terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

UM TEMPO EM QUE NÃO HÁ SEMENTES NUAS

Haveria de se dizer muito dos tempos atuais, mas por vezes o sufocamento existencial é imenso, e a gente vira refém de certas faces emblemáticas, signos que não queremos aceitar como a única saída, sementes que sabemos serem outras partes que não sejam as de imposição, já que o nosso caráter tem sido forjado dinamicamente, de modo em que um diálogo possa não ser apenas um acerto, mas uma forma de protestarmos saudavelmente quando não estamos contentes com algo. Revisitar certas modalidades ou sistemas alternos, quase no saudosismo de que algo que não dera certo agora tem uma eficácia comprovada e renitente, não perfaz com a dignificação da libertação real da experiência humana mais concreta. Essa questão de pensarmos o indivíduo, as pessoas, as escolhas, as diferenças mais cabais, não inferem que não sejamos unidos em uma causa comum, irretocavelmente humana. Nada do que seria palpável na vida de um artista compulsoriamente seja factível que ele se rompa para virar um soldado, mas o viés disso é que ele treina como para ser um, indefectivelmente uma peça, onde a questão está em que nem tudo o que faz é para si, e no mais das vezes estará a serviço de agremiações ou interesses de cunho do Poder... Alguns gestos curiosos no meio da turba serão vistos sempre como manifestações saudáveis, porquanto não há leituras novas no gibi do mundo algo mudo e contemporâneo, mas a ponta que respira por vezes se traduz naquilo que nos está escravizando, que é a doutrina do behaviorismo, ou comportamentalismo, onde os deslizes considerados impróprios rebentam mais tarde em ódio ou totalitarismo bruto, massa de manobra, ou caos e anarquia. O total rebenta, em parte ao impotente modal de não se ter aceitado, e essa modalidade inconsciente está tão francamente arraigada no imo dos homens e mulheres, que eles voltam a insistir na demência coletiva, tão fartamente alicerçada por conteúdos programáticos, ou scripts devidamente ensaiados, no cinema pobre, como em um verso isolado que não faça sentido!

                 Isso de uma forma caótica, animalesca quando em um tipo de coletivo de manada de búfalos furiosos ressente de frustrações onde certas ambições ou premiações abraçam não apenas os ofícios da soldadesca contra o viés democrático, que nunca vai deixar de ter a sua feição fascista, até o “ofício” de um para militar ou de um miliciano, ambos contratados para a ação assaz violenta, por vezes de níveis mais altos, e com parâmetros ou requintes de planejamentos complexos, e de ingerência externa, com inteligências paradoxalmente já utilizadas em velhos modais, apenas com atualizações de cunho tecnológico, já implementada a questão dos recursos: depois de décadas de investimento, gigantescos. A velha e já imantada e inacessível questão da relativização da liberdade, sendo que um grande edifício corporativo tem seus escalões, e a empresa moderna sabe melhor dos seus gargalos eletrônicos... Um faxineiro terceirizado fica como peça de descarte muito mais suscetível do que o CEO, mas relativiza-se incluso essa questão, pois depois de uma fusion or acquisition muita coisa muda na estrutura e, a grosso modo, a política pôde ter sido blindada ou aberta!

              Nessas modalidades e hierarquias, as próprias igrejas mais organizadas planificam de muito, inclusive adaptar cristo para as suas circunstâncias maquiavélicas!

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