sábado, 16 de outubro de 2021

UMA RETÓRICA A SER UM SER

 

         Quantos de nós supomos estarmos de acordo com nossas certezas a respeito de nosso portar em sociedade, nas crenças, em certas modalidades de fé – que são inúmeras – ou na forma de agir com os outros, seja na realidade ou mesmo na ilusão. Por vezes ser um homem ou uma mulher quiçá significasse um pouco mais do que a inversão dos valores possa ser uma modalidade em que o ser passa a não ter tanto significado em sua concretude… O próprio temor do futuro é algo clássico em nosso material midiático que recebemos, os atos dos governantes, boas e más iniciativas, outras tão brutas que fogem do escopo da compreensão racional e do bom senso. Passamos a lutar internamente com os nossos espectros, e o monstro parece que emergirá um dia do remanso, do lago que é a nossa própria história. Tantas já foram nossas conquistas no plano material que espiritualmente acabamos faltando: no anímico, no sentimento maior e na vertente de nossas caminhadas pelo mundo.
          Com a nova tecnologia já interligamos nas redes a nossa fala, a nossa retórica, com um tipo de democracia e liberdade sui generis, mas também com o viés da farsa e um recrudescimento de não termos a base do conhecimento necessário para que não engulamos tudo o que vem a postarem como sendo algo crível, digno de depositarem a crença de cada qual, multiplicadas de uma forma sem controle, abrindo ao pressentimento de que os prejuízos da contrainformação invada alvos com ingenuidade e aberturas, conscientes ou não, para a famélica onda de tentarem o Poder. Essa busca incessante por vias escusas apenas traduz o que se espera de algo que remonta a farsa não historicamente repetida, mas com referenciais sinistros. Uma tradução de que muitos sequer sabem desse embolado meio de campo, onde se preparam certos modais obtusos. Que se almeje plantar no país o arejamento necessário para a emancipação de nosso povo, através de suas escolhas e do bom senso, da paz e do progresso.
         Desde datas de antanho houve um retorno a boas questões no que se refira ao andamento das nações como um todo, mas especialmente naquelas onde as populações seguem exaustivamente cumprindo suas labutas diárias, especialmente naquela onde a distribuição da riqueza é profundamente injusta, nesta está a vulnerabilidade de coisas como a Democracia, e uma tomada de consciência mais complexa, porquanto não se investe na educação como se deve, em qualquer nação do planeta. Mesmo porque a insalubridade da vida dessas populações sequer é combatida pelos órgãos competentes, a não ser que se inicie um olhar mais atento a essas equações aparentemente insolúveis.
         O ser que nada faz para melhorar e possui poder para tanto nulifica a sua existência e se cerca da ilusão de que é um bom gestor, para se usar um termo tanto na moda na tecnocracia. Que seja, a mãe gesta um filho, e que se use o mesmo verbo para que administrativamente se possa equacionar os problemas crônicos do povo brasileiro. A visão real de um executivo de alguma empresa deve ser usada para democratizar o conhecimento a partir do que sirva para que a indústria brasileira capacite cada vez mais seus operários. Não há quebra de conduta pensar desse modo, pois é por aqui que temos nossa situação, e não engordando os cofres dos estrangeiros por uma deformação do caráter.


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