quarta-feira, 6 de julho de 2022

ENSAIO SOBRE A COMPULSÃO

 

          Mais um tempo gira sobre as cabeças daqueles compulsivos em algo. A compulsão com toxidades é uma questão mental, assim como tantas outras. Espiritualmente, quando algo ou alguém é compulsivo na questão da brutalidade, esse não chega a ser um detalhe, mas uma condição de fato. A ignorância leva a esse tipo de atitude, onde muitos que se creem engajados em algo, de fato por vezes passam a ser partícipes da ilusão. O movimento que leva adiante, por vezes não retrata um tempo em que, em segundos, o homem ou a mulher passam a ser ferozes por se sentirem excluídos na questão de não serem efetivamente movidos pelo amor que, na cristandade, remonta um equívoco onde aqueles que sofrem, não importando questões máximas, desesperadamente tentam um movimento de peças em um burlesco jogo teatral onde falha a faculdade humana e surge o óbice da truculência física ou psíquica que se revela sempre por motivos espirituais. A razão passa a ser factível de dar lugar a algo de anarquia, de caos e de ingerência desconexa, a partir do princípio onde traz à tona a falta de veracidade humanística qualquer, mesmo que para isso não se disponha das ferramentas indispensáveis, passando a usar aquelas que o homem ou a mulher que lutam para se manter sóbrias, no viés de atrapalhar o funcionamento de uma máquina, qualquer que seja ela, qualquer que seja o lado, caixa aquela que por direito espiritual pertence à unidade do ser. Um homem que encontra seu refúgio no bem, irmão, nunca é derrotado pelo mal, qualquer que seja seu manifestar, mesmo que o ardil seja exato e cirúrgico dentro do escopo de uma agressividade que – por insistência em que a veia seja alimentada pelo ódio e mova o ser – passe a incrivelmente ser efetiva porquanto explodir a sensatez algo resguardada no seio de um lar, que presumivelmente, especialmente nos dias de hoje, em tese deveria ser um lugar ao menos onde tentemos comungar na paz tão almejada. A criatura veste o figurino que melhor se encaixa na invectiva onde a irascibilidade ao extremo passa a ser o gatilho não para ingerir toxidades, mas para justamente exalar a intolerância à felicidade do próximo pelas possibilidades de não se controlar, dentro de um sinistro e paradoxal “auto controle” bruto ao perceber que justa e inconscientemente, não possa com a cristalização do rancor que guarda psiquicamente dentro de seu íntimo, dentro de seu mais profundo imo.
         Na questão de um jogo, ou mesmo na complexidade da tática violenta, passa-se a agir de modo truculento, sem saber – ou ignorando – que a lei não apenas existe para coibir a violência doméstica, como falha por vezes por não preencher a questão igualmente e cabalmente sensata de não ser justa contra aqueles que atentam contra a integridade física e psíquica daqueles que são vulneráveis, entre estes os que são adictos ou alcoólicos e buscam com todas as forças se manter serenos dentro de uma senda de recuperação. O viés de se estigmatizar a si mesmo por ter consciência de uma incapacidade de gerir os seus sentimentos acaba por recriar em si mesmo a noção algo turva – típica da ignorância enquanto faculdade de não se situar adequadamente em tempo e espaço – de que possui a vertente de uma razão que se perde com a sinistra e desconexa incapacidade de se estar em condições não propriamente de dialogar, mas ao menos escutar “o próximo”, que seja por alguns segundos, onde o interlocutor tem de ter o feeling de estabelecer um pouco de restauro na condição, aí sim, do escopo da sensibilidade de vencer algum trecho, algum nicho dentro da condição de instabilidade em meio ao surgimento de uma tempestade de ofensas que vitima sem dó nem compaixão, a ternura que se quebra por vezes naqueles seres humanos que são acuados dentro de seu espaço de domicílio quando já se enfrenta crise recorrente por razão de enfermidade concreta no meio familiar. Não há de ser por isso, pois na verdade o perdão que por vezes recusamos vence as trevas de uma questão existencial de revanchismo ou de vinganças de infelizes criaturas que não alçam o amor como condição sine qua non da recuperação da sobriedade e da tranquilidade no lar, citando Jó: Deus É amor.
           Obviamente, analisando à luz da medicina da alma, no caso a Psiquiatria, há necessidade de intervenção hospitalar quando um homem ou uma mulher atentam contra a vida de alguém ou a si mesmo, e o sintoma paranoide passa a ser algo que gere esse tipo de comportamento ameaçador. Sob o mesmo prisma, não são poucos os casos em que a ausência do álcool naqueles que se dizem bebedores sociais, 
por exemplo, revelam que o agressor passa a ser prisioneiro de seu próprio artifício de ser algoz, obviamente quando não controla a situação e ardilosamente passa a querer combater o perdão, a exemplo da vida do Cristo que sempre revela ao mundo a presença da Ressureição e a paz na Terra aos homens de boa vontade!

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