Não, não adiantaria mais nada, que a ternura não existe
Sequer, talvez tenha o tempo de minutos no olhar de uma mulher
Ou talvez o tempo não dure no intervalo das máquinas que cantam...
Nas noites de um homem, os faróis se apagam, há janelas que permanecem
Em uma vigília distante, e os carros iluminados dizem que é hora de sumir
A uma que seja uma, uma casa, que seja mais uma na solidão da arquitetura
Que teimam não dizer a si mesmos que os tempos haverão de serem ditos no Sul...
Pois bem, vamos tecendo o território bravio do mar calmo, como se peixes de
amianto
Brilhassem mais do que o choro convulso do poeta que, solitário, chora as dores
do nada!
Sim, por que não dizer, há os que são indicados para amar, há os profissionais
para isso,
Há aqueles que são quase da política, há os casais que foram formados sem
formação
Como se quartéis fossem instalados compulsoriamente – e isso é fato – nas vestes
de um niño
Que não amadurecerá jamais, posto saibam os da força que só terminaremos fortes
Nos dias que não paremos com os embates que nos levarão às guerras de um si
mesmo.
Que seja, não amar mais, não desejar sequer estar com uma mulher, que seja, ela
ser, ou não
A mais do que se esperava na sua solidão de criança, em sua missão quase
hercúlea de voltar
Os olhos para um sonho de despertar, mas é válido que seja, estamos em época de
trabalho
E a mesma ternura citada, por vezes não é tão válida na empresa que fabrica as
mesmas guerras!
Melhor seria dizer que o choro passa por uma tristeza, mas não é pessoal esta
que me fere
É a tristeza daqueles que buscam algo a não ser mais buscado, o não ser do
nirvana nada,
O nada que fere por ser só uma secreção que passa desapercebida no condom que
se esquece
Na penteadeira daquela que sequer é a amante, mas um desafogo do que não fora,
talvez
A servidora que conseguiu ao menos na noite a grama da substância ao que se
permita
Posto ao que foi eleito a ele tudo será permitido, seja de que ordem for, seja
algo de algo...
Transubstancia-se a questão, a iminência da tristeza de que não há como
dissuadir os ruins
Que não aceitam o progresso de uma razão consequente, posto obviamente não
ideal ainda
Seria ao menos ver sorrir na esperança da desesperança que estamos todos em
trabalho, cada qual,
Servindo ao merecimento, e que a flor morena dos meus ressentires brilhe no sol
da pátria
Que de merecida face já está, seria o melhor que soubéssemos um pouco do
próprio tempo
Mas a poesia se esvai em mágoa do saber-se entrar em algo que de virtudes
secretas já não sei
Em que solidão de sombras se encontra a vida que acontece no peito daquele que
já amou um dia
O não presente da flor, e que demande mais obra, que de silêncios noturnos
basta um sábado
E que me acompanhem os merecedores de alguma companhia, já não éreis sós
A mim se digna acompanhar-vos a melodia de Chopin que agora escuto
E que entorna o véu dos dias mais azuis do chumbo que não houve
Naquele dia de hoje de mais uma vitória da resistente democracia brasileira!
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