas
Que
deixam suas cristas duras de cristal sob as águas da intolerância
Quando
não deixam de medir esforços para nos cooptar na ignorância
Do
consentimento atroz de deixarmos passar com dó no peito o mal.
Saibamos
todos os das sociedades contemporâneas que o moderno
Suplanta
vossos conceitos de liberdade do culto do consumo luxuoso
Quando,
saibam, o prato de sua ong ilusória não alimenta a esperança
De
uma criança que está no meio de vinte milhões de não miseráveis!
Uma
acha, um archote que ilumine a musa, das musas que não tive,
Que
são tantas que me resta a posição de peão infesto no tabuleiro
Onde,
no pretenso aprisco me condeno a simplesmente ser feliz
Por
saber que certas palavras queimam minha fronte como magma...
A
um erro, não erremos muito, pois um erro não é nada, viver
É
como errar em cada instante, e apreender ensina o que vemos
E
quando retornamos a um instante voltamos a dar uma nota
A
nós mesmo, um dez de diamante que nos encerre um esgar.
Ah,
sim, por que não fazer sucumbir a poesia em cada estrofe
Para
que saibam que a cada interpretação sucinta nos sintamos chefes
De
algo que participa, de uma roda histórica com a de Watts
Nos
tempos em que se questionou o tear mecânico e a espoliação...
A
nota mi não claudica se não a segurarmos firme em seu ego
Que
dita que sejamos algo parecido com jargões intelectivos
Em
que na verdade não saibamos todo o processo histórico
Em
que já somos agentes ou atores com o personagem incauto.
A
dez, a nota cem, milhares de notas voando por um sopro flamengo
Em
que teríamos apenas que revisar nossos antepassados nobres
Quando
em seus castelos vinham a dizer que a gleba é pouca
Para
o reparte do quinhão em que vimos a merecer há muito.
Do
torto se viu umas notas escapando pelas cuecas de um malandro,
Vimos
uma nota de cem na roupa íntima de uma dama, vemos um quê
De
notas francesas pipocando em antigas Argélias nas noites africanas
A
ver igualmente que não vimos mais outras que nos recebam com fé!
Pois
que se dê a nota máxima a quem ouve do não pertencido
No
que pertença a outrem que se ri de tudo quando lhe perguntam
O
que é do concurso a outros concursados que recebem os votos
Que
os magistrados coadunam com os montantes diários recebidos!
Se
é de palavra, a nota é mais para quem deu o golpe, uma nota lá
Que
não é daqui, nem seria mais uma nota que desse algo de se notar
Quando,
nota-se, o golpe – a repetir – se traduz em algo obsoleto
Na
existência inócua daqueles da corda bamba em se poder absolutos.
No
absolutismo a um e a dois se transmuta em que falsos líderes
Só
bancam lideranças entre os seus, e os que antes tocavam seus tímbalos
Bancavam
as mesmas tramontinas que enfeixam janelas de condomínios
Onde
o contato com o povo se faz através das novelas e séries de TV.
quinta-feira, 16 de junho de 2016
NAVEGAR SEMPRE...
A
um barco que nos leve – distante – pela distância de nós mesmos
Por
sabermos que de timão temos à frente nossas memórias
Em
que por dentro do imo tecemos a história como queiramos que seja
Nem
que para isso o alento seja um sorriso ou mirada de um pássaro.
A
ver que um pequeno inseto floreie nossas velas enfunadas pela fé
De
sabermos presentes onde menos nos esperariam em nossas provas.
Há
de sentirmos que um grande mar nos espera a cada porto
Quando
baixamos as cordas e amarramos o navio na espera nua
Em
que nos encontramos com o término de cada travessia
E
conversamos com os capitães que tecem em suas areias as naus.
De
frente saibamos que as frentes são por vezes recuadas nos nós
Em
que indefectivelmente nos aproximemos deles cada vez mais!
