domingo, 13 de março de 2016

A PERFORMANCE DE UM PORÉM

            Na arte de nossas vidas, por vezes vemos em uma pretensa performance de algo, o zero ou o nada em que dialogamos... Basta um porém para tanto, e se atalha o que queríamos dizer com a disposição anacrônica dos desejos de poder. Em outras vezes – para assinalar uma fraqueza – não podemos ser bons em todas as modalidades. Há que sabermos das fronteiras que por convenções imaginárias podem ser equivocadas, e são esses os limites em que devemos agir com o respeito ao próximo e, por consonância, a nós mesmos. Essa é uma assertiva verdadeira enquanto máxima e por ela podemos referenciar em muito de nossa existência, já que nem tudo hoje é traduzido como a simplicidade nesse modal, e a profundidade que isso encerra. Um pouco seria a própria filosofia, e talvez para a encontrarmos, a experiência de um homem ou de uma mulher que encontraram muito das dificuldades existenciais e seu sofrimento, o fazem de uma busca, considerando a própria independência dos tesouros encontrados: desde os caminhos de um culto, um modo de pensar, um quê da política, o encontro filosófico ou a arte e a literatura como expressão cabal em sua recorrência ficcional ou de um realismo, surrealismo, na forma de ensaio, etc. E o diálogo sincero torna-se espelhamento em uma peça literária, ou em um gesto de um pincel!
            No entanto, que não sabemos que seja de falsa percepção, basta um mas, um porém oculto, que não dizemos mais nada, a não ser o que aprendemos com Baudrillard ou McLuhan. Seremos os eleitos na ausência da sinceridade, ou seremos mais hipócritas em acreditarmos que – efetivamente – dizemos algo? Quem saberá das entranhas das lógicas de Peirce? Bobagens, pois o povo mais inculto desses hermetismos fala mais concretamente, tem bons relacionamentos e não é treinado para explorar ou fabricar a ignorância. Pois bem, antes de se ler a semiótica, que se erga a parede! Tudo bem, que conheçamos as fronteiras, mas que tenhamos um pouco mais de humildade para sabermos que um torneiro mecânico pode ser Presidente de uma nação. Com ou sem essa humildade que porventura tenhamos sabemos no íntimo que LULA se mostrou exemplar como chefe de Estado, perante as melhores análises internacionais. Quando o fez, foi um fato histórico no mundo! Talvez haja um ranço em camadas da classe média que não suporte uma conquista social, ou, pior ainda, talvez haja um branco no Brasil (ou muitos) que se sinta incomodado ao sentar ao lado de um negro em carteiras de uma Universidade. Talvez haja aqueles que acreditem ainda serem os EUA superiores às nações mais pobres, pois talvez não tiveram acesso às - ou apenas negaram - evidências históricas e origens de nosso país.
            Há processos históricos que não devem ser interpretados equivocadamente, pois lidam com fatos – elementares – da nossa cultura. Pensar que um estrangeiro mereça ser rechaçado é xenofobia, algo próximo a justificar o atraso de séculos. Vejamos a situação dos EUA em sua corrida presidencial: temos um Trump por ali, como sinal evidente de atraso por excesso de conservadorismo e despreparo. Teríamos quiçá um outro Bush, que mandaria mais estadunidenses como carne de canhão? Talvez seja exagero tecer comparações, pois George W. Bush era simplesmente um fundamentalista bíblico, um criacionista no poder do país mais poderoso, uma pedra incômoda seria para qualquer país latino-americano nestes mais recentes mandatos.
            O sinal positivo para as nações do Cone Sul é sempre, dentro das prerrogativas do progressismo, estender estes mandatos populares. Agora, os que assumem declaradamente o próprio fascismo, no mínimo devem ser denunciados como criminosos de lesa pátria.

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