Na visão de um diletante como quem
vos escreve, a comédia passa a ser uma acepção breve, talvez em visão curta,
mas quando bem encenada – a se dizer – no corriqueiro dia a dia das ruas, passa
a ser um grande espetáculo. Um esgar de ronco de um motor, uma moto rangendo os
seus dentes, ou mesmo a comédia das artes... Chega a ser uma necessidade
atávica, sem necessariamente sermos diretores de alguma produção
cinematográfica, antes, sermos quiçá bem observadores dos costumes, em que a comédia
vira comportamento, hábito, costume, o que quer que seja, um desvio da
personalidade, uma loucura total, o inconformismo cabal de não se ter o carro
do ano, a invencibilidade de crermos que a comédia está presente, até mesmo em
escritos muito antigos, ou em referências nos que qualificam a tecnologia como
único suporte da existência, e outros que produzem a insanidade, nessa
maravilhosa mescla cultural em que o Brasil se destaca de outros lugares do
mundo. No que fazemos para renovarmos o espírito, que sejamos no mínimo vozes
que se concatenam no existir de uma pessoa que não se adapte por convicção ou
por ingenuidade, traço marcante dos fortes de espírito!
Mas que não haja
importância na raridade existencial, pois esta sempre é relativa, pois somos
tantos: não é questão de especiação pois esta palavra separa o homem dos
animais, insetos, etc, companheiros inseparáveis da realidade de nosso mundo
Terra. Passa a ser tragicômico um descaso, quando soubermos definitivamente que
é melhorando a capacidade do homem para o pensamento mais crítico, que este
será capaz igualmente de saber mais sobre a verdade do que aqueles que navegam por
seus rumos apenas sabendo de algo quanto um quase nada, de letras, de história,
geografia, ciências e filosofia. A preparação tecnológica apenas é uma face do que
ocorre, e saibamos que há países que detém quase todo o poder e controle de
seus canais nesse campo.
Mas falemos da necessidade da
comédia enquanto estivermos acompanhando o entretenimento fundamental em nossos
lares, quando assistimos TVs abertas ou fechadas... Grandes diretores dessas
artes, os filmes de arte por exemplo cabal, dão a entender a um público cada
vez mais massivamente acrítico, que esse modal está acabando, até porque suas infâncias
foram povoadas pelo mesmo gênero acrítico dos vídeo games, que resulta numa
lógica da premiação, da competição desenfreada e conceitos de performance que
beiram por vezes a violência sistêmica, principalmente nos war games, em
realidades virtuais que simulam certas práticas. Para quem sobeja na
ignorância, as armas passam a valer mais do que a vida, expondo o pensamento
cada vez mais restrito em um tipo de hipnose endêmica. Essa questão meio que
blinda o humor aceito, mas causa em outros os transtornos que recorrem em grandes
incidências nas sociedades, incidências catastróficas em que os estímulos da
violência geram mais e mais violências e, o que antes se passa na questão da
geopolítica tão aceita nas lógicas das guerras, torna-se uma crise familiar, os
embates mínimos, a violência que se torna parte da vida em sociedade, esta que
sempre prima legalmente pela ordem e pela paz, em seus alicerces civilizados.
No mais, que sejamos mais cômicos,
com o modo de ver a vida menos trágico, pois os veículos de comunicação muitas
vezes – recorrentemente – nos tornam atônitos com suas mensagens traduzidas por
seus próprios e poderosos meios: como sempre, o meio, o poder de barganhar
manipulação e mentiras, torna-se a própria mensagem, e essa necessária análise
crítica e cômica da recriação caricata do que são os nossos mais correntes
canais manifestos, desde suas hidras e comédias anacrônicas pelo descrever
sucinto da farsa faz-nos pensar que não há como retroceder, mas a mensagem vem
com suas contradições inerentes, e repletas de motivos erráticos. A certeza de
bem nos comunicarmos vem desde a arte da fala, desde os primórdios da escrita,
a bem dizer que Dante nos mostra no seu Inferno o canto quase cômico de suas
alegorias, tão genialmente colocadas ao dispor da atenção de seus
contemporâneos e na eternidade gigantesca da cultura dos povos civilizados.
A mescla que não se permitiu nas
culturas, o divisionismo, a perda da função consagradora da solidariedade,
transformou as culturas do mundo de certa forma estanques, em que o panorama da
função religiosa se tornasse motivo de conflitos. O que antes podia ser motivo
ou causa de paz social no sentido da religião vira uma contenda eterna, desde a
história dos tempos, em que agora a Igreja Católica, por exemplo, dá mostras de
pregar a paz no mundo, em que o Papa atual, Francisco, desponta como prócer e
alento de um cristianismo consagrador e ecumênico. É essa a busca que desejamos
como cristãos, é esse encontro em Cristo, e não qualquer luta que consagre o
ódio entre irmãos, posto que queiramos de um país como o Brasil uma relação de
justiça onde qualquer religião seja aceita, desde que não insufle o ódio ou o
preconceito contra qualquer outra. Prima-se da necessidade, nesse encontro com
o bom senso que ergamos a Pátria com a voz primeira da conciliação, e que o
Governo empossado de nossa Presidenta seja respeitado, conforme o desejo da
população que democraticamente exerceu o seu voto, e que tenhamos esse voto de
equilíbrio, antes que um país tão maravilhoso como o Brasil aderne no caos em
que muitos interesses externos desejam que entremos, para abrir precedentes de poderes
escusos e anti-nacionais.
Há que se primar pela divina comédia
humana, da revolução tecnológica que nos lembra a obra de Balzac, um dos
maiores escritores franceses que mostrou a sua época com letras maravilhosas.
Haveremos de ler os grandes escritores, haveremos ainda de mostrar para essa
gente do “quanto pior melhor” que possuímos grandes juristas, grandes homens e
mulheres de nossa cultura, que temos um pensamento autêntico, igualmente uno
com os melhores, que nosso povo é bravo, é heroico pela façanha de continuar em
seus esforços honestos de ganhar a vida, pois é para eles o justo em que
haveremos de continuar lutando, mesmo sabendo que o parlamento tornou-se
conservador a ponto de engessar os bens da sociedade como um todo e suas
conquistas. A Verdade aparece sempre, nem que seja um pequeno rochedo que
esconde sob o mar a sua soberana longitude e caráter. Não podemos permitir que
apenas uma elite branca e extremamente conservadora tome conta do poder de um
país como o nosso... Que vejamos com ciência e com humor, com a comédia de
vivermos bem, mesmo com a crise, não permitindo sob hipótese nenhuma que
qualquer ação de violência vitime qualquer que seja, pois o respeito à
cidadania é uma conquista plena e vitoriosa e custosa aos olhos de nossa
sociedade brasileira. É por essa paz de espírito que devemos ampliar o debate
em nosso país, pois apenas através do diálogo e da União é que podemos aprumar
o barco e vencer a procela!
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