As
ofertas são tantas que os navios quase soçobram lotados
Em
imensas ordens de comércio e seus contêineres de verbas vãs
Quando
na verdade supúnhamos que teríamos o navegar sereno
Ao
que os piratas nos atingem quando menos se sucede o fato.
Assim
a que se diz que supomos ser verdade que estejamos no rumo
Em
que o prumo nos diz menos do que a realidade de nossa latitude.
Em
se fremir gestos que não o somos disto apenas, no que a pena tange
A
si mesma quando infla de tinta os papéis das noites que se aproximam
Na
vida que pede passagem dentro de nossas consciências em que
Amadurecemos
todos os dias ao menos um dedal sem agulhas.
Isso
de corroborar a que leiamos os nossos vórtices do coração
Seria
de um nome pretenso na questão tão imensa de Indra ou Netuno!
Ao
nos vermos tão próximos de um recrudescer de feras quase ausentes
Que
pensemos que se ausentem mais, posto que o crescer de feras
Verte
nas caçadas um quê dos hormônios sucedâneos e bestiais
Em
era que não devemos sequer pensar em que estaremos próximos do fim.
A
se ver, convenhamos, tenhamos o senso do Norte ao menos, para saber
A
quanto anda a navegação ainda que solitária a muitos que se perceba.
LA NATURA
Irrompe
uma veia de um braço que serena o seu próprio sangue
A
ver que uma profusão de veias irrompem no coração da cidade.
A
se crer de possível contenda ao que um não dite a outro e se acabe
Por
dizer do pouco que seria muito quando não sabe sequer a verdade...
Saberíamos
tanto de tantos caudais da informação passageira do tempo
Em
que a nau navegue por oceanos insofismáveis do mesmo tempo relativo.
Um
homem que se prodiga a uma mulher, de sua pródiga acepção
De
se saber apaixonado por ela a uma questão de parágrafos existentes.
Que
se exista pois o amor, de um amor fecundo mesmo dentro de planos
Em
que suas arestas não toquem a extrusão de uma peça inorgânica de dentro.
A
geometria de um movimento de uma abelha, quando é estudada esconde
O
mesmo mel que é néctar quando compreendemos que a dança é néctar.
Dançamos
todos em uma profusão geométrica onde quando seguimos em linha
O
mais conhecido vértice que una um polígono quadrático segue sabendo mais.
Em
uma verdade inexistente na Natureza saibamos que a menor crisálida
Tece
uma criação divina sem saber em que posição estarão as asas no despertar!
Assim,
de sabermos mais um pouco a nada saber quando sentimos que o infinito
É
a própria necessidade de conhecermos algo que sempre possui mananciais...
Natureza
que nos guarde, pois se é de guardar a natureza humana saibamos
Que
a tela digital só encerrará conhecimento quando for um leito de poesia.
sábado, 11 de junho de 2016
UMA DAS PREMISSAS BÁSICAS DO JORNALISMO É NUNCA FALTAR COM A VERDADE. JURIDICAMENTE, UM JORNALISMO PARCIAL DEVIA SER CRIMINALIZADO, PRINCIPALMENTE EM CONCESSÕES CEDIDAS PELO ESTADO, COM VIGÊNCIA DETERMINADA, POIS OS CANAIS DE INFORMAÇÃO NÃO PODEM PERTENCER A PEQUENOS GRUPOS QUE OS USAM PARA DEFENDER OS INTERESSES DE CASTA.
NOITE EM UMA CONVERSA
Sabemos um dia quiçá que as noites
não eram prometidas aonde menos se esperava do sol que soava de seu gongo
amarelo ouro, na palheta de Corot. Um sul realista, no dia frio do inverno,
ainda dia, pois a noite quase anunciava chegar na vida de um casal, como na
anterior, em que se viram em meio a um encontro sutil como a neblina de uma
ilusão que os entontecia. Saberiam se portar no recrudescer do frio, mas nada
os afligia do que o clima das chuvas que teimavam, em seus recortes de solidão.
