terça-feira, 22 de março de 2016

A ORIGEM DA COMÉDIA

            Na visão de um diletante como quem vos escreve, a comédia passa a ser uma acepção breve, talvez em visão curta, mas quando bem encenada – a se dizer – no corriqueiro dia a dia das ruas, passa a ser um grande espetáculo. Um esgar de ronco de um motor, uma moto rangendo os seus dentes, ou mesmo a comédia das artes... Chega a ser uma necessidade atávica, sem necessariamente sermos diretores de alguma produção cinematográfica, antes, sermos quiçá bem observadores dos costumes, em que a comédia vira comportamento, hábito, costume, o que quer que seja, um desvio da personalidade, uma loucura total, o inconformismo cabal de não se ter o carro do ano, a invencibilidade de crermos que a comédia está presente, até mesmo em escritos muito antigos, ou em referências nos que qualificam a tecnologia como único suporte da existência, e outros que produzem a insanidade, nessa maravilhosa mescla cultural em que o Brasil se destaca de outros lugares do mundo. No que fazemos para renovarmos o espírito, que sejamos no mínimo vozes que se concatenam no existir de uma pessoa que não se adapte por convicção ou por ingenuidade, traço marcante dos fortes de espírito!
            Mas que não haja importância na raridade existencial, pois esta sempre é relativa, pois somos tantos: não é questão de especiação pois esta palavra separa o homem dos animais, insetos, etc, companheiros inseparáveis da realidade de nosso mundo Terra. Passa a ser tragicômico um descaso, quando soubermos definitivamente que é melhorando a capacidade do homem para o pensamento mais crítico, que este será capaz igualmente de saber mais sobre a verdade do que aqueles que navegam por seus rumos apenas sabendo de algo quanto um quase nada, de letras, de história, geografia, ciências e filosofia. A preparação tecnológica apenas é uma face do que ocorre, e saibamos que há países que detém quase todo o poder e controle de seus canais nesse campo.
            Mas falemos da necessidade da comédia enquanto estivermos acompanhando o entretenimento fundamental em nossos lares, quando assistimos TVs abertas ou fechadas... Grandes diretores dessas artes, os filmes de arte por exemplo cabal, dão a entender a um público cada vez mais massivamente acrítico, que esse modal está acabando, até porque suas infâncias foram povoadas pelo mesmo gênero acrítico dos vídeo games, que resulta numa lógica da premiação, da competição desenfreada e conceitos de performance que beiram por vezes a violência sistêmica, principalmente nos war games, em realidades virtuais que simulam certas práticas. Para quem sobeja na ignorância, as armas passam a valer mais do que a vida, expondo o pensamento cada vez mais restrito em um tipo de hipnose endêmica. Essa questão meio que blinda o humor aceito, mas causa em outros os transtornos que recorrem em grandes incidências nas sociedades, incidências catastróficas em que os estímulos da violência geram mais e mais violências e, o que antes se passa na questão da geopolítica tão aceita nas lógicas das guerras, torna-se uma crise familiar, os embates mínimos, a violência que se torna parte da vida em sociedade, esta que sempre prima legalmente pela ordem e pela paz, em seus alicerces civilizados.
            No mais, que sejamos mais cômicos, com o modo de ver a vida menos trágico, pois os veículos de comunicação muitas vezes – recorrentemente – nos tornam atônitos com suas mensagens traduzidas por seus próprios e poderosos meios: como sempre, o meio, o poder de barganhar manipulação e mentiras, torna-se a própria mensagem, e essa necessária análise crítica e cômica da recriação caricata do que são os nossos mais correntes canais manifestos, desde suas hidras e comédias anacrônicas pelo descrever sucinto da farsa faz-nos pensar que não há como retroceder, mas a mensagem vem com suas contradições inerentes, e repletas de motivos erráticos. A certeza de bem nos comunicarmos vem desde a arte da fala, desde os primórdios da escrita, a bem dizer que Dante nos mostra no seu Inferno o canto quase cômico de suas alegorias, tão genialmente colocadas ao dispor da atenção de seus contemporâneos e na eternidade gigantesca da cultura dos povos civilizados.
            A mescla que não se permitiu nas culturas, o divisionismo, a perda da função consagradora da solidariedade, transformou as culturas do mundo de certa forma estanques, em que o panorama da função religiosa se tornasse motivo de conflitos. O que antes podia ser motivo ou causa de paz social no sentido da religião vira uma contenda eterna, desde a história dos tempos, em que agora a Igreja Católica, por exemplo, dá mostras de pregar a paz no mundo, em que o Papa atual, Francisco, desponta como prócer e alento de um cristianismo consagrador e ecumênico. É essa a busca que desejamos como cristãos, é esse encontro em Cristo, e não qualquer luta que consagre o ódio entre irmãos, posto que queiramos de um país como o Brasil uma relação de justiça onde qualquer religião seja aceita, desde que não insufle o ódio ou o preconceito contra qualquer outra. Prima-se da necessidade, nesse encontro com o bom senso que ergamos a Pátria com a voz primeira da conciliação, e que o Governo empossado de nossa Presidenta seja respeitado, conforme o desejo da população que democraticamente exerceu o seu voto, e que tenhamos esse voto de equilíbrio, antes que um país tão maravilhoso como o Brasil aderne no caos em que muitos interesses externos desejam que entremos, para abrir precedentes de poderes escusos e anti-nacionais.
            Há que se primar pela divina comédia humana, da revolução tecnológica que nos lembra a obra de Balzac, um dos maiores escritores franceses que mostrou a sua época com letras maravilhosas. Haveremos de ler os grandes escritores, haveremos ainda de mostrar para essa gente do “quanto pior melhor” que possuímos grandes juristas, grandes homens e mulheres de nossa cultura, que temos um pensamento autêntico, igualmente uno com os melhores, que nosso povo é bravo, é heroico pela façanha de continuar em seus esforços honestos de ganhar a vida, pois é para eles o justo em que haveremos de continuar lutando, mesmo sabendo que o parlamento tornou-se conservador a ponto de engessar os bens da sociedade como um todo e suas conquistas. A Verdade aparece sempre, nem que seja um pequeno rochedo que esconde sob o mar a sua soberana longitude e caráter. Não podemos permitir que apenas uma elite branca e extremamente conservadora tome conta do poder de um país como o nosso... Que vejamos com ciência e com humor, com a comédia de vivermos bem, mesmo com a crise, não permitindo sob hipótese nenhuma que qualquer ação de violência vitime qualquer que seja, pois o respeito à cidadania é uma conquista plena e vitoriosa e custosa aos olhos de nossa sociedade brasileira. É por essa paz de espírito que devemos ampliar o debate em nosso país, pois apenas através do diálogo e da União é que podemos aprumar o barco e vencer a procela!

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