terça-feira, 21 de junho de 2016

TALHAM-SE HUMORES

De talhar-se a um humor qualquer, de outros humores
Na contenda de nos sabermos fortes a qualquer minuto
Pois que de luta seremos mais fortes na opressão de nosso peito
Quando nos apercebemos que nossas vestes não são distintas.

A um que pertença em sua força, a outro que é forte em vida
E outros – esquecidos – vestem o soturno véu da morte
Sem receberem póstumas homenagens pois são maiores...

De outros que transudam humores psíquicos na sua busca
Em compreender o estranho preconceito atávico em outra voz
Que não silencia e nem dá tréguas em sua covardia inepta
A saber, que para isso temos que conhecer a sociedade...

Se há homens e mulheres que guardam para si os seus rancores
Que ao menos dialoguem no interno e no externo de suas latitudes.

E se essas posições não lhes confiram quaisquer modos libertários
Passem a saber que quando leem desta palavra: liberdade,
A vida começa a partir de um princípio atemporal, sem idades...

Das lutas que os trabalhadores empenham em suas grandes horas
Há no mesmo diálogo a cromaticidade de um verso que tenham por ler
Em um significado simples e conforme com as esperanças
De que um dia falem de vitórias mesmo em meio de pequenas derrotas!

O mundo claudica, empaca qual uma verve em que não se encontra
Aquele paradigma que nos insufla por vezes a incompreensão,
Naqueles temas em que – a se aclarar for – estão abertos
Em uma mescla de virtudes e tolerância necessária e cabal.

E se a uma palavra perdem outros o seu precioso tempo na interpretação,
Saibam estes que não basta decodificar um sentimento ou barrar a arte
Com o único pensamento de que estarão servindo a um motivo
Que surpreende pela qualidade técnica, sem saberem das suas próprias.

O verso é como uma metáfora de um cristal sereno, que se esvai
Em um tempo que solidifica a ternura de outras palavras no peito
Em que outros o saberão em suas duras penas, o pesar intenso
Que dá lugar ao contentamento quando veem o peso ser feliz!

De irmos ao mercado obter do alimento, que não se baste apenas isso,
A uma sanfona sincopada com o triângulo, saibamos que as regiões
Não serão suplantadas pela cristalização de velhos no poder
Em que na Verdade não giram máquina, nem erguem casas.

A sabermos de um outro diálogo, que muitos seremos a tanto,
Pois saibamos que um dialoga com os versos, pondo-se no lugar
De certo sofrimento, mas nada que se compare a uma realidade
Em que tentam dissuadir os fortes a serem sempre mais tíbios.

Não há porque temer, companheiros de sendas, pois que os olhos
Nos encerram na dimensão mesma do infinito, sendo o máximo
Apenas o fechamento de uma questão, que serão estas quase eternas
Mas que o sempre nos situe como palavra assaz verdadeira!

Há que se prediga, mas muito de alicerce já está firmado na terra,
E onde queiramos nos referenciar de vozes com mais timbres
Saibamos que aqueles que vivem para lutar se entendem
Na mesma plataforma de outros que lutam para viver...

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