Antenor e Clara, ele branco, ela negra. Ela lúcida, ele louco... Mas claro, não
de uma loucura contumaz, apenas de se portar como uma haste forte, de pé,
apesar da química, apesar do preconceito, e ela que o dizia, - depende do
lugar, meu amigo. Deixavam rastros na encruzilhada de pedra, deixavam que
falassem, e falavam, dependendo do lugar, mas os lugares se encruzilhavam
igualmente a que negro e branco se mesclavam. Um dote, um quê de genoma fácil
de perceber, que a genética era algo muito de se comportar nos tempos e,
infelizmente, o louco trajara vermelho na noite anterior, em que se passou o
diálogo dentro do hotel Coral, onde se encontraram:
- Que muquifo, heim? Podia ser melhor, meu caro...
- Vou retirar a jaqueta, temos tempo.
Minha Clara, saberia eu melhor de outro, mas Fernando toca essa pocilga há
bastante tempo, o quarto está aqui. Nada se grava...
- Melhor, não trouxemos os
celulares. É melhor não bobear. Isso tudo só para não saber de sua esposa, se é
que você possa estar certo de que ela trabalha na Agência.
- Senti evidências no seu
comportamento, e em umas rotinas em C + que ela postou no face de um outro... A
história é meio longa, não viemos propriamente para conversar. Você sabe, um
que...
- Sim: um que imagina o outro já
sabe, depois de ver o filme... Ha han! Meio que a cinefilia ajuda, mas nem
tanto, o treinamento aqui fora é outro. Você sabe, a mesma Agência te empregou
e largou-o com tudo que você possuiu de mais secreto, te limparam a cabeça de
todo.
Antenor já não possuía muitos
reflexos, de suas reflexões, os reflexos rápidos, a lógica que Clara
apresentava, muito mais do que se esperava dela, de uma mulher simples, mas
assaz sensível e humana. Ele jamais julgara suas atitudes, por isso não queria
que o julgassem ou o ensinassem a viver. Antenor já sabia de antemão os
movimentos das peças, esse era o seu fraco, o próprio consentimento cabal e
libertário que o livrara do manicômio. Pelo menos por enquanto. Lidava bem com
os outros malucos, mas ainda faltava mais proficiência, de saber administrar os
conhecidos de uma luta aparentemente sem tréguas. Clara já possuía a fortaleza
de uma grande lutadora, literalmente, sabia boxear como ninguém, e nunca
afrouxava as suas pernas lindas. De qualquer modo, sabia da importância de
Antenor no contexto do que viera resolver, e acabaram se amando naquela noite,
no hotel, pois possuíam a faculdade inata do amor e da ternura, já que era um
casal de muito respeito e um código moral firme. Já eram pelas dez horas da
noite, e os papéis foram trocados: alguns poemas de Antenor, frases, ditos,
desenhos, poesia, humor. Outros de Clara: alguns jornais alternativos onde ele
poderia publicar. Eram de um arquitetura aberta, os pensamentos livres, a
sociedade mal divulgava esses trabalhos, pois eram tantos digitais que os
papéis se perdiam. Vestiram-se e falaram:
- Ela pode ter mandado nos seguir.
Você casou com uma agente espiã para te espiar... Ela espia muito?
- Não é tão engraçado. Vai ver
queria estar em uma casa com mais qualidade, pensei quando me juntei. Na
verdade ela é rica lá fora do Brasil. Morou em Amsterdã, e Estocolmo e outros
lugares. Meio que pirei feio mesmo há um tempo atrás, e ela me quer fora de sua
vida, entende? Eu abri as cartas na mesa, alimentei fartamente seu egotismo de
curiosidade, e agora nem sou mais agente e nem mesmo talvez nunca tenha sido,
posto apenas seu braço funcional...
- Mas mesmo assim o colocou sob
vigilância. O que a põe em atitude suspeita, por querer manipular alguém, ainda
mais um homem vulnerável como você.
