quarta-feira, 20 de julho de 2022

O TEMPLO DA DEVOÇÃO

 

Postamos, qual alfombra de quase segredos um amor
Que verte, sim, assumamos, que verte algo de líquido
Como o fluir de um coração que nos alimente de oxigênio
Quando de retrações da ternura, algo de dureza consonante
Nas distrações em que porventura o templo careça de certo cuidado.

Sim, por que não amar o que chamamos de beleza
Naquilo que em nossa certeza orienta a própria estética
Em vermos o entorno, por vezes especularmos sobre danações
Em que não se parta do princípio que o espírito esteja ausente
Porém emurchecido no atma sagrado, perdoando o termo oriental
De um devoto que mantém ainda a sua teologia de dez mil páginas estudadas.

Saibamos que servir a dois senhores não condiz com o Deus único
E que, no templo outro, também sagrado, a comunhão é feita no alimento
Que ofertamos a quem dele necessita, oferecido antes ao mesmo Deus único
Em nossa vereda da compreensão de que o mundo é imenso, e seus povos
Atendem quando Cristo chama a ser compreendido no altar de seu lócus
E quando entra um peregrino na sua porta, como algo de uma intensa sacristia
A nos fazer reconstruir e recomeçar a obra de Pedro em nossa própria e intensa obra!

Não, que não sejamos páginas viradas apenas como um jubileu sem função
Mas de aniversário sagrado, como nas vistas do sacerdócio
Onde o Padre conta de seus evangelhos, a ser de não contestação
Posto dizer com autoridade episcopal na vertente da consecução de mais uma pedra.

E que triunfemos na fé, imorredoura, e que a esperança se renove no coração dos aflitos!

Na intercessão mesmo dos leigos, em seus atos, em seu trabalho e na comoção
De sabermos que a missão é indelevelmente eterna, seja qual for o fardo
Em que Deus por vezes nos coloca a prova, quando caminhamos envergados sob o tempo
E reza a questão inequívoca que a mesma comunhão se torne vivida
Sob a envergadura de uma religião, ao religarmos espírito e matéria
No templo que somos corpo, na luz que somos vida...

E a vida que aponte, em todas as veredas do mundo, qual por vezes
A finitude da certeza, em que guarneçamos nossos templos como uma tarefa
Que seja a ampliação da fé em que nada do que se diz material pertence
A uma questão de amplificação da ignorância em que Alighieri desfaz
A sua própria recuperação decorrente de seu exílio carnal
Mas que, em seu Espírito decorre a vertente da arte sem similar na poesia
Em que o Renascimento espelha e derruba uma descrença em era conturbada
As maravilhosas obras que compõem o Estado do Vaticano com seus valorosos
Artífices, em escolas florentinas e outras plagas da Europa, na época
Em que o ser humano floresce as flores que emergem de uma arte do amor
No píncaro do teto da Sistina onde Miguel, o Ângelo das tintas e do cinzel
Não apenas pinta o evangelho de um Juízo, como a Pietá faz corar de espanto
Mesmo o espírito mais contrito em seus céticos procederes!

E do encontro que se processa no processara quase ébrio de um computador
Nadam de viés por vezes sobre a corrente marinha, qual Poseidon no mar
Que antes fora de um navegar pagão, e o que remete no nado solitário
Imenso ser se jacta da força que lhe impôs a Ordem do que estava na Lei:
Lançado ao léu de uma costa inquieta, remonta a sobriedade que lidera a alma
Na perfídia que volatiliza o seu ser do outro Ser que o remonta a ver
Que os heróis são ínfimos e frágeis sob o poder superior do Deus altíssimo!

Não que se devera fosse, mas a história não remonte deveras
Naquilo em que Dante não obedecesse a métrica, mas que o Pai
Sendo mestre dos argonautas reitera um tipo de batismo ao revés
Mesmo quando o Filho do Homem surge depois para revisar conceitos
A partir do pressuposto quase matemático que seu amigo, quase feito das fímbrias
De um cedro de quase aço medita na prisão que engolfa antes, para que depois
Separe os danados por uma questão numérica do que se escrevera
Desde nascituros ímpios da falta de amor na progenitura
Até ao exemplo não exemplificado, mas arvorado nos quinhões da grinalda
Que espelha na face patibular, a imensa superfície do arco, de onde os gestos
Vêm a retificar apenas a voz da consciência justa de um juízo que, mesmo contrito
Parte do pressuposto na realidade cotidiana agora no vaticínio anterior
A cada dia de um dia posterior, seja dado o Juízo ao menos interno
Que a jurisdição de Deus se dá em cada nicho, ao nicho do Homem
Quando não encontra em seus traidores de serem os sacrificadores de seu exemplo
Reiteram um teatro em que a fama já os arrastam à condena por vezes sem perdão.



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