quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

A EMANCIPAÇÃO DA VIDA

 

        A vida como ela é, pressupõe quase uma grande artéria, um coração pleno, que sói não elucubrar distantemente do que ponteie algo como a desumanidade, os termos de coação, a insistência rancorosa do mal portar-se, por ventura pela não aceitação de fatos irretorquíveis e inevitáveis da história, que possui seus próprios quadrantes de infalibilidade. A retórica de impingir o temor, como manifestação de se querer demonstrar uma crítica ao comportamento, jactando-se de por quase osmose relatar que algo de sofrimento particular – quase sempre ensaiado em gavetas de corruptelas de caráter – pressupõe o castigo da bondade imposta, o paradoxo de pensar na medicina como um tipo de julgamento, corrompe o ser perante as instituições mais plenas, pois traz o caos na esfera de uma questão da saúde mental, por exemplo, com a sutileza de um rinoceronte solto na cidade! Torna-se, para aquele que conhece mais profundamente a natureza intrínseca, por prática diuturna, de um depoimento como uma casca de ferida que renitentemente a si mesmo, diga-se, ao elemento x, retirar como se o possível sangramento reavivasse a própria ferida para fazer lembrar da cócega estimulante desse tipo de invectiva de virulência, pois quanto mais a ferida é aberta, mais cedo pode entrar efetivamente em processo infeccioso, o que tornará o próprio depoente a contradição de desferir a si mesmo uma questão irrisória da previsibilidade de um gesto febril e aparentemente inofensivo, um dano causado a si mesmo…
          Essas questões que diferem da cita desumanidade também fazem parte de uma emancipação da vida, pois encontram como que em uma fala aquela nuvem que obscurece o sol, mas efetivamente não signifique que o dia não esteja sem ele, pois o viés da mesma vida sente algo mais amplo na existência de um astro que testemunha com seus bilhões de anos em suas fases quiméricas de maior ou menor calor a possibilidade inclusive de eras glaciais no planeta, onde os insetos e os homens hibernam dentro de seu próprio não ser, o que pode vir a acontecer dentro do pressuposto da anuência das vãs tentativas, do fraco repertório da maldade que passa mais a nem o ser, do não ser mais nada, porquanto apenas cartilhas passadistas já agora sem qualquer função perfunctória.
         Dito isso, é mister afirmar que a vida emancipa em uma haste de grama, que cresce invisível sobre seu tapete, em inúmeros jardins, e é cortada em cada qual no devido tempo, mantendo a chama ou o sopro da mesma vida como algo que temos que aceitar como condição inequívoca dos acertos e dos erros que impetrem maiores observações, pois o próprio urubu sabe onde encontrar seu alimento.

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