- Clara, todos somos um tipo de
braço, um tentáculo que serve a algo, mesmo que indiretamente. Se somos da
ciência, temos por vezes que fazer vista grossa a muitas pesquisas. Quando
professores, obedecemos por vezes a grades curriculares arcaicas, ganhando uma
miséria no exercício.
- Óbvio, são poucos os que querem
mais dedicação e possuem tempo para algo de arte, da expressão, posto faltar uma
atenção maior a essa disciplina nos colégios. Quando públicos, pois não se dá
muita atenção às matérias humanas, ou mesmo o ambiente não proporciona muitos
avanços.
- Clara, não comece a dizer sobre
avanços que posto-me com rancor, de tantos avanços da ciência e o cacete que
não saímos do tombo e continuamos a morrer aos poucos, como sempre. Melhor, a ciência fala mal da
velhice, como um descarte, em suas
entrelinhas ocidentais, mas eu creio mais na velhice, pois mostra o buril da
experiência no ser que porventura possa ser humano.
- Ah, sobre isso conversáramos tanto
em um ano de primaveras, em que flores brotaram e você me mostrou no lago em
que ficamos juntos na primeira vez. Você nem era casado... Um tempo feliz, sem
muitas as ilusões de que falamos tanto hoje no almoço, sem esse neurótico modo
de acharmos espiões em nossas casas ou em nossos celulares. Você veja, no
íntimo das máquinas, elas não são factíveis no erro, se repetem, mas as rotinas
servem, existem servidores, e essas outras máquinas possuem os eixos da verdade
na comunicação entre os povos. Se você não tomar ciência desse fato, que você
mesmo me alertou, não estaremos suficientemente alocados no que possa se chamar
mundo real. Esse novo mundo, essa quase farsa do novo, em que os velhos que não
se conectam parecem mortos nessa visão mecanicista e autoritária... Nisso de
expor os fatos existe uma simplicidade de gargalos, pois o mundo em rede, por
mais que estejamos conectados, temos apenas um gargalo em cada país, em cada
nossa realidade, que se chama nossa cultura, nossas tradições, nossas artes, a
identidade de nossas populações e, convenhamos, a neve aparece onde neva, a
chuva é a mesma desde sempre, com a pequena diferença de que agora, enquanto
estamos conectados, a Natureza se conecta mais e mais com os nossos próprios
desastres existenciais.
O breve e universal e quase infinito
encontro pontuou sobre beijos e carinhos a verdade em se saber reais. O homem e
a mulher ainda podem ser reais, podem trocar correspondência com suas
caligrafias, podem se beijar sem ter que postar no face, podem existir como um
direito inalienável sem a máxima de que se não estamos plugados não somos ou
fazemos parte do “mundo novo” ou da “supra consciência”. Esse é o fator humano,
a pequena diferença entre o ostracismo da interdependência, quando por ventura
nos tornamos interdependente dela. O que vem de ser demandará dependências
forjadas? Teremos uma política à altura? A história não será nunca descartada e
a publicação remota merece destaque por fazer vir à tona dentro do mesmo
sistema computacional uma abelha que fabrica o mel da tolerância tecnológica,
do bom senso verdadeiro, do respeito aos povos que ainda estão na fase do
necessário alimento, ou daqueles que urgem desesperadamente pela paz, como
acontece hoje no Médio Oriente. Saber do gesto sincero talha uma performance
mais adequada com qualquer jogo que se pretenda, ainda que se passe o gesto já
sem timbre, posto jogo, posto hipocrisia: a União dos povos sem hipocrisia faz
de uma humanidade com menos desavenças, em qualquer país, em qualquer
fronteira...
O RETRATO DA POESIA
Resta
a um homem quiçá uma promessa de algo que não se ausentaria,
Um
afã de encontrar em uma efêmera página de cunho libertário
Aquilo
que se pensaria em um país, de uma vida, de todas as vidas que somos.
Nas
vezes em que pretendemos não ruir frente a uma maré de tempestade
Saibamos
que é por vezes na onda camuflada de um amor ensaiado
Dos
gráficos que nos apontem mais e mais pesquisas étnicas...
