sexta-feira, 24 de março de 2023

O SER CONSTRUTOR


Do ser que alimenta de alfombras tácitas de ordens noturnas
Àqueles que destoam simplesmente, buscando e buscando seus pares
Sem saber se encontram a tessitura de seus próprios tempos
Ou se sua saliva está consoante com o paradoxo dos significados...

Com a cobertura de uma lava quase quente sobre a latitude das carnes
O ser de ontem varia tanto na sua temperatura de esquadros
Que evanescem seus rumores de tentar estar pensando algo do non sense!

Seria um perfil quase psicossomático, o de vir o ser a querer um anel de justas
Quando a forma dos pássaros se esconde na mão inquieta de uma garota
Que sai a descobrir no tempo de um homem mais experiente que não se responde
Uma questão a partir somente do tato, essa descoberta tão maravilhosa quanto o gôzo.

Mas que o poeta finja, o que não seja a dor de querer alguma coisa ausente, no querer
Silencioso de uma atitude sem respostas pragmáticas, ele cria o verbo que não sente
Na ausência de silenciar um total esmero de disparates gramaticais, dentro do escopo do ler.

Não fosse apenas a construção da parede, não fora a consecução de um desenho,
O que se parece com o quase nada de não querer que o fora, mas de um martelo de Floyd
A música alinha o sentimento de pertencer a um totalitarismo de aproximação
Quanto a saber que o alinhamento do óbvio não perpassa pelo viés apenas das penas.

Seriam as construções quase textos azinhavrados pela urgência do que se quisesse
Ao que o poeta mais digno não se esmerasse tanto no berço germano da filosofia
Que ao redor das mesas de um sacrário, talvez profanassem a sobriedade de seu coração!

Não, que a pureza de um homo faber não perfaz apenas a construção, mas o foco em um redil
Onde se entrega de alma e corpo, não necessariamente na ordem prevista,
A ferramenta mais justa entre uma navalha que não passe entre as rochas
Ou uma seiva elaborada que possa finalmente se alimentar na terra...

As presenças nas vertentes inteligentes se toquem, ao menos em um botão de plástico
Quanto ao perceber doo pistilo feminino, no que não feneça o padrão da beleza
Em que Zeus perfizera algum caminho, no que predizia ser tão de Sêneca a antiga poesia!

A temperatura das odisseias de neon não participariam de uma literatura quase universal
Se a semântica oferecesse aos nossos versos tão evidenciados por falsa soberba
A versão quase simétrica de um engodo tão cáustico que a obra por si talvez desconstruísse...

Mas não, o ser construtor continua a obra, e caem alguns vigamentos mal posicionados
Pelos vieses de uma esquadra de uma marinha selvática de Morandi,
Quando bem apanhados os objetos, perceberemos a natureza de sua obra.

A ti que falo, rainha que me lês em silêncio, e se me escutas da obra que me refiras
A um dia nosso, nos palpos de aranhas a que me encontro, a Natureza me conforme
Apenas com a construção de mais um dia de alinhavado pensamento...

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