Quem
diria se não os tivéssemos, no soprar dos ventos
Em
que ruge o temperamento de uma fêmea
Nas
vozes cálidas da lua em que as noites abraçam
Os
solares que encontramos em cada chave posta.
O
encontro fortuito, a palavra terna, um olhar cigano
Já
que não se verta a paradoxal frase libertária
Que
emperra o andamento dos pés dos que livres
Navegam
no próprio caminhar de suas razões.
Em
si, e por si, na verdade não nos encontramos muito
Quando
dispomos de um corvo nas entrelinhas
Que
nos assoberba de um voar, mas que um outro pássaro
Feito
mar nos agiganta mesmo quando não vemos o barco.
Feito
calha, verte-se uma água cristalina na fronte
De
uma mulher que se encontra com seu próprio lado
Seja
de que lado for: ensimesmada no brilho da noite
Em
que despe-se ao trabalho noturno sem dispor do dia.
Caminha-se
por latitudes de cristal à semântica das flores
Quando
subtrai-se a própria ternura dos dias que vivemos
Em
que o metal de uma calota de plástico se nos apresenta
Mais
um modelo de carro que passa por imaginários sociais...
Das
trocas, dos valores, de possuir-se a estética de vanguarda
Se
sobrepõe a sede de querermos nos alimentar do complexo
Em
que a simplicidade não é propriamente obra de Pessoa
Nem
transcende à Arcádia dos tempos da poesia bela...
Vertem-se
poderes, e quem quiser que possa, quando quer
Possuir
querendo, e o fruto nem sempre é algo que se tem
Quando
muitos querem apenas o navegar sereno
De
uma honestidade ímpar que embeleza a vida e traduz o amor.
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