sexta-feira, 31 de março de 2023

ALFOMBRA SERENA DO ASFALTO

 


Corre um caminhão de ouro, carregando os pilares
De um concreto seco ao fomento da nomeada de alicerces
De grandes edifícios a erigir cidades anunciadas
Quanto ao repovoamento futuro, pouco importa,
Que importamos ao vento mais do que o assunto estelar…

Nas latitudes em que gesta o camponês em sua lide da terra
Outros frutos são semeados em seara fértil, sem esquecer, no entanto,
Que as famílias se alimentarão do resultado do húmus que antes endurecera.

Nas carreteiras, no viés do que se queira, os pneus são perfumados de tinta
Que encerra não o furor típico da velocidade, mas a sinalização sobremodo
Em que os dedos do poeta toca um teclado que por vezes vacila
Mas que sua as flores nascituras do ventre do conhecimento!

A cada palavra, seis eixos girados, duas rodas na frente
E mais oito na carroceria, que os pilares pesam um tanto
E, por que não dizer, a tração do caminhão de ouro é necessária…

As grandes engrenagens funcionam, e os pilotos guarnecem na sobriedade
Sua superfície imantada pelo reflexo de fogo, onde o comburente do óleo
Queima exato para que se conclua a trajetória, de que um tempo fora do ócio
Sem a parada do descanso, posto haver café e pão, traduza o silencioso ruminar
De um imenso pasto que urge no sul por mais de uma urbe que dê suporte à vida!


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