Quais serão as maiores divindades do
planeta, ou a quantas e quantos universos não nos pretendemos residir? Se um
vácuo atômico é importante, quantos pensam dentro de outros vácuos subtraindo o
oxigênio do mínimo bom senso? O que seria um vácuo atômico do que não menos um
significado que nossa pretensão não alcança? Talvez sejamos pendulares, quiçá
as pedras apenas existam em sua dureza... Quem saberia menos do que o ir e
voltar de certas canções, a semântica do tempo interno o explica. E o tempo
interno nos faz acreditar ser o mesmo em que fazem da imagem do tempo
anti-cultural, ilusório porquanto o encerram no correr do que se apresenta na
bandeja dos equívocos. Esses mesmos fragmentos que nos fazem sermos as bestas
de cargas de posturas as mais variadas, e que nos comprometem a que sejamos os
mortais que por obrigatoriedade da modéstia o somos!
Um gesto, um piscar de olhos além
dos selfies, um colocar-se à frente
de Orwell, a busca de paradigmas mais aceitáveis por serem corretos, nos fazem
por vezes afrouxarmos o nó de nossa gravata existencial pela miríade de marés
que nos atravessem: de barco a barco. A distância disso pode não ser o não ser,
mas igualmente – oxalá – possa ser o nonsense.
Não são mistérios propriamente o quase – que o pensamos – tudo que nos abriga,
mas o nunca de não termos jamais de merecimentos, ou justificativas que nos
façam finalmente mais humanos como se alguém dissesse: “eu fui, eu estive lá,
manifestei-me!” Esteve aonde? A favor de que, ou pior, de quem? E por que as
citações, se há outras que as esquecemos na estante do convencionalismo, da
conveniência, da crítica que pode muito bem ter alicerces, da outra, mais
plausível, flutuantes? Quem dera que a pena vertesse sempre a poesia... A pena
pode ser factual, felizmente, e o chão que assoberba a mesma pena cresce pelos
troncos-raízes da poesia, e vira ensaio poético. Para alguns algo incomoda, ao
se ver uma lucidez oculta em palavras. Acontece que esse rosnar não incomoda as
luzes, pois estas nós as controlamos com os fusíveis da inteligência, pelo
menos em auto críticas em saber suprimir as questões que não abracem os padrões
do que se chama sensatez ou coerência, humanismo, que seja, bem forte. Ao menos
que se saiba que um homem é sempre cidadão, mesmo que as sociedades revelem as
tiranias do obscurantismo nas avessas da libertação de suas populações. Esse
obscurantismo muitas vezes se veste de nouveau
monde, das cápsulas do novo, da coisificação típica e fechada e fria da
ciência fraudada, ou nas diversas síndromes e patologias históricas que a ele
dão aval. Em um pressuposto libertário, temos o exemplo que ocorre até os dias
atuais com os povos africanos, e igualmente com o holocausto do Oriente Médio e
as riquezas que deram origem a ambas catástrofes.
Não é possível que queiram agora impor ao continente Latino
Americano um retorno ao obscurantismo, na figura de uma economia alcunhada “neo”
liberal, que possui suas origens no que há de mais antropofágico do capitalismo
de “livre” mercado, e que queiram que os nossos povos voltem a ser a fachada de
viés do quintal de decadentes imperialistas. Essa é uma questão pendular, e
assim o será se não acordarem para a premência da paz mundial e a negação de
interesses tentaculares sobre o mundo que conhecemos tão bem: atualmente
pretensamente “conectado” a algo, pois os seus relógios de quatro dígitos
acabam por tornar o tempo algo nocivo em seu retorno. Esse mesmo “algo” de
retorno consubstancia uma farsa que prepara um cenário trágico, onde não há
refúgios sem os GPS, de onde não sabemos ao certo quem irá nos localizar.
É a história um tanto alargada, amigos, e nesse crescer de
uma maré estamos presenciando uma chegada de um totalitarismo onde – se não
derivarmos para fora de uma realidade nocauteada cada vez mais em sua psique,
pelo menos que equilibremos uma virtualidade mais concreta na busca de
desapegar-nos com a procura de outras sintonias, que seja, a luta por plantar
mais árvores em nossas periferias, o saneamento de nossas drenagens de água, a
horta comunitária, a paz como conduta auto sustentável, e a luta pela
sustentabilidade dos direitos cidadãos cada vez mais ampliados na solidariedade
e diálogo dinâmico na construção ou reparos nos alicerces do sistema, e
releitura pragmática de outros, em busca de bons curativos para nossas feridas.
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