Falemos
do muito em que não mereceríamos tanto, qual fora
A
contenção de outros que não silenciaram em sua força de voz
Enquanto
desfila a história que se permite contar distante na Nação Zumbi.
Teremos
talvez um paradigma a ser enfrentado em uma alocução feroz
De
homens taciturnos com o quase nada do que não adiantaria mais
Saber
de uma verdade que encobrem para mostrar um mundo novo.
Dessa
parafernália mútua de ações consistentes na crença de cada qual
É
facilitada uma veia em que nos situemos em um futuro de grafia
Onde
a ignorância esclarecida deposita seus trustes em forma de gala.
Que
não seja tão fácil a força de comunicação estendida em que grava-se
Um
áudio comprometedor para quem interessar possa, em que outros
Se
ressintam na voracidade de um tipo de vingança, de olhos vendados.
Ocultar
o pressentimento de uma face é como sabermos que a poesia
Não
possa existir em um mundo onde a ciência idiomática versa
Que
não nos expressemos mais, se não fora apenas no que podemos.
Um
mundo de espionagens padrão seria tão comentado no passado
Quanto
sabermos que nada de nossas brincadeiras não é controlado
Por
suposição quimérica da grande rede feita quase um partido...
Essa
deusa rede tentacular já fez naufragarem consciências, a serviço
De
um desconforme mundo onde o objeto se torna razão e sentido
No
cabal de ser o poder em si, a tecnologia e sua ditadura...
Verte-se
uma calda mansa e anódina, sem a ternura, dura como um aço
De
padronagem inquieta, de códigos semânticos, de palavras certas
Como
certo é não sabermos, tal o grande poeta, dos mistérios do mundo!
E
aí se passa que quem lê apenas seus próprios códigos de atuação
Isenta
um resto que não se torna mais auto suficiente de fato
Posto
jogarem com o afeto dos vulneráveis confetes de emoticons.
Justo
é sabermos da pretensa farsa imputada, e que as antigas estruturas
É
que são os verdadeiros pilares da nossa sociedade, o que verte
Nas
sombras de paraísos na terra apenas o tempo a seres inquietos!
Pois
que uma casa não se reforma, sem preservar seus alicerces,
E
Francisco mostra ser um grande homem, um mahatma,
Quando
justamente recupera a casa de uma milenar instituição!
Pois
que diuturnamente sofremos com diásporas em nossa frentes
E
aqui esperemos que estrofes nos façam melhor respirar
Em
um espaço democrático em que agora se travistam de realizados...
A
realização é um encontro com o real, de sabermos concretamente
O
que é o mundo, quais são as relações de um trabalho, como é
Uma
vida de lutas sem o consentimento das elites...
De
um homem que possui uma literatura como emblema, é simples
Atuar
vendo de si aos outros como igualdade semântica, posto
Uma
posição em que o livro antigo de um grego é seu patrimônio!
Assim
como se fora um quiçá permanente na esfera de nossas atitudes,
Quem
sabe a exclusão do poeta fosse necessária, mas que já é feita
No
molde atávico de seus estigmas feitos por um chef de cozinha...
Serve-se
na mesa, e as servas do sistema buscam nos movimentos
Reiterar
os aspectos chauvinistas de algo que nunca esperavam
Posto
a situação de suas conquistas passam por seus interesses.
A
poesia é longa, camaradas, mas que contenha um lote maior
Da
mesma verdade encoberta por um tempo testemunhal
Em
que não disséramos tudo por falta de consentimento cabal!
Sobe
o significado nas montanhas de nossas latitudes,
Sobe
fé e força, cavalos, pisadas no solo, sobem os do pampa,
Que
a força de um homem não passa apenas no Sam sung.
Não
há nada do salvacionismo adaptativo pois que a voz
Empreende
a mesma tonalidade em lá maior na escala
Em
que se girava a máquina no milênio anterior ainda presente.
Nada
do que a técnica reservou para a arte merece discussão venal,
Pois
a venalidade desses espaços tão consagradores ao avesso
Apenas
mostra a face dos partícipes da disseminação da farsa!
