domingo, 19 de março de 2023

POESIA DO AMOR


Amor que te quero, tu que és tantos,
No caminhar dos passos, em pés de Cristo
O alfarrábio dos heroicos, as ferramentas o obreiro,
As sementes do lavrador, os dias de se sofrer,
A precisão dos justos, o olhar inquieto dos vícios,
Nisto amor que estivesses em tudo, na mácula igualmente,
Nos átomos dos dias que perpassam as correntezas,
No cansaço da poesia que termina por fim uma noite de lutas
Onde encontrar uma letra pode ser uma batalha tão dura
Quanto capitular e deitar o corpo exangue para dormir,
Como em Othelo, a resposta da desistência de ser algo a mais
Daquilo em que os frutos ainda não nos firam os dedos quais cactos
Onde encontraríamos aqueles que já sabem as respostas das horas
E buscam nos ferir contando nossos segredos mais íntimos, quais não fossem
Sermos homens à procura de respirar compassadamente com corações ternos!

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