Guardamos expectativas de que nenhum teórico de
fachada nos imponha receitas há muito vencidas… Como aquelas que
tergiversam sobre saberes de séculos de antanho, em cartilhas mal
fundeadas, como ancoragem sem calado sequer. A realidade é outra: de
estruturas que foram montadas tanto ou de quaisquer lados, a se ver e
se comprovar que não há mais lugar para novos pensamentos, que
fujam do antigo, ou das suas “neo” interpretações. A sala das
palestras inócuas está repleta, e não há mais lugar para frescor
de espírito, haja vista a poesia dar tanto ou maior valor para os
pássaros do que para os humanos, posto nosso gênero de espécie
continua a desprezar as aves, os mamíferos, o mar e o céu e a terra
em detrimento do desenvolvimentismo nacional ou mesmo vinculado ao
interesse externo. Um cão por vezes vale mais do que um homem, e
essa é a verdade cabal. A oportunidade, quando ausente, não
ressente que se mate boi e a carne alimenta tanto quase, e passam a
comer o osso, no descabido, na falta, na catástrofe humana, tanto
que a Natureza passa a comandar o andamento do planeta, e o resultado
do erro humano não é procrastinado por aquela, que revela a mesma
catástrofe vista por todos os lados. Quem quer conflitar gera seu
próprio conflito, e não há salvadores da pátria jamais, em
qualquer noção ou articulação de Poder, já que em certos sítios
não adianta nos postarmos como admiradores ou de defensores dos
“ismos” que por sinal fazem parte do anacrônico ismo.
O
jargão daqueles que se jactam líderes não passa pelo crivo do bom
senso, posto, conforme citado, que a Natureza já nos reduz ao nada
que significa o humano, e o chamado humanismo passa a ser a crueldade
e a sentença da vingança ou da desforra, criando o palco ideal para
que ideias de caráter absolutista invadam tanto um lado como o outro,
ou, pior ainda, o que está no meio a facilitar a consolidação de
qualquer coisa que resulte desse embate de forças para o
empoderamento da ração de gente como fração de algo que
porventura chega a ser quase incompreensível àqueles que não
querem participar dessa contenda algo ou sumamente bruta. E aí vêm
de novo certos ismos, como consoantes erupções ou acnes, que não
são ou não sofrem tratamento, e aí vem de novo a questão da
preservação, que há décadas não se tem levado a termo, salvo
exceções que excedem brutais contrassensos. Devemos ter em conta
que ninguém, em hipótese nenhuma, há de enquadrar algo ou alguém
com um rótulo, não deve se pensar na vida como uma faca que corta
dos dois lados, posto é no caminho do meio que está residindo a
fortaleza do aço. E, se permitem ou não uma opinião isenta de
quaisquer demandas do orgulho, saibamos que isso destruirá o que
chamam de lutar por uma boa causa. Não há espaço mais, e aquele
que ignora um companheiro que está na miséria, ou que apaga uma
liderança concreta pelas palavras proferidas, não entende o caminho
da paz e sua vereda infinita, posto jamais será através das armas
que resolve-se um problema social, visto que onde elas se encontram a
morte ronda sem subterfúgios, e os que as possuem devem apenas zelar
pela segurança de todos os cidadãos, e os infringentes são ou
pertencem a uma margem social a que devemos depositar maiores
atenções.
As nomenclaturas que enquadram diversos movimentos
por vezes abraçam-se a um desatino em que muitos sequer pensam sem
muletas referenciais, e a argumentação mais pura falha nesse
processo, posto o pensar mais liberto brota de nossas mentes e
inteligência como uma modalidade de luz que vem para ficar, enquanto
as velhas questões são roupas que na verdade não nos servem mais,
de acordo com a elucidação da tecnologia, da ciência e do
progresso, sem citar a paz sempre necessária. Jamais haverá acordos
com saídas e polarizações de argumentum ad populum naquele
bom e escorreito e politicamente “correto”. Precisamos mais do
que essa simplificação de momento, em que gráficos surgem nas
mídias, em que as mentiras campeiam de todos os lados, em que a
noção do ridículo em que se encontram os homens não é revelada
ao mesmo orgulho e à mesma ira que nos leva a um fracasso contínuo,
reiterando a nossa ignorância em não saber viver dentro do escopo
do que se chama a defesa da democracia, esta agora já tênue questão
que está servida na copa, e na sala de jantar.
Enquanto isso,
queimamos nosso óleo e desfazemos o planeta, tanto nós como os
outros, tanto os outros que somos nós, como o espelho que na verdade
revela a face funesta em que nos tornamos, em busca cobiçosa pelo
poder, este que não merece nem maiúscula ou consideração.
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