Vê-se
apenas a criação de um sistema totalitário nas mãos
De
uma plêiade de oligopólios da informação em que possa incomodar
Aqueles
que não dispõem de tempo útil par ver o que é real.
Vê-se
sentimentalmente o não sentimento, a ocupação das mentes,
A
grande lavagem onde os porcos comem no cocho, e voltam
A
mostrar que são mais inteligentes que os homens...
Pois
que voltem e mostrem que poderiam ser mais limpos
Do
que quando nas pocilgas em que nenhum animal deva passar
Pela
crueldade latente do gosto do alimento desumano.
Assim
que se fosse uma poesia sem poiesis, ao vertermos
Em
um chão de mármore de Carrara uma cadeira de vime
Em
um ano de setenta a que não lembremos mais de nada.
Pois
se um homem está prestes a cometer uma frase, possa ser
Verdade
que o cometimento vá a compreender algo que fosse
A
mais do que a simples e necessária expressão humana...
terça-feira, 7 de junho de 2016
O AMOR E A GUERRA
Não falaremos da guerra? Que guerra?
Que paz, ou melhor, que amor incondicional é este que não suporta olhar sequer
para outras condições humanas? Agora estamos bem, nos parece, o céu principia,
em outros países quiçá também, de um céu mais azul, mas o sofrimento está
imperando onde mais precisamos de ajuda humana, qualitativa... Não é mais uma
questão ideológica, quando esse tipo de apreciação está acima de qualquer
governo, pois torna-se premissa indissolúvel em que o mecanismo de livre
mercado afeta a apropriação dos recursos tendo em vista o lucro, apenas. Se é
de recriar manuais de conduta ou doutrinas filosóficas que versem sobre uma
prática imediata em suas ações concretas, partilhemos e recriemo-las. Os
conflitos nascem de pequenos atos, pois em sua minúscula esfera vemos que quem
treina um dia quer aplicar, e quem não o faz vira vítima de contendas ou
situações nada amigáveis: na esfera da geopolítica a demonstração de forças nos
parece algo inevitável, com sua inerente demarcação e alocação de recursos de
verdadeiros impérios financeiros e bélicos, um dando a retaguarda a cada qual,
no intento de usurpar estados democraticamente independentes, ou nações que
seguiram seus rumos através de verdadeiras situações em que as revoluções se
fizeram necessárias. Como no caso da China na era do ópio imposto pelos
ingleses, ou em Cuba, com os desmandos de Fulgêncio Batista, o ditador medonho.
São situações que não se revertem nas sociedades que se libertaram, e o modo de
amar chega a ser contestado pelos imperialistas, que tentam um sem número de
vezes acabar com a independência de países que rompem verdadeiros jugos
coloniais.
O amor não é algo que tenha a ver
com a justiça, dentro dos padrões sistêmicos hoje observados. Mas o oposto é
necessário, pois não há amor sem justiça social, e o isolamento da livre
iniciativa só se afirma realmente ainda no mundo capitalista se – quando se
lança uma boa empresa – esta estiver firmemente alicerçada em um capital para o
investimento. Se estas são as regras, pois bem, que sejam, mas infelizmente
aqueles que podem agregar valor ao trabalho com sua inteligência passaram por
uma educação e período de estudos onde os familiares possuíam as condições
necessárias para a educação de sua progênie, sua formação não apenas técnica,
mas filosófica e humana. Um homem ou uma mulher, para estarem conscientes, tem
de saber como se processam os fundamentos da sociedade onde vivem, pois não é
apenas através de uma formação técnica que estarão aptos a consumirem
conscientemente: esquecendo do trabalho nos fins de semana e voltando a
trabalhar arduamente, por vezes sem compreender a leitura de um parágrafo fácil
de literatura, fato que alimenta fartamente o sistema. Uma roda viva que resulta
em que qualquer declínio da economia de seu país os façam mudar de ideia
politicamente, em suas escolhas, no seu processo de mudanças que falha na
crítica e na ausência de assertivas fundamentadas. Esse é um padrão estático,
já discutido amplamente certamente em debates na história das nossas
civilizações, estas mesmas que dispuseram de fartas estruturas de dominação
para enriquecerem na amplitude de seus processos, por vezes remontando a
milênios, que não se independem, posto a linearidade da história ser um fato
recorrente, o que não acontece muito hoje em dia, a saber, que diversos
vértices e eixos econômicos e militares se volatilizam como um drone ou se consolidam como os
estamentos deterministas genéticos. A ponto da própria ciência da cura gerar
substancialmente conflitos de ordem de interesseS em experimentos por encima da
espécie à qual pertencemos, como na situação crítica do Ebola na África, onde o
povo desse continente foi o mais perseguido e massacrado na história, fato
inconteste no seio da Verdade.
