quinta-feira, 16 de junho de 2016

NAVEGAR SEMPRE...

A um barco que nos leve – distante – pela distância de nós mesmos
Por sabermos que de timão temos à frente nossas memórias
Em que por dentro do imo tecemos a história como queiramos que seja
Nem que para isso o alento seja um sorriso ou mirada de um pássaro.

A ver que um pequeno inseto floreie nossas velas enfunadas pela fé
De sabermos presentes onde menos nos esperariam em nossas provas.

Há de sentirmos que um grande mar nos espera a cada porto
Quando baixamos as cordas e amarramos o navio na espera nua
Em que nos encontramos com o término de cada travessia
E conversamos com os capitães que tecem em suas areias as naus.

De frente saibamos que as frentes são por vezes recuadas nos nós
Em que indefectivelmente nos aproximemos deles cada vez mais!

As ofertas são tantas que os navios quase soçobram lotados
Em imensas ordens de comércio e seus contêineres de verbas vãs
Quando na verdade supúnhamos que teríamos o navegar sereno
Ao que os piratas nos atingem quando menos se sucede o fato.

Assim a que se diz que supomos ser verdade que estejamos no rumo
Em que o prumo nos diz menos do que a realidade de nossa latitude.

Em se fremir gestos que não o somos disto apenas, no que a pena tange
A si mesma quando infla de tinta os papéis das noites que se aproximam
Na vida que pede passagem dentro de nossas consciências em que
Amadurecemos todos os dias ao menos um dedal sem agulhas.

Isso de corroborar a que leiamos os nossos vórtices do coração
Seria de um nome pretenso na questão tão imensa de Indra ou Netuno!

Ao nos vermos tão próximos de um recrudescer de feras quase ausentes
Que pensemos que se ausentem mais, posto que o crescer de feras
Verte nas caçadas um quê dos hormônios sucedâneos e bestiais
Em era que não devemos sequer pensar em que estaremos próximos do fim.

A se ver, convenhamos, tenhamos o senso do Norte ao menos, para saber
A quanto anda a navegação ainda que solitária a muitos que se perceba.

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