domingo, 26 de setembro de 2021

UMA VIVÊNCIA COTIDIANA

 

           Resta-nos reaprender a viver, quando hábitos quase insalubres invadem o nosso cotidiano… Um modo de restaurar a aparente forma de nosso comportamento é justamente buscar relacionamentos salutares, reaprender coisas que deixamos em estado quase letárgico e transformar nossas vidas para obter concretos progressos de ordem espiritual. Essas estruturas anímicas implicam em transcender mesmo os maiores obstáculos, mesmo com origens na afetividade ou mesmo em idiossincrasias complexas quando envoltas na infantilidade ególatra. A razão deve ser aceita junto com as emoções, na libertação de amarras que mexam com aspectos de uma espécie de brutalidade existencial a que muitos se permitem aos outros e, especialmente, a si mesmos. Essa razão ou intelecto, aliada com uma questão emocional superlativa a humildade necessária para que muitos indivíduos assumam seus erros especialmente no âmbito coletivo, ou seja, em quaisquer grupos que se pretendam sérios ou profissionais.
           A semântica de frases ou pensamentos bem enunciados vem ao encontro de casos em que a expressão já denote seriedade em sua origem, e flexibilidade diplomática em sua frente de atuação. Queira-se dizer que a anotação de nossos erros pura e simplesmente é uma motivação de que continuemos errando nas mesmas teclas, mesmo que para isso “racionalmente” queiramos mudar, mas instintivamente beiramos uma espécie de incoerência naquilo que maquinalmente não funciona, haja vista não termos a serenidade necessária a um verdadeiro progresso de ordem material, igualmente. A insanidade a que podemos chegar nos leva ao veredito de ordem moral, quando nos tornamos adictos a alguma substância, no caso em questão o álcool, quando esquecemos a totalidade dos sistemas de dependência a que muitos se afetam no sentido de perder o controle de suas vidas. Essa adicção diz respeito à humildade necessária à compreensão do outro como um ser humano convicto a estabelecer respeito e boa relação, dentro de um pensamento de igualdade que, por si só, remete à sobriedade não apenas do caráter quanto fisiologicamente. Isso de questões relativas a um montante de problemas que possam se apresentar contra os quais podemos ser impotentes, como um tipo de comportamento exacerbado de um parente ou um comportamento de um grupo contra o qual nada podemos fazer para mudar, a não ser apenas agindo com a serenidade necessária para se evitar conflitos de qualquer ordem. Essa serenidade nos aproxima da coragem em assumirmos os nossos próprios erros, mesmo perante um indivíduo que não se aplica na mesma funcionalidade cabal do relacionamento humano.
            Perante a vida possuímos muitos contratempos, e a luta pela ganância pode ser detectada em qualquer classe social, em qualquer escala e mesmo em questões familiares. Não será através de serviços falsos e esporádicos que identificaremos a generosidade, mas muitas vezes uma incoerência e a bondade de fachada. Podemos até colocar uma questão exógena para erros de outrem, mas para a pronta reabilitação de nossos ferimentos psíquicos precisamos ao menos da compreensão humana, como uma importância capital para termos nossos avanços espirituais nessa jornada de veredas longas e pensamentos mais puros. A questão que não nos aparte dessa premissa algo básica é assertiva que demanda um progresso real e a aproximação necessária dos fatos. A fúria em que alguns se colocam nestas demandas é justamente a razão capital de se orientar o incivilizado urbano no sentido de culpá-lo quando este retorna falsas questões em detrimento do prejuízo a aqueles que são vulneráveis e necessitam de maior atenção.
          Em síntese, o que se pensa ser necessário em termos de recuperação de um adicto é justamente a palavra ação… Essa ação vem com o necessário enfrentamento de nosso próprio orgulho e a compreensão nada relativa, mas obviamente muito reativa com a interface sistêmica em que se apresenta a realidade. Muitas idiossincrasias de outrem nós não podemos mudar, mas quando temos que estar em consonância e harmonia algum inconsistente comportamento pode resultar em um tipo de atitude dissonante, e isso muitas vezes leva a termos toda uma conquista no território do bom senso. Atinar com essas dissonâncias nos parece o melhor que temos a conseguir, para obter do próximo e daqueles que nos distam mais uma referência de que tentamos fazer o melhor para não compactuar nas ofensas do ofensor, mesmo que destes finalmente tenhamos que reservar maiores espaços para a convivência, seja em relação aos indivíduos ou entre estados e nações!


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