Portanto, amigos, seria discreto não
escrever o suficiente, mas páginas e mais páginas da história atual serão
revistas em sabermos o que é o fato, onde reside a substância escusa de
interesses declarados, quais as armas covardes que estão sendo deflagradas no
mundo, que país é esse que descaradamente está votando nos republicanos, porque
nos infundem o medo através de seus canais, quais as crianças e de onde estão
sendo traficadas e, finalmente, porque é do interesse dos imperialistas
fomentar o tráfico de entorpecentes nos países pobres que querem se tornar
independentes, na intenção pura e exata de estabelecer o caos com bases de
chumbo na ignorância e manipulação de toda uma massa. Temos, pelo menos alguns
líderes, que estarmos vigilantes, pois é igualmente quase irreversível o fato
de que o oceano nunca deixa de se atormentar depois de cada calmaria, e quando
os covardes perdem uma batalha crucial, saibam que estão alimentando outros
tipos de ofensivas brutais.
Passada a fadiga crônica à qual
setores gigantescos da sociedade basicamente se impõem no determinismo de
certas regras, resta sabermos o que é do bom senso nas civilizações
contemporâneas, e igualmente sabermos que o sem regra do MMA não se aplica em
questões de ingerência universal entre nações mais poderosas e aquelas que
estão fracas na verdadeira fadiga dos que não possuem os recursos materiais
para que possam dirimir suas dúvidas em relação a qualquer tema que seja.
Estamos no inverno, no Sul do Brasil faz frio, o trabalho honesto ainda ponteia
em todos os cantos, no entanto muitos dormem sob lajes sabendo que seu alumínio
por vezes não é suficiente para um café pela manhã, e fazem um trabalho soberbo
de catação. Claro, porventura a cotação do dólar seja outra história, a saber
que muitos outros estão com seus ternos negociando, mas que as vestes do
fracasso ou da vitória não nos devam diferenciar, enquanto sermos mais honestos
perante a sociedade e a nós mesmos. Essa é uma questão atinente, um fato
inconteste, levado a uma causa sem limites de uma lei existente, não aquela que
depõe uma Presidenta em um golpe que chamam “brando”. A brandura dessa situação
tornou efetivamente o próprio Governo provisório quase nulo em suas primeiras
investidas, mas que o saiba a mídia do povo brasileiro que se jacta não
pertencer a este que a concessão que permite sua jactância de parcialidade
mostra ao mundo a face do que é... Consagremos sempre um justo parecer, uma
crítica coesa em nossas frentes brasileiras, independentes de quais sejam, seja
um coxinha, um tcheco, um judeu, um católico, um negro, um europeu, quaisquer
pensamentos que nos conforme a um bom senso – há que se reiterar – a que nos
tornemos menos selváticos nas contendas que por vezes e paradoxalmente nos
impõe a própria religião, pois que, saibamos, do religar-se nos mitigamos o
ódio e consagramos a paz, pois que esta valha sobre a esteira do debate, onde a
nação pode ser boa, quais são os pontos em que não valemos...
