quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

POIS QUE SEJA O MOVIMENTO

 

O céu não verte, a nuvem sim, mas é lá que é
No éter o ventre sabe do céu, o ar, que é ar
No respiro de uma libertação saudável do ser
Ao centro de si, ao chi, do ser, do essente.

Mesclar terra: escopo da vida
E anunciar o solar da aurora, quem diria
Ao gesto preciso de um braço, na enxada
Que ao trabalho o exercício é a consciência.

Do que sim, ao não talvez, não fora
A hora sequer da premissa de ensaio
Posto o figurino falta, e o banho é necessidade
Ao menos no verão túrgido de nossa primavera!

Da flor que imante, o tecnológico silício da mente
Não, posto não existir, que ao ventre da máquina
Quem diria, poderá existir a fecundidade feminina
Em outro gesto consonante, quiçá na mesa educadora...

Ao silêncio de uma harmonia hirsuta, crespa,
Saibamos por metáfora do alimento, algo de ave
Que sejamos mais do alimento, e a música depois
Veste seu som no ruído de um piano tateado.

Em que dera o segundo de um pincel
No ideograma reinventado, aquele nanquim
Que segue a seguir seguro, no último gesto do dia
Quando compreendemos que o mesmo dia anoitece sempre.

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