sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

OBRA EM ABERTO


Em questão de minutos se conclui um tom
De uma primavera que espero e esperei
E que jamais tenha vindo em minha vida,
Pois quando amo, sempre me nega a ferida querida
Sabendo depois que se irá arrepender de ver a quem
Pensou que conquistara, mas aquela mais enjeitada
É que no fim teria um carinho suposto, se me fora dada a aurora
De poder, presencialmente, é óbvio, pois não sou otário,
Conversar longamente, traçar planos, ter não um whats medíocre
Mas os lábios quentes e salivados de uma língua morena!

Qual uma manga madura, sentir o calor do ventre de ébano
Que expatria todos os quesitos, mas no afã não nos pronunciemos
Posto ser impossível fora da poesia querer mais do que o impossível!

A verdade prevaleça, e se me pareço me pareço, pode ser fato
Inconsútil na certeza, mas arrefeço meus danos agora a cada manhã
No quilate de um sofrimento compulsório e necessário
Posto não esperassem vocês que desta vez a doença seria mais grave
E de antemão lhes peço que não sou vencido jamais, pois a minha fé
É o crisântemo de meus braços de certeza, que empunho quando estou
Me amigando todos os dias com o sol que se escondeu perante a noite
E que agora, apenas, me faz regurgitar os ventos...

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