Aprofundar um pouco nos dirá o tempo
nesse tipo de brandura, pois a cartilha da luta de classes ortodoxa perde
espaço nas invectivas esquecidas antes, quando se solta a enfunar velas quando
do poder se perde, e antigas concessões se invalidam, o que torna uma oposição
a ausência enquanto governo que podia ter dado outras rédeas em seus conceitos
libertários. Que se conceda o teor das conquistas populares pontuadas pela
Presidenta de nossa República, pois que ela foi a grande liderança
administrativa e política da última década. Na vitória ou no fracasso não
importa, o que importa é a firmeza de se saber do justo ou injusto, e que não
sejam forças que se antepõem ou sejam complementares, pois o diálogo do justo
social existe apenas em um plano, dentro de debates no espectro da Verdade. A
ignorância é fato, lutar contra ela é o mesmo fato, dentro da mesma moeda revertida
em benefício. O orçamento – entre outras ações – bloqueado é injusto, faz parte
do falseio, da hiperbólica metáfora de uma moeda investida em algo que não
existe, pois não deixar uma estadista governar, sacá-la do Poder Executivo faz
parte da ingerência de um moeda de duas caras, sem valor a que não seja a
extensão do interesse de financiar a desigualdade social como motivação da
injustiça que foi a motricidade, não fracassada enquanto apenas vitoriosa, mas
infame: de uma vitória de gráficos, de espaços de fraudes, de leniência
desonesta com o crime, paradoxalmente investido de consentimento jurídico.
Pode parecer uma tese dogmática, mas
gera um tipo de debate necessário, a que outras pessoas possam – ainda de posse
do discernimento cabal – assentir sobre ele, e que não dividamos o país, mas
ensejemos o sentimento patriota tentando ver com os olhos mais nitidamente o
que se passa em nossa história republicana recente, sem precisar remontar muito,
o que seja, de Tancredo para cá. Que, convenhamos, seja uma margem de
recuperação de nossos pensamentos, independente de nossas posições ideológicas,
pois obviamente parece meio ilógico que o Partido dos Trabalhadores tenha que
mudar o discurso enquanto oposição. Para citar um exemplo de um paradoxo de
atuação partidária em relação à mídia: a campanha para governadora de Ideli
aqui no Estado foi risível com a imitação do papagaio Louro José e uma metáfora
com a novela Passione, ambas recreações da Emissora Globo. Se isso foi uma das
concessões, meus companheiros, há que se saber perder no jogo quando se joga, e
há de se sair pela porta da frente quem combate seu opositor desde os inícios
das ações governamentais. Apenas que se atente para um aprendizado: a mídia
sempre ganhará quando estiver disposta a vendar o povo ignorante.
Essas ambas mídias de dois canais gigantes, um que se aproximou do poder sempre
e a outra mais recente que se aproximou do poder da fé, lacuna impensada dos
ateístas de doutrina. A conformação das forças amalgamou-se em uma divisão da
sociedade, alocando-se agora na ilusória participação em celulares, estes que
servem aos sistemas inteligentes que controlam toda a mecânica. Uns informam,
outros informam o informado, e mais e mais mapeamentos se tornam borrados
graficamente em tabuleiros inteligentes. Vejam: este é um trabalho de ficção,
um roteiro sem nenhuma especulação. Há que se ler como um quase documentário, um
romance, uma tragédia, uma questão de ver onde está a farsa se quando existe
realmente no ficcional destas letras... Pois a humanidade dos continentes está
vivendo horas e horas e horas de ilusão extrema. Pronto, está frio, há um
cobertor esperando... Para quem não bebe, uma lã vai bem. Hoje um poeta
descobriu como desligar o celular, e não sentiu falta das sinetinhas variadas,
pois estas incomodam pra cacete. O bom é desligar mesmo e cair nos braços de
Orfeu. O texto está aí mesmo, para quem quer saber algo do já sabido de muitos,
com outras palavras quaisquer, ou que se aproveite uma linha menos notívaga do
que a própria noite deste inverno! Dormir, esquecer....
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