domingo, 26 de março de 2023

O SAL DA TERRA

 

Brota incontinente, no viés de nossa pátria
O solo moreno que incandesce um coração
Naquilo de verter o dia quase um trinar sereno
Dos olhos taciturnos das mulheres guerreiras
Quando por si só já dispõem da latitude de si
Por existência de fato, que os homens as tomem de exemplo!

Quais não sejam, uma nação que de latinas pátrias outras
Os horizontes não refluem hemisférios, que o mundo é um
Dentro do pressuposto que a arte não fenece sob a alfombra do tempo.

Na libertação indígena haveria o sol que recrudesce a vida no viés do sal
De um mar que diste, mas que ensombra as luas no cristal de um significado
Quando nas vesperais dos dias, os mesmos outros cristais são vistos por vezes
Em um simples olhar que não se vê, ao indigente que dorme sossegado na rua!

E de alimentarmos a vida seremos maiores, o tempo meridional, a seara urge
A reconstrução de novos tempos outros, que a vertente de uma questão de ordem
É que o timão já se apruma para seguir o grande barco em direção à Vênus!

E o que antes não fosse, tantos e tantos dão do suor, tantos claudicam em terras
Plantando a mandioca em terra calcinada, até que uma tíbia chuva
Teça o brotar sereno de uma pequena planta na aurora
Chamando pelo olhar do sertanejo
A um dia a mais de esperança!

Essa palavra linda que não possui proprietário, nem cavaleiros,
Posto o obreiro a veste no rumor de seus braços fortes
E a mãe continua a amamentar o filho em seu colo sereno, depois da lida...

Que a poesia não tivesse fim, que o poeta não desfizesse o amor
Ao que o amor não é planta sóbria tão somente
Quando se torna a face mais plena de uma existência
Em que todo o planeta respira aliviado, ao ver que uma semente de ébano
Não expatriou seus dias na semântica de suas inquietações...

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